domingo, 28 de setembro de 2014

Parque Ecológico Rio Branco

Acessos Avenida Pontes Vieira e Rua Capitão Gustavo: piso esburacado e poluição visual devido as pichações.

Localizado no bairro Joaquim Távora o Parque Ecológico Rio Branco tem a entrada principal voltada para a Avenida Pontes Vieira, com acessos pela Rua Capitão Gustavo, Avenida Visconde do Rio Branco, e Rua Castro Alves.
Criado em 1992, com área de 75.825 m², a origem do parque remonta ao ano de 1976, quando foi considerada de utilidade pública para fins de desapropriação e destinada a Zona de Preservação Paisagística, o local da nascente do Riacho Rio Branco.  No entanto, só em 1992 a área foi considerada de utilidade pública para preservação e autorizada a construção do parque, a partir de projeto da EMLURB.

situação do riacho Rio Branco
No passado, o terreno correspondia a quintais de residências e sítios, onde eram desenvolvidas atividades de criação de gado e horticultura. Nesta área existiam três riachos que foram  canalizados. Além de residências, existia no entorno do parque uma indústria de moagem e torrefação de café (Café WalCan), além de pequenos estabelecimentos comerciais,
postos de gasolina, serrarias, igrejas, oficinas, e outras atividades comerciais que ainda permanecem. No projeto original constava a construção de quatro quadras de tênis, campo de futebol Society, quadra polivalente, restaurante, duas quadras de voleibol, playground, circuito de caminhada, estacionamentos e praças junto aos acessos de suas entradas. Mas o projeto original não foi completamente executado. 

Seria uma bela área verde, local ideal para caminhada, lazer e diversão, se o parque fosse melhor administrado. Do jeito que está, é só mais local que serve para esconderijo de ladrões e moradores de rua.

Esse local há muito tempo não é limpo nem varrido


As pistas para caminhadas estão, no geral, em bom estado; mas há lixo por toda parte, os equipamentos mostram sinais de abandono e são pouco aproveitados: existe um anfiteatro com arquibancadas, mas nunca nenhum evento foi realizado, que justificasse a existência do local. O espaço entre as arquibancadas está tomado pelo mato.  

Em 1998, a partir de pesquisa realizada pelo Movimento Proparque, os moradores dos bairros Joaquim Távora, Tauape e Fátima, fizeram algumas sugestões que foram incluídas na proposta de reforma  iniciada em 2000. O Decreto n° 10.789, de 16 de junho de 2000, determinou a ampliação da área do parque, o que não ocorreu, segundo o movimento Proparque, durante a reforma do ano 2000 houve na verdade, redução da área do parque Rio Branco, já que terrenos da Avenida Visconde do Rio Branco e da Rua Castro Alves foram excluídos dos limites originais. 

As mesinhas e bancos para jogos de tabuleiro estão quebrados

Os brinquedos estão vazios mesmo num domingo a tarde: a insegurança ronda o parque e os frequentadores são, com alguma frequência,  vítimas de roubos ou furtos.


Leio na mídia que o parque foi revitalizado há cerca de um ano. Mas como acontece com outros espaços revitalizados da cidade, não há manutenção nem fiscalização, de modo que, num curto prazo, o local está novamente deteriorado
 
O Parque é uma Área de Proteção Permanente (APP) e o Movimento Proparque luta para transforma-lo em uma unidade de conservação, integrada ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) o que o transformaria em parque natural e traria investimento para o local. Eles também reivindicam a regularização do parque e um plano de manejo.

Texto extraído do artigo: Dinâmica dos Parques Urbanos de Fortaleza-CE: considerações sobre o Parque Rio Branco,  de Anna Erika Ferreira Lima e Nayara Maria Moura Rocha.
fotos de Rodrigo Paiva
set/2014 
 

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Alguns Imóveis do Século XIX no centro


Paço Municipal – Palácio João Brígido 

Construído no início do século XIX,  o edifício  da Rua São José era um armazém de alimentos de propriedade do  de propriedade do Sargento-Mor Antônio Francisco da Silva, um dos antepassados da família Albano. 


Dos Albano, o armazém passou para os Guimarães, outro poderoso clã da cidade.  No século XIX, a chácara dos Guimarães era um oásis à beira do Pajeú e ainda afastado do Centro da cidade, embora fosse perto da Catedral.
Em 1866 foi comprado pela Tesouraria da Fazenda por 60 mil réis. Mais tarde, conforme contrato entre a igreja e o governo, foi transferido para a Diocese para servir de sede ao Bispado. A partir daí passou a ser conhecido como Palácio do Bispo. Entre 1866  e 1892 passou por reformas, sendo então entregue ao Bispado. 
No dia 27 de fevereiro de 1973, o Palácio foi vendido à Prefeitura de Fortaleza, e passou por reformas para receber o Gabinete do Prefeito e outros órgãos municipais. Em nova reforma ocorrida em 1975, foi derrubado o muro de alvenaria que havia em torno do imóvel permitindo a visão do bosque Dom Delgado – projetado por Burle Marx – à população de Fortaleza e aos turistas. O muro foi substituído por uma grade. 


O Paço Municipal foi  sede da administração de Fortaleza ininterruptamente até 1991, quando o prefeito Juraci Magalhães levou seu Gabinete para o bairro Serrinha, e o prédio passou a abrigar a Secretaria do Trabalho e Ação Social da Prefeitura e provisoriamente a Fundação Cultural de Fortaleza, que funcionava na Praça do Ferreira, numa galeria que havia no subsolo; com a reforma da praça em 1991, o local deixou de existir.  
Seu sucessor, Antônio Cambraia, reformou o Paço e trouxe o Governo Municipal de volta ao Centro. Juraci voltou à Prefeitura em 1997, sendo reeleito em 2000. Em seu terceiro mandato, novamente tirou seu gabinete do Palácio, deixando o prédio para a utilização de diversas secretarias.


Em janeiro de 2010, depois de nova reforma o Palácio João Brígido recebeu de volta o Paço Municipal. Mais uma vez, a administração municipal voltou ao centro de Fortaleza. 

Palacete Avenida Central


Construído na década de 1830, por Joaquim Ignácia da Costa Miranda, para sua residência. Neste local funcionaram o Hotel Avenida e várias repartições, como a Codagro, Departamento de Expansão Econômica, Departamento de Estatística , primeira sede do BNB, Prefeitura de Fortaleza e Câmara dos Vereadores, e o Polo Central de Atendimento Social a Criança e ao Adolescente, inaugurado em setembro de 1992 para atender os meninos de Rua.


A edificação pertenceu à família Cavalcante, umas das famílias mais importantes da cidade. o imóvel mostra claramente a importância que tinha para a vila pela situação privilegiada que ocupava na vizinhança da Sé e da fortaleza. Anos mais tarde foi construído um anexo para albergue de meninos na parte leste alterando consideravelmente o seu entorno. 


Atualmente funciona no local o Casarão dos Fabricantes, que abriga revendedores de confecções, bolsas e artesanatos. Fica na Avenida Alberto Nepomuceno, 339, esquina com a Rua Rufino de Alencar. 

Sociedade União Cearense


Construído no final do século XIX, foi sede do primeiro clube social da cidade, a Sociedade União Cearense (Clube Cearense). Também abrigou o Grand Hotel do Norte, de propriedade do francês Norberto Golinac, onde funcionou a primeira sorveteria de Fortaleza. Em 7 de março de 1895 recebeu as instalações do Correio, vindo do térreo da Assembleia Legislativa, que permaneceu no local até 1934. Em 1935 foi adquirido pela The Ceará Tramway Light and Power, empresa inglesa que explorou os serviços de energia e transportes coletivos. A partir de 1948, com a encampação da Light pela prefeitura de Fortaleza, o prédio passou para a empresa de eletricidade, primeiro CONEFOR, mais tarde COELCE. 

 


O prédio ficou abandonado por mais de 20 anos, chegando a ruir parcialmente em decorrência das chuvas no ano 2000. Depois foi adquirido pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC)




A partir dos anos 2000, o prédio começou a ser recuperado com verbas do mecenato. Hoje, totalmente recuperado, abriga o Museu da Indústria, inaugurado recentemente.


fontes:
Caminhando por Fortaleza, de Francisco Benedito
fotos: FIEC, Arquivo Nirez e Fortaleza em Fotos