quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A Inauguração do Cine Diogo


O prédio azul-anil onde se instalou o Cine Diogo em 1940, foi o segundo arranha-céu de Fortaleza. O primeiro foi o Excelsior Hotel (arquivo Nirez)

No início dos anos 40, Fortaleza ganha um régio presente da Empresa Luiz Severiano Ribeiro. No segundo arranha-céu edificado na cidade, um prédio de nove andares que José Diogo de Siqueira inaugurara em 1939, na Rua Barão do Rio Branco, 1006. No prédio azul-anil, foi instalada uma belíssima sala cinematográfica.  
A denominação – Cine Diogo – foi uma homenagem  ao proprietário do prédio, que idealizara o moderno cinema, com capacidade para 995 pessoas, embora não pretendesse  ingressar no ramo de exibição cinematográfica.  Luiz Severiano Ribeiro conquista o direito de explorar o confortável cinema, superando as propostas dos concorrentes, numa transação comercial que custou 300 mil contos de Reis. O hall do edifício Diogo ficou sob o regime de condomínio, entre o proprietário do edifício e a empresa Ribeiro.

Portaria do Cine Diogo (Arquivo Nirez)
A partir de sua inauguração, o Cine Diogo tornou-se líder do circuito Ribeiro, superando seus antecessores Moderno e Majestic. Afinal, Fortaleza ganhava um luxuoso cinema com requintes internacionais: hall imponente, salas de espera em mármore de Carrara, salão belamente decorado com amplo balcão, moderno sistema de iluminação, palco com cortinas que se abria ao som de gongos melodiosos e mutação de luzes coloridas, poltronas confortáveis, excepcional qualidade de projeção. O belíssimo cinema também oferecia refinado serviço de recepcionistas, tudo com o máximo de requinte e qualidade. 

Programa Inaugural do Cine Diogo com o filme Balalaika, estrelado por Nelson Eddy e Ilona Massey. Os que assistiram a sessão inaugural, receberam bonequinhos de cossacos russos (Arquivo Nirez)

A inauguração ocorreu num sábado, dia 7 de setembro de 1940, às 17 horas, com a presença do Interventor federal e várias autoridades. O filme escolhido para a estreia  foi Balalaika, da Metro-Goldwyn-Mayer.
No início da década de 40, havia uma grande preocupação com os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. O rádio e os jornais davam notícias do dia a dia do conflito. Militares americanos transitavam pelas ruas, presença comum desde que aqui se instalaram as bases americanas do Pici e do Cocorote.
Vivia ainda a cidade a experiência do blackout, cumprindo um programa de ensaios de defesa contra ataques aéreos, sob o rigoroso controle dos alertadores de rua, designados pela defesa civil. Os programas impressos e distribuídos no Cine Diogo, passaram  publicar, em 1942, avisos educativos:  Se estiveres no Cinema, teatro e outros prédios de frequência coletiva, permanece no teu lugar, evitando correrias e atropelos que causam acidentes sérios”.

Programa de 2° aniversário do Cine Diogo, nos tempos de guerra, advertindo sobre eventual sinal de alarme aéreo. (foto do livro A Tela Prateada)

Por quase dezoito anos, o belo cinema dominou amplamente a vida social da cidade. Foi o salão elitizado, exigiu rigorosamente o traje passeio completo: o tradicional paletó para os homens e os vestidos sociais para mulheres. Com o passar do tempo, começam as reclamações contra o desconforto e o calor ambiente, sem afetar nem a bilheteria nem o prestígio do cinema.
A partir de 1950, com a criação do circuito independente Cinemar, Fortaleza passou a assistir lançamentos sistemáticos da produção europeia, acontecimento raro no circuito Severiano Ribeiro. Há nessa nova fase, de concorrência no mercado local, investimentos que tornam o Diogo de qualidade ainda mais elevada.  

 sala de projeção do Cine Diogo (foto do livro A Tela Prateada)
O cinema somente perderia a posição de mais importante, mais moderno e confortável salão do grupo Severiano Ribeiro, em 1958, com a inauguração do Cine São Luiz. A partir desse ano, deixou de comemorar a sua data de aniversário, uma tradição de lançamento de um filme selecionado. Nas décadas seguintes faz sua programação alternando filmes já lançados no São Luiz e produções secundárias, desgastando-se pela baixa qualidade na decadente fase em que o mercado nacional sofreu a invasão do gênero kung fu, karatê, pornochanchadas e similares.

Entrada do Cine Diogo em 1992, já em franca decadência (foto do Jornal O Povo)

No dia 30 de janeiro de 1997 ocorreu a última sessão no Cine Diogo, quando 30 pessoas assistiram ao filme Romeu e Julieta. O último momento do Cine Diogo, ocupou as páginas dos jornais, com textos que confrontam a inauguração festiva e a melancólica última sessão de cinema, como esse do Jornal Diário do Nordeste, transcrito parcialmente:

 Romeu e Julieta, com Leonardo de Caprio e Claire Danes foi o filme exibido na última sessão do Cine Diogo
No dia 7 de setembro de 1940, época em que as mulheres ainda saíam à noite pelas ruas de Fortaleza, com casacos leves e os homens desfilavam ternos em tecido cinza escuro, o centro da cidade foi cenário de um acontecimento social importante. Mais exatamente na Rua Barão do Rio Branco, centenas de pessoas foram conferir a primeira sessão de um cinema que fechou suas portas às 23 horas da última quinta-feira, melancolicamente, sob o testemunho dos poucos e fiéis funcionários.
Embora ainda guarde resquícios luxuosos do passado, como o teto de mármore, a fachada suntuosa e outras coisas mais, o Cine Diogo já não exibia as mesmas cadeiras confortáveis de anos atrás, o mesmo piso e as catracas brilhantes de madeiras. O que se via por ali eram cadeiras amontoadas (uma parte já tinha sido vendida pela manhã), papéis espalhados pelo chão, e só a parte de baixo funcionando.  O primeiro andar já estava interditado, fechado.”

extraído do livro de Ary Bezerra Leite
A Tela Prateada
  

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Academia Francesa do Ceará

Rua da Misericórdia, onde residia Rocha Lima, numa casa em frente ao Passeio Público


A Academia Francesa surgiu a partir das ideias absorvidas por Rocha Lima a partir da Escola de Recife, onde estivera em 1871, na fase crítica e filosófica preconizada por Tobias Barreto. De volta ao Ceará, em 1872, Rocha Lima Tratou de fundar um centro cultural de onde pudesse divulgar a nova doutrina.  Tinha por objetivo disseminar o Positivismo no Ceará.  Os sócios fundadores  da Academia Francesa – movimento intelectual de cunho filosófico e literário – foram além de Raimundo Antônio da Rocha Lima, Capistrano de Abreu, Araripe Júnior, João Lopes e Amaro Cavalcante; fizeram parte – Clóvis Beviláqua e Tomás Pompeu de Souza Brasil. As reuniões aconteciam na residência de Rocha Lima, localizada em frente ao Passeio Público.

 Capistrano de Abreu, um dos fundadores da Academia Francesa


Além da tribuna que explorava a questão religiosa, organizavam-se conferências contra o Clero, abalando a opinião católica. Em 1874 criou-se a Escola Popular, para os pobres e operários – em aulas noturnas nas quais eram agitadas as questões tratadas pelo movimento. Instalou-se na Rua Conde D’Eu  n° 98. 

 Rua Conde D'Eu, onde em 1874 passou a funcionar a Escola Popular


No mesmo ano foi inaugurado o curso de História Universal, pelo Dr. Pompeu Filho. Na imprensa teve o Jornal Fraternidade como órgão de publicidade, em cuja redação se distinguiram João Lopes, Rocha Lima e Pompeu Filho.
Em 1875, o agravamento da luta a favor da Maçonaria e contra o Clero, determinou a extinção da Academia Francesa. O jornal Fraternidade também foi extinto na mesma data.
Os principais trabalhos oriundos da Academia Francesa: o Livro Crítica e Literatura, de Rocha Lima; dois ensaios de Crítica Literária, de Capistrano de Abreu e Épocas e Individualidades, de Clóvis Beviláqua, além da coleção do Jornal Fraternidade.


Fonte:
Caminhando por Fortaleza, de Francisco Benedito
fotos do Arquivo Nirez

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Hoje Eu Quero Ser Menino Outra Vez

Crônica de Marciano Lopes

Passeio Público (Praça dos Mártires)

Hoje, eu quero aproveitar o sol da manhã e ir ao Passeio Público e andar entre as alamedas e brincar nos repuxos d’água e nas fontes e “venerar” os deuses olímpicos e sentar nos bancos e debruçar-me sobre o gradil tão antigo e olhar, lá embaixo, a Praia Formosa, cheia de banhistas. 
Porque hoje é domingo...

Bonde Elétrico
Hoje, eu quero embarcar no bonde da Praia de Iracema, para contemplar o luar e rever as ruas estreitas que lembram cada uma, nossas dizimadas tribos. Cadê os bélicos Tabajaras, os altivos Potiguaras, os Tremembés os Cariris, os Tigipiós, os Pacajus, os Ararius, os Guanacés, os Groaíras? Todos dormem o sono dos injustiçados. Só alguns espreitam nas tabuletas esmaltadas das esquinas. 
Porque é tempo de conferir remorsos...

 Praia de Iracema anos 1920

Hoje, eu quero ir à Praça da Lagoinha e “viajar” em águas dançantes, com hipocampos e nereidas. E sentar, contemplativo, num banco e ver babás empurrando carrinhos de bebês e colher uma rosa num canteiro e ofertar à menininha de cachos. 
Porque é tempo de romantismo infantil...

 Praça da Lagoinha

Hoje, eu quero sair na madrugada e vagar, sem rumo, pela geografia da Aldeota e “ouvir” o silêncio e sentir a brisa no rosto e embriagar-me com o doce perfume dos cajueiros em flor. 
Porque é tempo de meditações...

Aldeota - Avenida Santos Dumont
Hoje, eu quero entrar no Cine Moderno e descobrir, fora da tela, dois castelos quase escondidos no emaranhado da floresta. E rever Sabu e Bibi Ferreira, viajando até o fim do Rio. 
Porque é tempo de atriz brasileira, no cinema inglês...

 prédio do Cine Moderno

Hoje, eu quero sair sem rumo, conferindo as coisas da cidade, vagar sem pressa, sem medo dos “muxicões” de Zelfa, nem dos “sermões” de Esaú. E encontrar o Lustosa da Costa, cantando loas à nossa amada Fortaleza e convidá-lo para um cafezinho amigo, no Café Sport, dos irmãos Emygdio. 
Porque é tempo de confraternização...

 Café Sport dos irmãos Emydgio final dos anos 30 (acervo particular)

Hoje, eu quero ver as vitrines da Rianil; os globos coloridos da Pharmacia Oswaldo Cruz; as manequins da Casa Sloper; o retrato da Cyres Braga no Foto Moderno; a grande estátua de  Mercúrio na Cia. Quixadá; o entalhado biombo na entrada do London Bank. 
Porque é tempo de rever o belo...

Casa onde funcionou o London Bank

Hoje, eu quero adentrar o Tarcísio Magazine e encontrar a Clarlene Girão, comprando produtos de maquilagem. 
Porque é tempo de encenações no Teatro Pio X...

Cine Diogo - bilheteria

Hoje, eu quero ir à alfaiataria do Mário Cunto, encomendar um terno de tropical inglês, azul-marinho, para poder entrar no Cine Diogo e ver Lawrence Olivier, brincando de ser “Hamlet”.   
Porque é tempo de ser ou não ser...

 Rua 24 de Maio

Hoje, eu quero encontrar a Celina Maria e leva-la à casa das irmãs Freire, na Rua 24 de maio. Lá estará a Leilah Carvalho e a Klébea Marinho, o Orlando Leite e o Álvaro Moreno, o Fernando Marinho e a Odete Araújo. E haverá sarau com cantos líricos e piano a quatro mãos. E terá guaraná e sequilhos.
Porque é tempo de reverenciar uma infanta morta...

 Itapuca Villa, a residência de Alfredo Salgado

Hoje, eu quero passar pela Rua Guilherme Rocha, no rumo do Jacarecanga e parar, respeitoso, defronte à Itapuca Villa e ficar olhando Alfredo Salgado, com sua longa casaca negra e os vastos cabelos brancos e a farta barba da cor de algodão, sentado na varanda de sua mansão, contemplando o imenso jardim. 
Porque é tempo de rever nossa história...

Praça do Coração de Jesus

Hoje, eu quero sentir a tranquilidade da Praça Coração de Jesus, deitar e rolar sobre a relva, mirar-me no translúcido espelho d’água, depois, gastar os fundilhos das calças, nos escorregadores da Cidade da Criança. Tudo sob a vigilância dos Doze Apóstolos e do próprio Cristo.  
Porque é tempo de despreocupação de criança...

 antiga Igreja de São Benedito

Hoje, eu quero voltar ao Catecismo, na Igreja de São Benedito e escutar, enlevado, os ensinamentos de Dona Anete Aguiar.  
Porque é tempo de reconhecimento...

Hoje, eu quero acordar de madrugada e escutar o carrilhão da Igreja do Coração de Jesus, chamando para a Missa das quatro. E no silêncio daquela hora, os acordes da Ave Maria de Somma, chegarem aos meus ouvidos, como algo celestial. E imagino o céu e um coro de arcanjos. 
Porque é tempo de acreditar em coisas divinas...  

antiga fachada da Igreja do Coração de Jesus 

Hoje, eu quero brincar de bola, sob os oitizeiros da Avenida Imperador, com Zé Airton, com Leôncio e Leônidas, com Assis, com Zé do Carmo. 
Porque é tempo de sentir saudades dos folguedos infantis...

Avenida do Imperador - década de 1940

Hoje, eu quero adentrar o Cine Rex e encontrar o Oscarito, o Grande Otelo, o Modesto de Souza, o Catalano, a Eliana e o Alberto Ruschell, a Adelaide Chiozzo, a Horacina Correia, o Quitandinhas Serenaders, o Luiz Gonzaga, a Estelita Bell, a Nena Napoli. 
Porque é tempo de paz e o mundo se diverte... 

Praça e Teatro José de Alencar

Hoje, eu quero ir ao Bar Americano, do Salomão Benício na Praça José de Alencar e tomar um aluá bem geladinho. E comprar uma ficha e colocar naquela radiola cheia de luzes coloridas. Depois, a música no ar, ir até o centro da Praça, deitar-me num banco e cochilar, escutando cantos de pássaros e arrulhos de namorados.  
Porque é tempo de segurança...
Hoje, eu quero andar a esmo e encontrar a Patrícia Medina, a Maurren O’Hara, a Linda Darnell, a Maria Montez, a Dolores del Rio, a Arlene Dall, a Cyres Braga.
Porque é tempo de beleza plena...  

 Sorveteria da Lojas de Variedades

Hoje, eu quero levar a Tereza Moura, para merendar um cachorro-quente com guaraná Kacique na Sorveteria Variedades.  
Porque é tempo de fraternidade...
Hoje, eu quero encontrar Pedro Rossi para uma sessão nostálgica. Vamos recordar coisas dos anos dourados, entre móveis seculares, santos barrocos, biscouits franceses. 
Porque é tempo de muita saudade...
Neide Maia
Hoje, eu quero encontrar toda a gente que eu gosto, o José Augusto Lopes, a Neide Maia, o João Ramos, a Adísia Sá, a Maninha, a Sônia Pinheiro, a Ítala Márcia, a Ângela Borges, o Gilmar de Carvalho e mais um punhado de pessoas. E juntar todo mundo e levar para que todos vejam como é gostoso viver nos anos quarenta. 
Porque é tempo de dividir venturas. 

Do livro
Royal Briar, a Fortaleza dos anos quarenta.
fotos do Arquivo Nirez

 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

História de Algumas Ruas do Centro de Fortaleza

Rua Floriano Peixoto

As principais ruas da Vila de Fortaleza partiam da praça principal – chamada de Praça do Conselho e mais tarde, Praça da Sé. Para a direita acompanhando a margem esquerda do Riacho Pajeú, a atual Rua Conde D’Eu, nome adotado em 6 de abril de 1870, antes teve vários nomes. Como: Rua de Baixo, Nova dos Mercadores, da Matriz, e do Riacho Pajeú. Desde o início da colonização fazia ligação com a Vila de Messejana, através da estrada do mesmo nome, hoje Avenida Visconde do Rio Branco, aberta em 1796.

Estrada de Messejana, atual Avenida Visconde do Rio Branco  

Para a esquerda, a atual Avenida Alberto Nepomuceno, chamada inicialmente de Caminho da Praia (por fazer a ligação com a Praia de Iracema).  Em 1856, passou a ser a Rua da Ponte, devido a existência de uma ponte sobre o Riacho Pajeú que cortava a rua. Na gestão do prefeito Ildefonso Albano (1912-1914), foi alargada e pavimentada com calçamento e recebeu a denominação de Rua Sena Madureira. Em 1921 recebeu meio-fio e arborização e a denominação atual – Avenida Alberto Nepomuceno – em homenagem ao músico falecido em 1920. A estátua do compositor e maestro cearense foi inaugurada em março de 1976, em frente à Secretaria da Fazenda. 

 Avenida Alberto Nepomuceno década de 1940

para o lado Leste, Rua São José, antigamente Rua das Almas – ligava o centro da vila com o bairro do Outeiro formado pela área que ficava entre a Heráclito Graça e a Rua do Seminário, hoje Monsenhor Tabosa, e entre a margem direita do Pajeú e a fronteira leste do atual colégio Militar. Era o bairro mais antigo e onde residiam as famílias aristocráticas da Vila. Hoje o bairro desapareceu, ficando sua área distribuída entre os bairros da Aldeota, Praia de Iracema e o centro de Fortaleza.
Rua Rufino de Alencar – antiga travessa da Bica – por haver uma bica no riacho – depois Corredor do Bispo, fazia a ligação do centro com o Seminário.
Rua Governador Sampaio, inicialmente Rua do Norte, Rua Nova do Outeiro. Em 1813 a ruela foi transformada e teve a denominação mudada para Rua do Sampaio, a primeira a utilizar tijolos na construção das casas.
No lado Oeste, Rua Dr. João Moreira, inicialmente uma ruela com o nome de Travessa da Fortaleza (travessa eram todas as ruas de sentido Leste-Oeste), depois da Misericórdia por passar ao lado da Santa Casa. Serviu como base à formação das ruas paralelas. Teve algumas mudanças de nomes, sendo em diferentes épocas a Rua Nova da Fortaleza, Travessa do Quartel, Rua da Misericórdia e General Tibúrcio. 

 Rua Castro e Silva, antiga Travessa das Flores, era por onde seguiam os enterros em direção ao Cemitério São João Batista

Rua Castro e Silva: inicialmente Travessa da matriz, em 1859 mudou para Travessa das Flores e depois Rua Manuel Bezerra. Era a rua por onde seguiam os enterros.
Rua General Bezerril – denominação de 1888. Teve vários nomes: Rua do Quartel ou da Cadeia (a cadeia do crime ficava nos baixos do Quartel de 1ª. linha). Rua do Oitizeiro do Rosário, que ficava atrás da igreja – árvore considerada a mais antiga da cidade, cortada pela Prefeitura em 1929, e sua madeira queimada pela Santa Casa.

 Rua General Bezerril com o oitizeiro do Rosário

Rua Floriano Peixoto – inicialmente possuía três nomes – da Travessa Fortaleza até a atual Rua São Paulo era Rua das Belas; da São Paulo até o sul da Praça do Ferreira,  Rua da Pitombeira; depois da Praça era a Rua da Alegria. As três formaram depois a Rua da Boa Vista, mudada para Floriano Peixoto.

 Rua Floriano Peixoto que já foi Rua da Pitombeira no trecho entre a Rua São Paulo e a Praça do Ferreira. O prédio mais alto, à direita, é o da Intendência Municipal.

Rua São Paulo – nome em homenagem ao estado de são Paulo; inicialmente Travessa das Belas, iniciava na Rua dos Mercadores indo até a Rua das Belas, depois foi chamada Travessa da Tesouraria (devido a Tesouraria na parte Norte da Praça General Tibúrcio) e Rua da Assembleia.
Rua Guilherme Rocha – tinha início na Rua do Quartel com o nome de Travessa Municipal. Em 1912 foi denominada Rua 24 de Janeiro devido a queda de Nogueira Accioly. Foi também a primeira via que teve um trecho transformado em rua de pedestre (entre a Praça José de Alencar e a Praça do Ferreira).
Rua Major Facundo – aberta em 1813 por Bernardo José Teixeira com o nome de Rua Nova Del Rei. Em 1842 foi mudada para Rua da Palma – até a Guilherme Rocha – no trecho seguinte, era a Rua do Fogo.

Rua Major Facundo, antigas Ruas Nova Del Rei, da Palma e do Fogo

Em 1888 mudou para Major Facundo em homenagem ao seu ilustre morador da esquina noroeste com a Rua São Paulo, local ocupado pela Casa Villar, demolida e transformada em estacionamento em 1859, e depois adquirido pelas irmãs Paulinas onde funciona a Loja de Artigos Religiosos.

 Prédio em que residiu e foi assassinado o Major Facundo em 1841. De 1854 até 1959 nele funcionou a Casa Villar.  

Rua Barão do Rio Branco – antiga Rua Formosa, o nome atual e uma homenagem ao ilustre intelectual, jurista político e diplomata brasileiro.
Rua Senador Pompeu – inicialmente Rua da Amélia. No início do século XIX era o limite Oeste da parte edificada da cidade. Foi chamada Rua dos Jornais, por haver muitos deles na rua, nela morou o Senador Pompeu, na esquina Noroeste com a Rua Guilherme Rocha, no mesmo local onde funcionou a Padaria Palmeira, a mais importante do centro na época. 

 Rua General Sampaio, com os trilhos do bonde do Benfica

Rua General Sampaio – em 1872 chamava-se Rua da Cadeia, por passar ao lado da cadeia, prédio hoje ocupado pela ENCETUR. Em 1900, com a instalação do monumento ao General Sampaio na Praça Castro Carreira, mudou para o nome atual.


 Fotos do Arquivo Nirez 
Fontes
Caminhando por Fortaleza, de Francisco Benedito 
Fortaleza Antiga - Praças Ruas e Esquinas, de Marciano Lopes