Localizado
no Distrito de Água Verde, município de Guaiuba, no alto de uma pequena elevação as margens da CE-060, o casarão centenário, solitário e mal cuidado, desafia o
imaginário de moradores e visitantes, um enigma com muitas perguntas e poucas
respostas.
A fachada
externa e a disposição dos cômodos, denunciam um passado confortável, numa
residência de alto padrão, estilo neo colonial, ampla, espaçosa, com dois pavimentos e vista para o Maciço de Baturité,
que se desenha ao longe.
Mas é no segundo pavimento que essa regularidade é quebrada: diferente do primeiro piso, onde as divisões e usos são facilmente identificáveis, - salas, quartos, cozinha, etc, aqui essa disposição não é observada: uma infinidade de portas, janelas e corredores, curtos, baixos, com pequenas aberturas para passagem da luz e do ar; portas e tetos tão baixos, que pessoas só tem acesso, se agachados. Dizem alguns que aqueles pequenos cômodos, alguns com grades, eram alojamentos de escravos.
Mas é no segundo pavimento que essa regularidade é quebrada: diferente do primeiro piso, onde as divisões e usos são facilmente identificáveis, - salas, quartos, cozinha, etc, aqui essa disposição não é observada: uma infinidade de portas, janelas e corredores, curtos, baixos, com pequenas aberturas para passagem da luz e do ar; portas e tetos tão baixos, que pessoas só tem acesso, se agachados. Dizem alguns que aqueles pequenos cômodos, alguns com grades, eram alojamentos de escravos.
Vale a pena lembrar que o casarão fica numa região próxima as antigas fazendas de café que era cultivado na área do Maciço de Baturité, e de Redenção, primeira cidade a libertar seus escravos no Ceará.
Particularmente, não creio. Primeiro
porque as senzalas eram construídas nos subsolos ou porões das residências, e não no primeiro andar, com
vistas para as vastas terras ao redor. Segundo, porque não há nenhum resquício,
nenhuma marca, nenhum ferro, nenhuma argola característicos das senzalas, ou de um lugar onde os escravos infratores purgavam
suas faltas, ou de que ali fossem alojados. Então fica a pergunta? Para que serviam?
O casarão da Agua Verde foi construído no século XIX, e dizem, sofreu algumas alterações em relação a sua construção original; consta que o último proprietário faleceu ali, e desde então ficou abandonado; que várias pessoas já testemunharam eventos paranormais dentro do imóvel , tais como gritos, lamentos, vozes e sussurros; e que um tesouro foi enterrado lá dentro. E contam ainda, que um morador local, viu a casa envolta num incêndio que durou toda a noite. De manhã, o morador foi até lá para avaliar os estragos, e constatou que não houvera incêndio algum, tudo estava como antes. Finalmente, talvez para apimentar o enigma, a construção ostenta uma cruz no teto.
O casarão da Agua Verde foi construído no século XIX, e dizem, sofreu algumas alterações em relação a sua construção original; consta que o último proprietário faleceu ali, e desde então ficou abandonado; que várias pessoas já testemunharam eventos paranormais dentro do imóvel , tais como gritos, lamentos, vozes e sussurros; e que um tesouro foi enterrado lá dentro. E contam ainda, que um morador local, viu a casa envolta num incêndio que durou toda a noite. De manhã, o morador foi até lá para avaliar os estragos, e constatou que não houvera incêndio algum, tudo estava como antes. Finalmente, talvez para apimentar o enigma, a construção ostenta uma cruz no teto.
E assim, de história em história, de depoimentos e de relatos fascinantes, o casarão da Água Verde vai construindo sua lenda, sua história de mistério e seus casos imponderáveis.
Ficamos por cerca de uma hora, no período da tarde e vimos sim, algumas coisas; muitos morcegos, gigantescas casas de marimbondos, muito lixo, rastros inequívocos da passagem de consumidores de drogas como as latinhas do crack - fiquei o tempo todo com medo deles – os vivos – aparecerem, restos de ossos, de fogueiras, e o fascínio de um lugar que encerra algumas curiosidades que ninguém ousa explicar.
Com a duplicação da CE-060, em curso, havia a preocupação de que o casarão viesse a ser demolido: não o será. Já foi feito o desvio da rodovia, contornando o imóvel, o que deixará o casarão entre as duas pistas da CE. Guaiuba fica a 41 kilometros de Fortaleza.
fotos de Rodrigo Paiva
fev/2014