quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Enquanto isso, no Jardim Japonês


a fila do banho só aumentava...

Todo mundo sabe que existe uma parcela da população, acredito que nem só em Fortaleza,  que não tem respeito  pela coisa pública. Alguns por desconhecimento,  outros por vandalismo mesmo.  Se estiver à disposição para ser visto, para ser usado e o acesso for  livre,  então, julgam alguns,  pode-se fazer o uso que quiser, inclusive danificar. 

Para essas pessoas, coisa pública é coisa que pertence ao governo, quando ocorre justamente o contrário. Coisa pública é bem de todos, é direito assegurado a todas as classes sociais, todas as raças, todos os  credos, independente de qualquer outra coisa.

Mas na nossa Fortaleza, bens públicos parecem que ficam localizados em terras de ninguém, e estão  ali para ser inclusive destruídos,  que o digam as pichações generalizadas nas fachadas, as praças devastadas, os bancos quebrados, os monumentos riscados, as luminárias destruídas e o lixo jogado por toda parte.

Um dos casos mais notórios é o do Estádio Presidente Vargas, meses e meses fechado, interditado para reforma, e mal abriu, já teve a fachada externa toda  pichada. Não entrei lá, mas frequentadores me garantiram que os banheiros também já apresentam problemas devido ao mau uso. 
Também foi o caso do espigão da Rua Rui Barbosa, que precisou de reparos antes mesmo da inauguração.

Agora falamos do Jardim japonês, na Beira Mar. No domingo de sol forte, alguns frequentadores da praia resolveram tirar o sal nas cascatas e nos espelhos d’água. Na parte mais alta, perto daqueles totens, uma família inteira fazia um pic-nic básico, com direito a foto na queda d’água e escalada nas pedras. 
Uma senhora tentava arrancar umas mudinhas das plantas, como ela mesma explicou.  Nos poucos minutos que passe por lá, vi de tudo, só não vi os guardinhas que estavam lá no início do funcionamento do jardim japonês. 

Para facilitar ainda mais a vida dos depredadores, o equipamento não dispõe de placas de orientação sobre o que não fazer, do tipo não pise na grama, comuns e necessárias em espaços públicos. Se não tem nenhuma sinalização dizendo que não pode, nem tem fiscalização, então é porque tudo é  permitido... 

De modo que o Poder Público tem duas opções: ou investe na educação, para que todos tomem ciência que é possível  apreciar e usufruir os bens públicos, por largo tempo, sem que necessariamente precisem destruí-los,  ou investe na fiscalização, fazendo um trabalho de formiguinha, ensinando um a um, como se portar adequadamente de modo a não danificar o patrimônio público. 

Obviamente, a solução mais racional é a educação formal e ambiental, mas pela maneira como os governos municipal e estadual tratam professores e escolas, não há dúvida de que as escolhas já foram feitas.    

5 comentários:

cirandeira disse...

É realmente lamentável! E se não há nenhuma orientação e muito menos fiscalização, as pessoas em geral ficam achando que se trata de mais uma barraca de praia, daquelas que têm bica de água doce pra tiral o sal da água do mar!
Concordo contigo: a responsabilidade maior é mesmo do poder público! O respeito à coisa público só acontece com educação e uma certa disciplina;muitas vezes só depois de aplicação de uma boa multa! Isso demanda anos e anos...!

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Para não repetir o óbvio, como Cidadã e Professora digo: "faço minhas, as suas palavras",Fátima.

Enquanto isso, espera-se providências...Virá?
Até!

Ana Luz disse...

Os países que atingiram alto grau de desenvolvimento foi justamente aqueles que investiram seriamente na Educação,coisa que todo mundo sabe,nem as autoridades nem grande parte das famílias prioriza.Então ainda teremos muitos bens públicos destruídos ,infelizmente,para nós pagarmos a conta.

Fátima Garcia disse...

Acho que não há interesse nem vontade política de se fazerem grandes investimentos na educação, apesar dos benefícios. Interessa aos politiqueiros profissionais, o povo analfabeto, incivilizado, faminto e dependente do governo, porque é da chantagem e de promessas vãs que eles sobrevivem e são eleitos anos a fio. E o povo esperando... vão esperar ainda por muito tempo.

Unknown disse...

Alice Calheiros
Sou alagoana, mas morei em Fortaleza, quando fazia mestrado de 1984-1986, fiquei apaixonada pela cidade, pelo seu povo, fiz muitos amigos, retornei agora em 2018, quando já é minha filha que faz o mesmo caminho que eu fiz. Fiquei alarmada pelo abandono da monsenhor tabosa, da beira mar, com seus restaurantes e casas de show fechados.
Da quantidade de casas e prédios em toda a cidade também vazios, gerando sujeiras e lixos por toda parte, causando medo nas pessoas transitarem. Por um lado ocorreu desenvolvimento, mas por outro, tive dó do que observei. Pelo apreço que tenho a esta cidade peço ao poder público que olhem por esta terra e por este povo para mim, muito valioso
21 de outubro de 2018