A promessa é que seria
um megaempreendimento à beira-mar, no aprazível litoral de Aracati, nível
internacional, com capacidade para receber até 1.100 pessoas. O projeto contava
com salão de convenções, auditório com capacidade para 130 pessoas, salas de
apoio para a realização de eventos, dois restaurantes, parque aquático, piscinas,
lojas, um hotel resort 5 estrelas com 166 apartamentos, uma pousada com 20
apartamentos e três condomínios num total de 96 apartamentos.
O local denominado Porto
Canoa foi inaugurado em 1996, com boa parte construída, iniciativa do
empresário Clodomir Girão e aporte de capital de sócios estrangeiros. Seria o
primeiro grande empreendimento hoteleiro de Canoa Quebrada, mais próximo,
porém, da Praia de Majorlândia. O
projeto se arrastou por 10 anos, sem se estabilizar. Os investimentos ficaram
escassos e houve debandada dos investidores estrangeiros. O resort nunca chegou
aos 100% de ocupação e decaiu mais ao longo do tempo. O Porto Canoa mostrou-se
um retumbante fracasso.
Hoje quem passa no
sentido Leste a partir de Canoa Quebrada em direção a praia de Majorlândia se
depara com os restos da construção: a parte do empreendimento que corresponde
ao condomínio de apartamentos adquiridos por particulares, ainda está lá. São
três blocos de apartamentos de tamanhos variados, regularmente ocupados,
geralmente no sistema de aluguel por temporada, em local isolado, com praia privativa,
mas sem acesso, sem infraestrutura por perto, e bem longe dos atrativos da famosa
Vila de Canoa Quebrada.
O resto é abandono. As
únicas vizinhas são as ruínas e a solidão. A começar pelo acesso pela praia ao resort, uma
via em mau estado, cheia de mato, deserta e solitária. À noite, é de se esperar
que a escuridão tome de conta. (tem acesso também pela CE 371). As ruínas das construções ficam dos dois lados
da estrada, prédios, piscinas, colunas, pisos, azulejos, testemunhas do enorme
desperdício de recursos empregados no malogrado projeto hoteleiro, que
pretendia ser o maior da região.
De bom e bonito, restam a paisagem natural, o mar verde esmeralda de Aracati, as belas praias e alguns coqueiros, que felizmente não dependem nem dos recursos nem da (falta de) competência de nenhum empreendedor, e continuam formosas. Apesar deles.