Noites de junho
(João de Barro e Alberto Ribeiro)
Noite fria, tão fria de junho
Os balões para o céu vão subindo
Entre as nuvens aos poucos sumindo
Envoltos num tênue véu
Os balões devem ser com certeza
As estrelas aqui desse mundo
As estrelas do espaço profundo
São os balões lá do céu
Balão do meu sonho dourado
Subiste enfeitado, cheinho de luz
Depois as crianças tascaram
Rasgaram teu bojo de listas azuis
E tu que invejando as estrelas
Sonhavas ao vê-las ser astro no céu
Hoje, balão apagado, acabas rasgado
Em trapos ao léu.
A tradição de comemorar o dia de São João veio de Portugal onde as festas são conhecidas pelo nome de santos populares e correspondem a diversos feriados municipais: Santo Antonio em Lisboa, São João no Porto, em Braga e em Almada e São Pedro em Seixal.
A tradição de acender fogueiras tem duas versões:
a versão pagã diz que as fogueiras juninas fazem parte da antiga tradição de celebrar o solstício de verão. A fogueira do dia Midsummer (24 de junho) tornou-se, desde a Idade Média, um atributo a festa de São João, o santo celebrado nesse mesmo dia.
A outra versão, a católica, afirma que o costume antigo teve suas raízes num acordo feito entre as primas Maria e Isabel. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxilio após o parto, Isabel deveria acender uma fogueira sobre um monte, de modo que Maria pudesse vê-la mesmo a distância.
O uso de balões e fogos de artifício são também de origem portuguesa, e fazem parte da fogueira e seus efeitos visuais. Os fogos serviam para despertar São João Batista. Os balões eram para avisar que a festa ia começar. Eram soltos de cinco a sete balões antes do inicio da festa.
A festa de São João ainda é comemorada em Portugal e em diversos países europeus. No Brasil os santos juninos são comemorados em grandes festas no Nordeste, com danças, quadrilhas e comidas típicas; o dia de 24 de junho é feriado em várias cidades.
Os costumes de acender de fogueiras e soltar balões tornaram-se ambientalmente incorretos: as fogueiras devido à escassez de matéria-prima para queima, e os balões por causa dos enormes riscos de incêndio que representam tanto para os espaços urbanos quanto os rurais.