A 15 de Novembro é o nome de uma rua no Montese que, a
exemplo da velha Estrada do Gado, é uma parte integrante da história do bairro.
Quando o bairro ainda era chamado de Pirocaia, a rua era apenas uma estrada
margeada de cerca de arame farpado, desde a Avenida João Pessoa ate um sítio de
propriedade da família Monteiro.
Com a construção do campo de pouso do Cocorote em 1942, ampliado no ano seguinte, aquela propriedade foi cedida, inclusive aos americanos aquartelados em Fortaleza. Uma capelinha dedicada a Nossa Senhora Aparecida, existente ali, foi demolida. Naquela época, a antiga estrada foi pavimentada em pedra tosca revestida de cimento, passando a servir de único acesso ao aeroporto, durante e após a guerra até a construção da Avenida Luciano Carneiro no começo da década de 60. Com um quilometro de extensão, começando na Avenida João Pessoa, ali onde se localiza o Bar Avião, terminava no portão que dava acesso também à Base Aérea de Fortaleza. Atualmente ela termina na Avenida Carlos Jereissati.
Com a construção do campo de pouso do Cocorote em 1942, ampliado no ano seguinte, aquela propriedade foi cedida, inclusive aos americanos aquartelados em Fortaleza. Uma capelinha dedicada a Nossa Senhora Aparecida, existente ali, foi demolida. Naquela época, a antiga estrada foi pavimentada em pedra tosca revestida de cimento, passando a servir de único acesso ao aeroporto, durante e após a guerra até a construção da Avenida Luciano Carneiro no começo da década de 60. Com um quilometro de extensão, começando na Avenida João Pessoa, ali onde se localiza o Bar Avião, terminava no portão que dava acesso também à Base Aérea de Fortaleza. Atualmente ela termina na Avenida Carlos Jereissati.
Além do seu passado histórico, a Rua 15 de Novembro teve também o seu lado pitoresco. Por ela passaram importantes personalidades, não só nacionais, mas também muitos estrangeiros que visitavam o Ceará e desembarcavam no Aeroporto do Cocorote. Foram chefes de Estado, ministros, embaixadores artistas e muitas outras figuras importantes, inclusive oficiais e praças norte-americanos, sempre em carro aberto, expostos à curiosidade dos moradores. Esses carros, modelo Ford, Hudson e Mercury eram de propriedade do Sr. Altenor Ribeiro Câmara, que morava nas proximidades do portão da base - e eram alugados à Panair do Brasil, para transporte dos passageiros que desembarcavam no Cocorote. Com a pavimentação da via, os sítios e mansões deram lugar a novas construções e ao casario de hoje.
O antigo terminal do Aeroporto Pinto Martins - O aeroporto teve suas origens na pista do Alto da Balança,
construída na década de 1930 e utilizada até 2000 pelo Aeroclube do Ceará.
Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu de base de apoio às Forças Aliadas,
época em que foi construída a segunda pista de pousos e decolagens (Base do
Cocorote), que é a atual pista principal do Aeroporto de Fortaleza. Em 13 de
maio de 1952, o aeroporto ganhou o nome de Pinto Martins. (foto O Povo)
Fachada atual do Aeroporto Pinto Martins
Não se sabe exatamente o ano, mas presume-se que tenha sido
no período da guerra, por ocasião da transferência do campo de pouso do Pici
para o Cocorote que, Antônio de Paulo Lemos, inspirado pela presença constante
de aeronaves entre a Base do Pici e do Cocorote, teve a ideia de construir, em
frente ao Asilo (Hospital São Vicente de Paulo), início da Rua 15 de Novembro,
uma caixa d’água no formato de um avião bimotor, o que deu origem ao famoso Bar
Avião, que foi ponto de encontros e hoje é referência entre Montese e Parangaba.
Bar Avião à época da inauguração, na década de 1940 (arquivo Nirez)
Bar Avião atualmente, em reforma (foto de set/2013)
A notoriedade da Rua 15 de novembro deveu-se também ao fato
de que durante a guerra, com a presença de oficiais e praças norte-americanos,
tornou-se um dos lugares onde as garotas da alta sociedade fortalezense passeavam
com seus namorados louros e de olhos azuis, quando saíam dos ambientes sociais no
centro em cidade, em direção aos aposentos da tropa na Base do Cocorote. As
moças, consideradas avançadas para a época receberam o apelido jocoso de Coca-Colas,
uma analogia ao refrigerante um tanto desconhecido por aqui, mas largamente
consumido pelos americanos.
Os pontos preferidos pelos gringos para as suas diversões eram a Praça do Ferreira, o Bar Jangadeiro ou a Praia de Iracema, onde o Estoril servia de cassino para os americanos com as jovens cearenses. Foi também nessa época que a lagosta começou a ser valorizada, uma descoberta dos americanos na Praça do Ferreira, onde o produto era oferecido na calçada da Floriano Peixoto a preços baixíssimos. Nas bancas a lagosta era oferecida para cozida, pronta para ser consumida. E foi pela 15 de Novembro que saíram as primeiras remessas do produto, rumo ao Exterior. Era ali também que ficava a Fábrica Santa Cecília, que tanto contribuiu para a geração de emprego e para o desenvolvimento da indústria têxtil do Estado, e que lamentavelmente está há anos desativada. Longe vai o tempo em que se ouvia, às quatro e meia da manhã, o apito da fábrica chamando os empregados para mais um dia de trabalho, a maioria, humildes operários moradores nas redondezas.
Estoril, na época em que funcionava como cassino dos oficiais americanos (USO) Foto Nirez
Os pontos preferidos pelos gringos para as suas diversões eram a Praça do Ferreira, o Bar Jangadeiro ou a Praia de Iracema, onde o Estoril servia de cassino para os americanos com as jovens cearenses. Foi também nessa época que a lagosta começou a ser valorizada, uma descoberta dos americanos na Praça do Ferreira, onde o produto era oferecido na calçada da Floriano Peixoto a preços baixíssimos. Nas bancas a lagosta era oferecida para cozida, pronta para ser consumida. E foi pela 15 de Novembro que saíram as primeiras remessas do produto, rumo ao Exterior. Era ali também que ficava a Fábrica Santa Cecília, que tanto contribuiu para a geração de emprego e para o desenvolvimento da indústria têxtil do Estado, e que lamentavelmente está há anos desativada. Longe vai o tempo em que se ouvia, às quatro e meia da manhã, o apito da fábrica chamando os empregados para mais um dia de trabalho, a maioria, humildes operários moradores nas redondezas.
Atualmente há um projeto de alargamento de 14 metros que, se
executado, a Rua 15 de Novembro voltará a categoria de avenida, título que
perdeu com a evolução do bairro.
extraído do livro de Raimundo Nonato Ximenes
de Pirocaia a Montese