sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A População em Fotos


senhora da sociedade sobralense em fotos do final do século XIX.

Aconteceu em Fortaleza, como no resto do país no final do Século XIX – início do século XX, uma verdadeira febre por fotos. Sem contar com o deleite de acompanhar a novidade que a Europa exportara - o que já dava um ar de modernidade -  havia também o prazer em guardar suas próprias imagens para a posteridade. 

toda a imponência da moda por volta de 1880-89. Os complementos ( sombrinha, chapéu) eram indispensáveis.

Até então as pinturas de retratos ficavam restritas apenas aos mais abastados, já que ser retratado por um pintor, era caro e complicado.
As elites e classe média que podiam pagar pelas fotos, penduravam fotografias de entes queridos pelas paredes das casas, colecionavam fotos em caixas, montavam álbuns luxuosos, encomendavam fotografias e faziam dedicatórias no verso a conhecidos e parentes.
Em Fortaleza os pioneiros dos estúdios fotográficos surgiram a partir de 1872:
Lopes Brandão, instalado na Rua da Palma (atual Major Facundo); Reckely e Cia.,com estúdio na Rua do Cajueiro (atual Pedro Borges); o estúdio do dinamarquês Niels Olsen, partir de 1895 na Rua Formosa (atual Barão do Rio Branco),
e Moura Quinau a partir de 1899. 
Em todos eles era necessário agendar dia e hora.

mais uma fotografia de estúdio, e a riqueza dos detalhes que compõem o cenário
 
Frequentar esses estúdios era sinal de riqueza e prestigio social. As mulheres iam muito bem vestidas, com todo luxo e requinte que lhes permitia o figurino francês, então em voga na cidade. As famílias da elite compareciam aos estúdios fotográficos em peso, para eternizar a imagem do clã.
As fotografias da primeira metade do século XX destacam-se pela excelente qualidade
(Ah!Fortaleza)

Na primeira metade do Século XX, a fotografia continuou sendo um luxo para poucos. o desenvolvimento das técnicas de reprodução fotográfica possibilitou a multiplicação da imagem fotográfica em quantidades cada vez maiores.
Havia também grande procura por postais e fotos de monumentos importantes de Fortaleza, símbolos da “civilidade” que as elites tanto buscavam.

 cartão postal colorizado a mão do cruzamento das Ruas Guilherme Rocha com Floriano Peixoto na Praça do Ferreira. Anos 1920 (Ah! Fortaleza)
 Cartão postal colorizado a mão da Rua Formosa (atual Barão do Rio Branco), 1908
 (Ah! Fortaleza)
cartão postal colorizado a mão da Praça do Ferreira -1911 (Ah! Fortaleza)

As fotografias da cidade mostram as reformas urbanas da modernidade: a retificação das ruas, o saneamento, a iluminação pública e o aformoseamento, são enquadrados nos novos cenários urbanos. Somente após a segunda-guerra a fotografia tornou-se acessível a todas as classes sociais.   

fotos das senhoras: 
livro Capitulo da História da Fortaleza do Século XIX, de Eduardo Campos 
pesquisa: História do Ceará, de Airton de Farias 

3 comentários:

Eugênia disse...

Lembro que a foto da minha 1ª comunhão foi feita no estúdio Esdras. Pense na situação: sair de casa às 3 da tarde, vestida com bata, véu, vela na mão, tudo branco, pra fazer a foto alguns dias após o evento. Mas valeu a pena. Ainda hoje guardo com carinho o resultado de tanto trabalho que nossos pais tiveram para proporcionar tal lembrança em preto e branco.

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Tenho muitas fotos, de meus antepassados, do século XIX. Acho lindas, todos tão elegantes! Quase todas feitas no estúdio N.Olsen.
Lembro-me do Estudio Sales e do Esdras.
Adorei a matéria, bem do meu gosto!
Boa semana !

Fátima Garcia disse...

Adoro fotografias, velhas novas, de gente, de paisagens. Tenho tentado fazer uma postagem sobre os estudios fotográficos da primeira metade do século, Esdras, foto oriente, foto sales, ideal, e muitos outros, mas não encontro muitas referencias, só sobre um ou outro. Mas continuo pesquisando, aguardem.