Praça Cristo Redentor
Antes de 1915, a face oeste desta praça praticamente não existia, ocupada por casebres e mocambos, motivo pelo qual foi fácil levantar o então suntuoso prédio do Circulo Operário São José, uma das primeiras iniciativas em terras cearenses do 3° bispo do Ceará e 1° arcebispo de Fortaleza, Dom Manuel da Silva Gomes, que emprestou o nome a uma avenida de Fortaleza (Avenida Dom Manuel).
Prédio do Circulo Operário/Teatro São José - fundado em 19 de junho de 1913 sob os auspicios da greja Católica. (foto Mauricio Cals)
No centro da praça foi erguida em 1922, uma torre com a imagem de Cristo Redentor, abençoando a cidade com um dos seus braços e segurando uma cruz com o outro. A torre foi construída em comemoração ao centenário da independência do Brasil, por inspiração de Raimundo Frota, grande benfeitor do Circulo Operário, que concorreu para a construção do monumento com quarenta mil tijolos.
A Torre do Cristo Redentor forma um conjunto harmonioso com a Igreja da Conceição (foto Mauricio Cals)
O Circulo Operário tomou a si essa tarefa e convocou os mestres Antonio Machado, Domingos Reis e Severino Moura, todos vicentinos e terceiros franciscanos.
Sem a assistência de engenheiros ou arquitetos, o belo monumento provocou admiração no Rio de Janeiro, através de análises técnicas em revistas especializadas.
Enquanto a torre era inaugurada, os quatro novos sinos da igreja da Nossa Senhora da Conceição da Prainha badalavam, saudando o evento.
Igreja de Nossa Senhora da Conceição/Seminário da Prainha.
A igreja foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1841, quando foi rezada a primeira missa (foto Mauricio Cals)
Na mesma ocasião, foi inaugurado o relógio de quatro faces, depois retirado em razão da oscilação da torre, e vendido à Igreja dos Remédios, no Benfica.
A torre teve seus dias de glória, quando o bispo Dom Manuel vinha celebrar, em dias especiais, na capelinha que lhe servia de base, enquanto a imagem era iluminada à noite. Durante a 2ª. Guerra mundial, as autoridades solicitaram a retirada da iluminação por questão de segurança, com a promessa de que poderia ser retornada no devido tempo, o que nunca aconteceu.
Praça do Cristo Redentor tendo ao fundo o prédio do Circulo Operário/Teatro São José
Aos domingos e dias festivos era franqueada a subida até o topo do monumento através de escada interna em espiral, de onde se descortinava uma bela imagem da cidade e do mar.
fonte:
Aderaldo, Mozart Soriano. História Abreviada de Fortaleza e crônicas sobre a cidade amada. Fortaleza: Programa Editorial da Casa de José de Alencar, 1998.
2 comentários:
Meus pais contavam que subiram na escada em aspiral.Olhar a cidade, principalmente o mar,do alto, devia mesmo ser uma beleza! Acho linda essa visão da torre e da igreja da Prainha. Pena que essa praça seja tão abandonada, mal tratada....como tantas outras!
Abandonar é o verbo que mais conjugado nestes tempos tenebrosos de fortaleza bela
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