A primeira sessão cinematográfica no Brasil teria
ocorrido em 1896, no Rio de Janeiro. Projeções itinerantes aconteceram por esse
período país afora, inclusive em Fortaleza – os filmes eram exibidos como
curiosidades nos intervalos das apresentações de circo ou em locais públicos, a
exemplo de praças, cafés e parques de diversões. Depois, surgiram as salas
fixas de exibições.
O primeiro cinematógrafo de Fortaleza teria surgido em
1908, instalado pelo italiano Vitor di Maio, vindo do Rio de Janeiro – onde
também inaugurara o primeiro cinema brasileiro. A seguir, outros cinematógrafos
surgiram na capital cearense, como o Rio Branco, do italiano Henrique Mesiano,
e o popular Cassino Cearense, de Júlio Pinto, ambos de 1909.
Júlio Pinto, nascido em Icó, foi um comerciante e industrial dos mais ativos no Ceará no começo do século passado, parente de Nogueira Accioly. Em 1911 aparecia o Cine Polytheama, de José de Oliveira Rola. Havia outras pequenas salas de exibição pela periferia.
Júlio Pinto, nascido em Icó, foi um comerciante e industrial dos mais ativos no Ceará no começo do século passado, parente de Nogueira Accioly. Em 1911 aparecia o Cine Polytheama, de José de Oliveira Rola. Havia outras pequenas salas de exibição pela periferia.
Durante a apresentação dos filmes, que eram mudos,
um pianista tocava. Em 1932 chegava à cidade o cinema falado. De início os
filmes eram voltados para as camadas populares, como uma diversão barata. O
público, sobretudo o masculino, lotava as pequenas salas de exibição. Depois a
diversão tornou-se mais elitizada, direcionada para os setores abastados e com
filmes dirigidos também para as mulheres. Deixou de ser mera curiosidade para
virar um negócio lucrativo. Apesar das salas terem se tornado um espaço
elitizado, eram comuns as reclamações quanto à gritaria e molecagens do
público, além do forte cheiro de cigarro durante as sessões.
Cine teatro
Majestic Palace
foi construído pelo comerciante Plácido de Carvalho, com
endereço na Rua Major Facundo. Encerrou suas atividades em 1968, quando um
grande incêndio destruiu a sala de projeção.
Cine Moderno
Ficava na Rua Major Facundo vizinho ao Majestic. Foi construído por Plácido de Carvalho, inaugurado em 1922 e explorado comercialmente por Luiz Severiano Ribeiro. Também encerrou as atividades em 1968, em decorrência de um incêndio em suas instalações.
Ficava na Rua Major Facundo vizinho ao Majestic. Foi construído por Plácido de Carvalho, inaugurado em 1922 e explorado comercialmente por Luiz Severiano Ribeiro. Também encerrou as atividades em 1968, em decorrência de um incêndio em suas instalações.
Em 1917 surgiria o Majestic Palace, o primeiro
grande e moderno cinema da capital, situado na Praça do Ferreira. Também ocorria
ali a apresentação de peças teatrais, de artistas e até luta de boxe! No ano de
1921 apareceu o Cine Moderno. Somente em 1940 e 1958 surgiriam cinemas de igual
porte, o Diogo e o São Luiz respectivamente. Eram prédios luxuosos, visando
atender ao bom gosto das elites em seu lazer. Os citados cinemas e luxo foram
criados por um dos negocistas mais conhecidos no País no ramo de exibições
cinematográficas: Luiz Severiano Ribeiro.
Nascido em Baturité, no ano de 1895, Luiz Severiano
Ribeiro conseguiu destaque no comércio de Fortaleza como proprietário de
livrarias e papelarias. Buscando diversificar os negócios, entrou para a
atividade de exibição de filmes – em 1915 inaugurava o Cine Riche, em parceria
com Alfredo Salgado, rico comerciante local.
Cine Diogo
Instalado no térreo
do Edifício Diogo, foi inaugurado em 1940, na Rua Barão do Rio Branco. Era propriedade
de Luiz Severiano Ribeiro.
Cine São Luiz
inaugurado em 26 de março de 1958, construído por Luiz Severiano Ribeiro. Foi o
maior e o mais luxuoso cinema do centro.
Fundou vários cinemas,
especialmente os luxuosos, que eram uma tendência da época em outras cidades do
mundo – com um público mais abonado. Os lucros também seriam maiores. Os
cinemas concorrentes acabaram falindo e Severiano Ribeiro passou a monopolizar
a atividade, não só de exibição, mas também de distribuição de filmes nos anos
1920. Chegava a pagar aos concorrentes para manterem suas salas fechadas.
Logo
expandiu os negócios e o monopólio para outros estados do País – mudou-se para
o Rio de Janeiro em 1926. Em sociedade com empresas cinematográficas dos EUA,
conseguiu o direito de exibir com exclusividade os lançamentos de filmes em
seus cinemas (depois, as películas iriam para outras salas de exibições). Nesse
lucrativo esquema, edificou um verdadeiro império de cinemas. Faleceu em 1971.
Extraído do livro
História do Ceará, de Airton de Farias.
fotos do Arquivo Nirez
História do Ceará, de Airton de Farias.
fotos do Arquivo Nirez