Todas as grandes lojas
ficavam no Centro, eram raros os endereços na Aldeota ou nos bairros; as lojas
tinham uma oferta de produtos muito diversificada, onde uma mesma loja vendia
desde confecções até televisores e peças de carros. O advento dos shoppings centers
praticamente impôs a especialização nos
artigos ofertados por cada unidade comercial. Boa parte dos estabelecimentos comerciais citados neste post e no anterior, de mesmo título, foram à falência durante os anos 80 e 90, vítimas dos mirabolantes planos econômicos implantados com pompa e circunstância no decorrer desse período, os quais, vias de regra, resultaram em retumbantes fracassos. Alguns desses estabelecimentos ainda estão em funcionamento e constituem um restrito grupo que compõem as casas comerciais mais antigas de Fortaleza.
Inaugurada em Fortaleza ainda na década de 50, a Ocapana comercializava moda jovem, feminina e masculina. Em 1979 inovou no mercado ao lançar o cartão de compras, criando planos especiais de créditos, desenvolvendo uma agressiva política de direct-mail, destacando-se como a empresa cearense mais criativa daquele ano.
A Ocapana também inovou na cobrança aos inadimplentes:
Um recurso criado pela agência Publicinorte virou moda e fez
escola na propaganda em Fortaleza. Foi a criação do anjinho que cobrava os
clientes inadimplentes. Em lugar das cartinhas ameaçadoras, que eram enviadas,
às vezes, por engano, até aos bons pagadores, a Ocapana passou a enviar
cartas bastante amáveis que em nenhum momento ameaçava ou constrangia o
cliente.
No primeiro aviso o “anjinho Ocapana” muito feliz, lembrava o dia do vencimento; No segundo, já com o pagamento atrasado, o anjinho demonstrava preocupação, mas prometia segurar o pessoal da cobrança para que o nome do cliente não fosse inscrito no SPC. Solicitava porém, que o devedor providenciasse o pagamento, pois estava com dificuldades de cumprir a promessa. Na terceira carta, o "Anjinho" aparecia triste dizendo que tinha feito tudo para segurar o pessoal da cobrança, mas como o cliente não havia efetuado o pagamento o SPC iria ser informado do débito. Mas, se ele pagasse imediatamente, o "Anjinho" prometia segurar o pessoal mais um pouquinho.Essa ideia fez um grande sucesso, muita gente elogiava a maneira de cobrar da Ocapana e o departamento de cobrança passou a ter menos trabalho.Com a loja matriz localizada na Rua Barão do Rio Banco, contava com filiais no centro, na Aldeota, e nas cidades de São Luís, Teresina, Salvador e Teresina.
No primeiro aviso o “anjinho Ocapana” muito feliz, lembrava o dia do vencimento; No segundo, já com o pagamento atrasado, o anjinho demonstrava preocupação, mas prometia segurar o pessoal da cobrança para que o nome do cliente não fosse inscrito no SPC. Solicitava porém, que o devedor providenciasse o pagamento, pois estava com dificuldades de cumprir a promessa. Na terceira carta, o "Anjinho" aparecia triste dizendo que tinha feito tudo para segurar o pessoal da cobrança, mas como o cliente não havia efetuado o pagamento o SPC iria ser informado do débito. Mas, se ele pagasse imediatamente, o "Anjinho" prometia segurar o pessoal mais um pouquinho.Essa ideia fez um grande sucesso, muita gente elogiava a maneira de cobrar da Ocapana e o departamento de cobrança passou a ter menos trabalho.Com a loja matriz localizada na Rua Barão do Rio Banco, contava com filiais no centro, na Aldeota, e nas cidades de São Luís, Teresina, Salvador e Teresina.
Com sede em Fortaleza, A King Joia atuava no ramo de joias, relógios e óculos, com seis lojas em nossa capital e 8 filiais espalhadas em várias cidades do Norte-Nordeste. Fundada em dezembro de 1968, pelo empresário José Alzemir França, a King Joia tinha seu escritório central à Rua Barão do Rio Branco, 1071.
Com sede e escritório central localizado na Avenida Almirante Barroso, 500, na Praia de Iracema, a Casas Pernambucanas, empresa do Grupo Lundgren Tecidos, era um dos gigantes do varejo: 130 lojas sendo 25 magazines, espalhadas por todo o Norte e Nordeste, 5100 empregados só no Estado do Ceará, operando com ramo misto: tecidos, confecções, cama e mesa, utensílios, móveis, brinquedos, eletrodomésticos e utilidades do lar, tapetes e artigos para decoração.
Com sua filial Di Roma,
eram lojas especialistas em moda masculina. A Milano foi fundada por Oscar Roque Bezerra,
Anselmo Roque Bezerra, Expedito Leite e Venício Prata, em 31 de agosto de 1965, ficava na Rua Major
Facundo, com frente para a Praça do Ferreira. A loja encerrou as atividades há cerca de 2 anos.
Carvalho Borges
Fundada em 1951, por
Paulo Roberto Carvalho, vendia eletrodomésticos, móveis, máquinas para
escritório, brinquedos, artigos para decoração, discos, artigos para carros e
muito mais. Tinha várias filiais espalhadas pelo Centro e matriz na Rua Pedro
Pereira, 460.
Casa Bicho
De propriedade do
comerciante português José Rodrigues Bicho, a loja vendia produtos masculinos e
era especialista em chapéus, tinha até um slogan: “Casa Bicho, o rei dos
chapéus Cury e Ramenzoni”. Os chapéus masculinos eram largamente usados em
Fortaleza até por volta dos anos 60. Fundada em 1954, tinha endereço na Rua
Major Facundo, 377.
A organização Eládio Bedê foi criada em 10 de setembro de 1959, instalando-se no número 814 da Rua Major Facundo, voltada para a venda de artigos esportivos, confecções, instrumentos musicais e brinquedos. O Grupo empresarial que tinha sua matriz na Rua Pedro Pereira, 464, contava com 5 filiais, espalhadas pelo Centro, Aldeota e Bairro de Fátima. A empresa ainda se encontra em pleno funcionamento.
Relojoaria Cruz de Ouro
Propriedade de Petrônio
de Aguiar Andrade, a Cruz de Ouro foi fundada em 10 de agosto de 1939, atuando
no ramo de joias, óculos e relógios. Tinha nove lojas em Fortaleza, todas no
centro e mais um Centro Óptico, que supervisionava a confecção das lentes.Ainda em atividade.
Empresa do grupo Ângelo Figueiredo, o lojão Anfisa foi fundado no dia 7 de julho de 1961, com endereço à Rua General Sampaio, 791, e se transformou num dos maiores e mais diversificados empórios de Fortaleza, comercializando materiais de construção, eletrodomésticos, móveis residenciais e de escritório, motores e bombas hidráulicas, bicicletas e acessórios, e mais de 30 mil outros artigos.
Rouvanni
A loja Rouvanni Roupas,
de moda masculina, estava instalada no local da antiga Broadway, esquina da Rua
Major Facundo com a Guilherme Rocha, na Praça do Ferreira. Na década de 1950, a loja
promoveu um dos maiores escândalos em Fortaleza: expôs em uma de suas vitrines
uma camisa vermelha, o que causou ajuntamento de pessoas que entre incrédulas e
horrorizadas, paravam para ver a peça. Era uma camisa de modelo convencional em
tecido de algodão, a polêmica toda era devido a cor vermelha. Homem usando
camisa vermelha, em Fortaleza, nos anos 50? Nem pensar.
A Lobrás era uma das chamadas lojas de departamentos e tinha filiais em vários Estados brasileiros. A filial de Fortaleza foi inaugurada em novembro de 1941, na Rua major Facundo, vizinha ao Edifício Majestic. Era chamada de 4.400 e incendiou-se em 1955, no mesmo sinistro que atingiu o Cine Majestic. Em 1957 foi inaugurada a 2ª. Lobrás, na Rua Major Facundo com a Travessa Pará, em frente ao Abrigo Central. Nesta loja, foi instalada a primeira escada rolante de Fortaleza. Encantados com a novidade, o povo formava fila, esperando a vez de utilizar a escada.
A Casa Parente é uma das lojas mais antigas de Fortaleza ainda em funcionamento. Foi inaugurada no dia 10 de junho de 1914, por Inácio Parente, instalada no velho sobrado do Comendador Machado, no local onde hoje se encontra o edifício do Excelsior Hotel. Em 1936 mudou-se para o Edifício Parente, construído pelo arquiteto Sylvio Jaguaribe Ekman. Em sua nova sede a Casa Parente funcionava em 5 andares e comercializava confecções, perfumes, cama e mesa, e mais uma infinidade de produtos.
Parte 1
http://www.fortalezaemfotos.com.br/2015/12/as-lojas-antigas-quando-cidade-cabia-no.html
pesquisa:
Anuário do Ceará 1972 e 1979
Marciano Lopes - Os Dourados Anos
Gilmar de Carvalho - O Gerente Endoidou - ensaios sobre publicidade e propaganda
fotos Anuário do Ceará e Arquivo Nirez
Gilmar de Carvalho - O Gerente Endoidou - ensaios sobre publicidade e propaganda
fotos Anuário do Ceará e Arquivo Nirez