A escola é certamente o primeiro relacionamento sério da vida de alguém, um relacionamento que cobra responsabilidade, exige comprometimento. Em troca, abre portas com tantas possibilidades, que a jovem imaginação de uma criança sequer havia sonhado. É o lugar onde se passa mais tempo, depois da casa paterna. As escolas deixam marcas, lembranças inesquecíveis, a maioria boas, que ficarão para sempre no imaginário e nos ensinamentos que levamos pela vida afora. Por isso, é tão desanimador constatar que sua escola, o seu lugar de memória mais representativo, não existe mais. Algumas dessas escolas:
Colégio Brasil
Colégio Brasil na Rua Dona Leopoldina. foto do Anuário do Ceará |
Criado nos anos 60, por
iniciativa do professor Amadeu Arraes, o Colégio Brasil iniciou as atividades
com apenas 63 alunos, distribuídos em 2 salas de aula, em prédio alugado,
localizado na Rua Rodrigues Júnior, 384. Na década de 70 contava com 1500
alunos e funcionava em prédio próprio, na Rua Dona Leopoldina, 480. A nova sede
tinha 3 pavimentos, 21 salas de aula, 4 laboratórios, biblioteca e cursos de
língua estrangeira e educação artística.
Colégio São José
funcionava na Avenida Visconde do Rio Branco, 1257, ao lado do Parque da Liberdade (Cidade da Criança). Foi autorizado a funcionar como colégio pelo Decreto nº 17.700, de 30 de janeiro de 1945. Até então era o Ginásio São José.
Colégio Nogueira
Localizado na Praça do Carmo esquina com a Rua Barão do Rio Branco. Foto Arquivo Nirez |
No início das atividades
funcionava na antiga residência de Meton de Alencar, na Rua General Sampaio, ao
lado da Casa Juvenal Galeno, com a denominação de Externato Pedro II, de
Francisco Gonçalves. A partir de 1918, passou a chamar-se Instituto de
Humanidades, (Colégio Nogueira), criado pelo professor Joaquim da Costa
Nogueira. O colégio destacou-se pelo revolucionário método didático,
tornando-se o melhor e mais procurado educandário de Fortaleza. Tinha como lema
na pedagogia da época, de ensinar não muito, mas ensinar bem, ensinar certo,
levando o aluno por processos naturais e ensinamentos concretos, a formar juízo
perfeito de cada uma das disciplinas professoradas na escola. Ficava na Praça
do Carmo, esquina com a Rua Barão do Rio Branco, local onde depois esteve o
Colégio Farias Brito.
Colégio Capital (Evolutivo)
Antes de se tornar uma unidade
de uma das maiores organizações educacionais do Ceará, a Organização
Educacional Evolutivo (que também já fechou), o prédio localizado na avenida Heráclito
Graça, número 826, antes abrigou o Colégio Capital. A marca Evolutivo se tornou
uma das mais conhecidas na educação cearense. O colégio chegou a ter nove sedes
em seu auge e era conhecido por ter preços acessíveis comparados a outras
instituições privadas, à época. Em 2012, o Evolutivo fechou as portas. Atualmente,
no prédio que já foi Colégio Capital e Evolutivo Capital, funciona a Faculdade
Ari de Sá.
Colégio Rui Barbosa
sala de aula do Colégio Rui Barbosa, com o professor Clodomir Teófilo Girão, no centro, com alguns de seus alunos, no ano de 1949. Foto Arquivo Nirez. |
O colégio Rui Barbosa foi inaugurado em 01 de maio de 1945, pelo professor Clodomir Teófilo Girão, instalado na Rua Senador Pompeu em prédio antes ocupado pelo Colégio Dom Bosco. Mais tarde o colégio foi vendido, mudando-se para a Avenida do Imperador nº 372.
Colégio Nossa Senhora
Aparecida
prédio onde funcionou a Escola Jesus Maria José e o Colégio Nossa Senhora Aparecida 2012 acervo Fortaleza em Fotos |
A Escola Nossa Senhora
Aparecida foi fundada em 1963, pelo padre Valdemar Marques, na paróquia do
Cristo Rei, funcionando da 5ª. a 8ª séries na qualificação de empregados domésticos.
A partir de 1980 passou a funcionar no prédio localizado na Rua Coronel Ferraz,
n° 120, no centro, construído para abrigar a Escola Jesus Maria José, destinada
à educação de meninos pobres ou órfãos. Em 1987 criou os cursos pedagógicos,
científico e profissionalizante, mediante convênio com o Senac e a UECE. A
partir daí foi reconhecida como de utilidade pública pelo Conselho Estadual de
Educação e manteve convênio com as Secretarias de Educação do Estado e do
Município. Era administrada pela Paróquia da Catedral de Fortaleza.
Colégio Pio X
Fundada por Frei Mansueto em
1908. O prédio foi construído em terreno doado pelo padre João Augusto da
Frota, na esquina sudeste do Boulevard do Livramento (atual Avenida Duque de
Caxias) com a Rua Pero Coelho (atual Barão de Aratanha). Os recursos para
construção foram obtidos por Frei Marcelino de Milão através de campanhas
movidas pelas várias confrarias religiosas. Foi inaugurado em 5 de julho de
1908, mantido e dirigido pelos frades capuchinhos; era uma obra das vocações
missionárias, misto e gratuito. O prédio
passou por reforma e ampliação em 1924, quando foi construído o segundo
pavimento. Atualmente o imóvel está alugado a uma faculdade.
Colégio Padre Champagnat
Fundado em 14/09/1971, sob
direção do professor Miguel Elpídio Dantas Silveira, encerrou as atividades em
2007. Funcionou inicialmente no prédio onde antes estivera o Cine Familiar, de
propriedade dos padres franciscanos, depois vendido a Luiz Severiano Ribeiro,
que fechou o cinema. Depois abriu
filiais em outros endereços. O nome era em homenagem ao padre Marcelino
Champagnat, fundador da Congregação dos Irmãos Maristas.
Colégio Castelo Branco
O colégio Castelo Branco foi
fundado no dia 1° de junho de 1900 com o nome de Instituto Miguel Borges, pelo
professor Odorico Castelo Branco, na Rua Major Facundo, 156-B. Em 1910 mudou-se
para a Rua Senador Pompeu, 24, depois mudou-se para a Praça Senador José Júlio
(Praça do Coração de Jesus) onde permaneceu até a morte de Odorico, em 1921.
Após o falecimento do seu fundador, o estabelecimento de ensino recebeu a
denominação de Colégio Castelo Branco, teve seu patrimônio alienado à
Arquidiocese de Fortaleza e mudou-se para a Avenida Dom Manuel no final da
década de 1930.
Escola Alba Frota/Cidade da
Criança
foto da Internet |
A escola foi fundada em 26 de
maio de 1937, pelo prefeito Raimundo de Alencar Araripe (1936/1945) com a
denominação de Serviço de Educação Infantil, composto de duas seções: Jardim da
Infância (para crianças de 3 a 6 anos) e Parque Recreativo (crianças de 7 a 14
anos), transformando o Parque da Independência em Cidade da Criança. A primeira
diretora foi a professora Zilda Martins Rodrigues. Em 1967, por sugestão da
escritora Rachel de Queiroz a nome da escola foi mudado para Alba Frota, ex-professora
e diretora da escola entre 1946 e 1954. Em 1966 foi construída uma nova escola
na Avenida Dom Manuel, em melhores instalações, junto ao Parque Pajeú.
Colégio Juventus
Fundado em fins dos anos 60,
situado na Rua João Siqueira, bairro Joaquim Távora. Foi extinto em 2008, a
pedido do seu diretor, Padre Gotardo Thomaz de Lemos.
Colégio Fênix Caixeiral
primeira sede da Fênix Caixeiral na Rua Guilherme Rocha esquina com a Rua General Sampaio. acervo Instituto do Ceará |
Um dos estabelecimentos de
ensino mais tradicionais de Fortaleza, a Fênix Caixeiral surgiu como escola de
comércio, inaugurada em 24 de junho de 1905, na esquina da Rua General Sampaio
com a Guilherme Rocha. O palacete com um andar superior e um porão tinha o
acesso voltado para a atual Praça José de Alencar. Como o palacete logo se
tornou pequeno para abrigar as diversas dependências da associação e a sua
escola de comércio, a instituição iniciou a construção de uma casa maior, no
terreno da Rua 24 de maio esquina com a Rua Guilherme Rocha, onde estivera a
residência do Comendador Antônio Nogueira Pinto Acioly. A segunda sede ficou em
poder da Fênix até a década de 1970, quando a instituição a vendeu e mudou-se
para a Avenida do Imperador.
Grupo Escolar Rodolfo Teófilo
em 1923 ano da inauguração. Foto Nirez |
O Grupo Escolar Rodolpho Teófilo
foi instalado em 2 de janeiro de 1923, projeto do arquiteto José Gonçalves da
Justa, no bairro Benfica, atual Avenida da Universidade. Inicialmente era
chamado de Grupo Escolar do Benfica, depois passou a denominar-se Grupo Escolar
Rodolfo Teófilo. Em 20 de agosto de
1956, o estabelecimento de ensino foi transferido para outra rua
próxima, e o prédio passou a abrigar o Museu Antropológico e o Instituto do
Ceará. Depois de sucessivos usos, como o Museu
Antropológico e o Instituto do Ceará, hoje o prédio abriga a Faculdade de
Economia, Administração, Atuária e Contabilidade da Universidade Federal do
Ceará. Os Grupos Escolares foram extintos nos primeiros anos da década de 1970,
substituídos paulatinamente pelo sistema de ensino de 1° Grau determinada pela
Lei n. 5.692/71, durante o regime militar, na gestão do presidente Emílio
Garrastazu Médici.
Veja mais sobre os antigos colégios:
http://www.fortalezaemfotos.com.br/2017/05/colegios-desativados-de-fortaleza.html
http://www.fortalezaemfotos.com.br/2014/04/antigos-colegios-de-fortaleza.html