senhora da sociedade sobralense em fotos do final do século XIX.
Aconteceu em Fortaleza, como no resto do país no final do Século XIX – início do século XX, uma verdadeira febre por fotos. Sem contar com o deleite de acompanhar a novidade que a Europa exportara - o que já dava um ar de modernidade - havia também o prazer em guardar suas próprias imagens para a posteridade.
Até então as pinturas de retratos ficavam restritas apenas aos mais abastados, já que ser retratado por um pintor, era caro e complicado.
As elites e classe média que podiam pagar pelas fotos, penduravam fotografias de entes queridos pelas paredes das casas, colecionavam fotos em caixas, montavam álbuns luxuosos, encomendavam fotografias e faziam dedicatórias no verso a conhecidos e parentes.
Em Fortaleza os pioneiros dos estúdios fotográficos surgiram a partir de 1872:
Lopes Brandão, instalado na Rua da Palma (atual Major Facundo); Reckely e Cia.,com estúdio na Rua do Cajueiro (atual Pedro Borges); o estúdio do dinamarquês Niels Olsen, partir de 1895 na Rua Formosa (atual Barão do Rio Branco),
e Moura Quinau a partir de 1899.
Em todos eles era necessário agendar dia e hora.
mais uma fotografia de estúdio, e a riqueza dos detalhes que compõem o cenário
Frequentar esses estúdios era sinal de riqueza e prestigio social. As mulheres iam muito bem vestidas, com todo luxo e requinte que lhes permitia o figurino francês, então em voga na cidade. As famílias da elite compareciam aos estúdios fotográficos em peso, para eternizar a imagem do clã.
As fotografias da primeira metade do século XX destacam-se pela excelente qualidade
(Ah!Fortaleza)
Na primeira metade do Século XX, a fotografia continuou sendo um luxo para poucos. o desenvolvimento das técnicas de reprodução fotográfica possibilitou a multiplicação da imagem fotográfica em quantidades cada vez maiores.
Havia também grande procura por postais e fotos de monumentos importantes de Fortaleza, símbolos da “civilidade” que as elites tanto buscavam.
cartão postal colorizado a mão do cruzamento das Ruas Guilherme Rocha com Floriano Peixoto na Praça do Ferreira. Anos 1920 (Ah! Fortaleza)
Cartão postal colorizado a mão da Rua Formosa (atual Barão do Rio Branco), 1908
(Ah! Fortaleza)
cartão postal colorizado a mão da Praça do Ferreira -1911 (Ah! Fortaleza)
As fotografias da cidade mostram as reformas urbanas da modernidade: a retificação das ruas, o saneamento, a iluminação pública e o aformoseamento, são enquadrados nos novos cenários urbanos. Somente após a segunda-guerra a fotografia tornou-se acessível a todas as classes sociais.
fotos das senhoras:
livro Capitulo da História da Fortaleza do Século XIX, de Eduardo Campos
pesquisa: História do Ceará, de Airton de Farias
3 comentários:
Lembro que a foto da minha 1ª comunhão foi feita no estúdio Esdras. Pense na situação: sair de casa às 3 da tarde, vestida com bata, véu, vela na mão, tudo branco, pra fazer a foto alguns dias após o evento. Mas valeu a pena. Ainda hoje guardo com carinho o resultado de tanto trabalho que nossos pais tiveram para proporcionar tal lembrança em preto e branco.
Tenho muitas fotos, de meus antepassados, do século XIX. Acho lindas, todos tão elegantes! Quase todas feitas no estúdio N.Olsen.
Lembro-me do Estudio Sales e do Esdras.
Adorei a matéria, bem do meu gosto!
Boa semana !
Adoro fotografias, velhas novas, de gente, de paisagens. Tenho tentado fazer uma postagem sobre os estudios fotográficos da primeira metade do século, Esdras, foto oriente, foto sales, ideal, e muitos outros, mas não encontro muitas referencias, só sobre um ou outro. Mas continuo pesquisando, aguardem.
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