O primeiro museu particular do Ceará foi fundado pelo
professor Francisco Dias da Rocha, na própria residência da família, uma casa
na esquina da Avenida Tristão Gonçalves (antiga Rua do Trilho de Ferro), com a
Rua São Paulo. A partir de 1898, o professor Dias da Rocha deixando o comércio,
atividade que exercia até então, entregando-se completamente aos estudos das
ciências, e a aquisição de espécimes da fauna e da flora cearense.
Professor Dias da Rocha no seu gabinete de estudos
De posse dessas coleções organizou um museu a que deu o nome
de Museu Rocha, composto das seções de Botânica, Arqueologia, Mineralogia e
Zoologia e um jardim com coleções de Fougeras, Cactáceas, Aráceas Cearenses e
de muitas outras espécies vegetais nativas.
Para maior divulgação do acervo do museu, e como instrumento de estudo, o professor deu início
à publicação do Boletim do Museu Rocha. O primeiro número, correspondente a
janeiro, foi distribuído no dia 6 de julho de 1908.
Passeio público, onde por diversas
vezes o Professor Dias da Rocha se deslocava com seus alunos da Escola
de Agronomia, para dar aulas prática de botânica
O Museu Rocha foi instalado na Avenida Tristão Gonçalves,
nos prédios n°s 157, 161 e 167, imóveis adquiridos pelo pai de Francisco dias
da Rocha, fundado por iniciativa particular e exposto à visitação pública aos
domingos, sem que para isso, tenha recebido qualquer subvenção dos órgãos públicos, para manutenção ou
aquisição das coleções. Com o tempo, o
Museu Rocha foi agrupando outras coleções às já existentes, ficando com 850
exemplares, considerada a maior coleção da América do sul. Das coleções constavam peças como animais
empalhados, coleções da fauna cearense,
utensílios, adornos indígenas, cachimbos,
coleções arqueológicas, variada coleção mineralógica, tudo regional.
Professor Dias da Rocha, aos 70 anos, no jardim de sua residência à Rua 24 de maio, 214
Sessenta anos depois de sua fundação, o Museu Rocha foi
desapropriado pelo Governo do Estado do Ceará, subdividindo suas coleções, destinadas
a diversos órgãos do Estado, como Secretaria de Agricultura, Escola de
Agronomia, Instituto de Educação Justiniano de Serpa, onde se reorganizou o
Museu Professor Dias da Rocha, a cargo da professora Adelides Arrais.
extraído do livro
O bonde e outras recordações,
de Zenilo Almada