Cronologia da Cidade de Fortaleza, Capital do Ceará


1500
De acordo com versão que não consta dos registros oficiais, o navegador espanhol Vicente Pinzón teria desembarcado na atual enseada do Mucuripe em 02 de fevereiro, batizando a nova terra de Santa Maria de La Consolación. O feito não foi registrado por conta do Tratado de Tordesilhas.
1603
Com o assédio de franceses pelas terras situadas entre o Ceará e o Maranhão, as autoridades portuguesas instaladas em Pernambuco prepararam missões de resgate dos territórios. A primeira delas foi comandada por Pero Coelho, açoriano radicado na Paraíba, que chegou à costa cearense e construiu o Fortin de São Tiago, na Barra do Ceará. A localidade de entorno do forte foi chamada de Nova Lisboa. Três anos mais tarde, Coelho é obrigado a abandonar o Forte por causa de uma grande seca, a primeira registrada na história do Ceará.
1607
Os jesuítas Francisco Pinto e Luis Figueira chegam ao Ceará para dar inicio à catequese missionária. Em seu trabalho de conversão religiosa, Figueira planeja um aldeamento chamado de São Lourenço, provavelmente nas proximidades do Riacho Pajeú. Não deu certo: Francisco Pinto foi devorado pelos indígenas, e Figueira conseguiu fugir, indo se refugiar na Ibiapaba.
1612 
Forte de São Sebastião - 1612 (Arquivo Ah! Fortaleza)
Martim Soares Moreno chega ao litoral cearense e constrói o Forte de São Sebastião, no mesmo local das ruínas do forte erguido por Pero Coelho, na margem do Rio Ceará, perto da sua foz. No ano seguinte deixou a Capitania para combater os franceses que haviam se instalado no Maranhão.
1621
Martins Soares Moreno retorna ao Ceará com uma força armada para defender o lugarejo. Tenta implantar o cultivo de algumas lavouras e introduzir a criação de gado. Em 1631, Moreno deixa o Ceará definitivamente, partindo para Pernambuco a fim de lutar contra os invasores holandeses.
1629
Mapa da costa do Ceará em 1629 - wikipedia 
1637
Com a partida de Martins Soares Moreno o Forte de São Sebastião fica aos cuidados de uma pequena guarnição, que não resiste ao cerco das tropas holandesas. Comandadas por Gedeon Morris de Jonge, que a serviço de Mauricio de Nassau, procurava ampliar a área da Cia. das Índias Ocidentais. Em 1644 depois de oito anos de muitas dificuldades, os holandeses são dizimados pelos indígenas. 
1645 
Vista da Barra do Ceará e Forte de São sebastião. Desenho de Frans Post, 1645 (Arquivo Ah! Fortaleza)
1649 
Planta do Forte Schoonenborch da Capitania do Siará. Original manuscrito de Algemeen Rijksarchief - 1649 (Arquivo Ah! Fortaleza)
O holandês Matias Beck chega à enseada de Mucuriba (Mucuripe). Na busca por um local adequado para se instalar na costa, desiste da Barra do Ceará por motivos estatégicos – daquele local não conseguia avistar os navios ancorados na enseada do Mucuripe, o que facilitava ataques imprevistos e logísticos. (o assoreamento da foz do Rio Ceará dificultava a entrada de navios, e as marés salinizavam a água, o que dificultava a obtenção de água potável). Escolhe então o morro de Marajaitiba, situado na margem esquerda do Riacho Pajeú, onde ergue uma paliçada que chamou de Forte Schoonenborch, para onde foram trazidos os materiais aproveitáveis do Forte de São Sebastião. O aldeamento da Barra do Ceará continuou a existir sob o nome de Vila Velha.
1654
Os holandeses são expulsos pelas forças portuguesas comandadas por Álvaro de Azevedo Barreto, que tomam o Schoonenborch sem encontrar resistência. A fortificação de Matias Beck desaparece completamente.
1662
Os portugueses constroem um novo forte, chamado de Assunção. A construção vai permanecer como posto militar politicamente esquecido ao longo do restante do Século XVII.
1699
Fortaleza que aglutinava os interesses de centralização política da igreja e do capitão-mor, e Aquiraz que favorecia os anseios de maior autonomia dos proprietários rurais, disputam entre si a hegemonia do território regional. No dia 13 de fevereiro, é criada, por carta régia, a Vila do Ceará. O povoado do Pajeú abriga cerca de 200 pessoas.
1713
O pelourinho – símbolo da administração – é instalado na Vila de Aquiraz, que pouco tempo depois é abalada por um ataque indígena que vitimou cerca de 200 pessoas. O clima de insegurança em Aquiraz obriga a transferência emergencial da câmara para o povoado que se estabelecera em torno do forte de Nossa Senhora de Assunção. Ganha corpo a campanha movida  pelas autoridades locais junto à Coroa Portuguesa para tornar o aglomerado do Pajeú a sede definitiva da Vila do Ceará.
1726
Por carta-régia de 13 de abril de 1726, Fortaleza é elevada á categoria de vila, sob a responsabilidade do capitão-mor Manuel Francês. A data passa a marcar o aniversário da cidade. O título de vila, entretanto, não muda o aspecto de abandono e pobreza em que o povoado estava mergulhado, realidade que só começa a se transformar no final do Século XVIII, quando a Capitania do ceará se desmembra da de Pernambuco.

Fonte: Revista Fortaleza–fascículo 1. Fortaleza: edições O Povo, 13 de abril de 2006.