Segundo dados do recenseamento no ano de 1900,
Fortaleza contava com uma população de 48.369 habitantes. Cinquenta anos
depois, esse número saltou para 270.169 moradores. Nesse intervalo de tempo – entre 1900 e 1950,
inúmeros estabelecimentos de ensino foram criados na cidade, atendendo o
aumento da demanda por educação e formação profissional. Eis alguns das
instituições educacionais surgidas nesse período.
Prédio do Colégio Nogueira inaugurado na Praça do
Carmo, esquina com a Rua Barão do Rio Branco, local onde depois esteve o Colégio
Farias Brito
Na residência de Meton de Alencar, na Rua General
Sampaio, ao lado da Casa Juvenal Galeno, funcionou o Externato Pedro II, de
Francisco Gonçalves, e a partir de 1918, o Colégio Nogueira. O Instituto de
Humanidades (Colégio Nogueira) inaugurado em 1904, destacou-se pelo
revolucionário método didático, tornando-se o melhor e mais procurado
educandário de Fortaleza. Tinha como lema revolucionário na pedagogia da época:
Ensinar não muito, mas ensinar bem, ensinar certo, levando o aluno por
processos naturais e ensinamentos concretos, a formar juízo perfeito de cada
uma das disciplinas professoradas na escola.
Colégio N. S. do Sagrado Coração (Doroteias) na Avenida Visconde do Rio Branco, encerrou as atividades no início dos anos 2000.
Em 1915, o Colégio N. S. do Sagrado Coração – o Colégio
das Irmãs Doroteias – instalou-se em edifício próprio na Avenida Visconde do
Rio Branco, com grande prestigio na cidade. A criação deveu-se a recomendação de D. Manuel da
Silva Gomes, o terceiro bispo do Ceará e o primeiro arcebispo metropolitano de
Fortaleza. Sua direção foi entregue às
Irmãs da Congregação de Santa Doroteias, e construído de acordo
com quatro referenciais importantes, nesse momento, para a educação da elite
feminina do Ceará: os ideais católicos; os pressupostos patrióticos baseados na
República recém instaurada; preparação para o casamento, à família e o lar e,
por fim, a criação de um ambiente condizente com o bem-estar saudável e civilizador oferecido
pela arquitetura monumental do prédio que se estabelecera.
O Colégio Cearense Sagrado Coração, dirigido pelos Irmãos Maristas, funcionou durante muito tempo na Avenida Duque de Caxias. Encerrou as atividades em 31 de dezembro de 2007.
O Colégio Cearense Sagrado Coração, surgiu em 1913, pelo empenho de quatro religiosos cearenses, entre os quais o Padre José Alves Quinderé, (monsenhor Quinderé). Este colégio localizava-se na antiga residência do Conselheiro Rodrigues Junior, na atual Rua Barão do Rio Branco, onde hoje se ergue o Edifício Diogo. Em 1916, os Irmãos Maristas, uma ordem fundada na França em 1817, pelo padre Marcelino Champagnat, assumiram a direção do colégio. No ano de 1917, funcionando com externato e internato, passou a funcionar na Avenida Duque de Caxias. Em 1937, por decreto do Governo Federal foi reconhecido como um dos melhores colégios do nordeste, equiparado ao Colégio Pedro II.
Colégio São João que funcionou na antiga Vila Quixadá, casa construída por Adolfo Quixadá e que foi utilizada como residência dos presidentes de Estado. Em 1976 foi vendido para a Organização Farias Brito.
Notável também foi a importância do Ginásio São João na educação dos jovens cearenses. Surgiu em 1930, sob direção do professor César Adolpho Campello, sob patrocínio de seu cunhado João da Frota Gentil e instalou-se na antiga Villa Adolpho Quixadá, na Avenida Santos Dumont.
Sede antiga na Avenida Imperador do Ginásio 7 de Setembro
O Ginásio 7 de Setembro, fundado em 07 de setembro
de 1935 pelo professor Edilson Brasil Soarez, com apenas dois alunos em uma
sala cedida pela Igreja Presbiteriana de Fortaleza. Em 1946 o Colégio mudou-se
para a Avenida do Imperador, onde funciona
até hoje.
foto do dia da inauguração do Instituto Lourenço Filho, dos professores Filgueiras Lima e Paulo Sarasate
Colégio Lourenço Filho, estabelecido em 07 de fevereiro de 1938 por Paulo Sarasate e Filgueiras Lima, se instalando em prédio na Rua Floriano Peixoto, entre as Ruas Pedro Pereira e Pedro I. Ainda hoje se destaca em suas funções.
Primeira sede do Colégio Farias Brito, fundado pelo
professor Adualdo Batista de Araújo, na esquina das Ruas Barão do Rio Branco e
Clarindo de Queiroz
O Colégio Farias Brito foi criado em 1935, pelo Professor Adualdo Batista de Araújo. Educador e administrador, Ary de Sá Cavalcante, atuou como professor e diretor deste colégio, entre 1941 até 1967, data em que faleceu. Sua família deu continuidade a sua obra.
Sede do Colégio Batista na Avenida santos Dumont (imagem google)
O Colégio Batista Santos Dumont foi fundado em 16 de janeiro de
1950, por um casal de missionários chegado a Fortaleza em 1946: o Dr. Burton de
Wolfe Davis e sua esposa Sarah Blanche Davis. Oferecia os cursos pré-primário e
primário. Funcionava na antiga Rua São Francisco, ainda sem numeração, hoje Rua
Desembargador Leite Albuquerque. O Dr. Burton além de pastor era arquiteto e
traçou as linhas de sua sede, uma espécie de templo grego.
Local onde funcionou o Ginásio Municipal Filgueiras Lima, na Rua Barão do Rio Branco, 1594 na Praça do Carmo na casa onde hoje está o Instituto do Ceará. Em 1966 mudou-se para a Avenida dos Expedicionários
Criado em abril de 1949 pela Lei Municipal n° 140, e
intitulado inicialmente Ginásio Municipal de Fortaleza. Instalou-se em 02 de
maio de 1951 em sua primeira sede, na Rua Barão do Rio Branco, 1594, na Praça
do Carmo, na casa onde hoje funciona o Instituto do Ceará. Seu primeiro diretor
foi o Dr. Jacinto Botelho de Sousa. A instituição visava atender à demanda por
educação que ocorria a partir da exigência de uma formação integral, que não
visava apenas a mera transmissão de conhecimentos. Em 1966 mudou-se para a
Avenida dos Expedicionários e passou a se chamar Colégio Municipal Filgueiras
Lima, em homenagem ao educador e poeta cearense Antônio Filgueiras Lima.
pesquisa:
Ideal Clube, História de uma Sociedade, de Vanius Meton Gadelha Vieira
Cronologia Ilustrada de Fortaleza, de Miguel Ângelo de Azevedo
sites das instituições
fotos do Arquivo Nirez