segunda-feira, 30 de abril de 2012

Museu Rocha: O Primeiro Museu Particular do Ceará


O primeiro museu particular do Ceará foi fundado pelo professor Francisco Dias da Rocha, na própria residência da família, uma casa na esquina da Avenida Tristão Gonçalves (antiga Rua do Trilho de Ferro), com a Rua São Paulo. A partir de 1898, o professor Dias da Rocha deixando o comércio, atividade que exercia até então, entregando-se completamente aos estudos das ciências, e a aquisição de espécimes da fauna e da flora cearense. 

 Professor Dias da Rocha no seu gabinete de estudos

De posse dessas coleções organizou um museu a que deu o nome de Museu Rocha, composto das seções de Botânica, Arqueologia, Mineralogia e Zoologia e um jardim com coleções de Fougeras, Cactáceas, Aráceas Cearenses e de muitas outras espécies vegetais nativas.  Para maior divulgação do acervo do museu, e  como instrumento de estudo, o professor deu início à publicação do Boletim do Museu Rocha. O primeiro número, correspondente a janeiro, foi distribuído no dia 6 de julho de 1908. 

Passeio público, onde por diversas vezes o Professor Dias da Rocha se deslocava com seus alunos da Escola de Agronomia, para dar aulas prática de botânica

O Museu Rocha foi instalado na Avenida Tristão Gonçalves, nos prédios n°s 157, 161 e 167, imóveis adquiridos pelo pai de Francisco dias da Rocha, fundado por iniciativa particular e exposto à visitação pública aos domingos, sem que para isso, tenha recebido qualquer subvenção  dos órgãos públicos, para manutenção ou aquisição das coleções.  Com o tempo, o Museu Rocha foi agrupando outras coleções às já existentes, ficando com 850 exemplares, considerada a maior coleção da América do sul.  Das coleções constavam peças como animais empalhados, coleções da  fauna cearense, utensílios, adornos indígenas, cachimbos,  coleções arqueológicas, variada coleção mineralógica, tudo regional. 

 Professor Dias da Rocha, aos 70 anos, no jardim de sua residência à Rua 24 de maio, 214

Sessenta anos depois de sua fundação, o Museu Rocha foi desapropriado pelo Governo do Estado do Ceará, subdividindo suas coleções, destinadas a diversos órgãos do Estado, como Secretaria de Agricultura, Escola de Agronomia, Instituto de Educação Justiniano de Serpa, onde se reorganizou o Museu Professor Dias da Rocha, a cargo da professora Adelides Arrais

extraído do livro
O bonde e outras recordações, 
de Zenilo Almada

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