sábado, 27 de dezembro de 2014

A Praia de Iracema que o mar carregou


A foto aérea da praia de Iracema da década de 60 tem alguma coisa conhecida. Essa primeira rua paralela ao mar no sentido Leste-Oeste é a Tabajara, aliás, bem visível. Um pouco abaixo se vê o falado Estoril de longas histórias. Na época da guerra foi arrendado a USAF (United State Air Force - Força Aérea dos Estados Unidos) e que recebeu o nome de  USO - United States Office, uma espécie de escritório americano no Ceará. Nas tardes de domingo recebia o mulherio mais alegre de Fortaleza para uma tertúlia dançante com os militares americanos. Ao som de Glen Miller e Tommy Dorsey dizem que muitos casamentos saíram dessas tardes no USO. A casa na foto é perfeitamente identificável de cor branca com 7 janelas olhando para o leste; Depois restaurada, voltou ao nome de Estoril, restaurante e bar para alegria dos boêmios.
Subindo um pouco a direita um espigão entrando para o mar denominado Ponte do Ingleses, construído pelo DNOCS, no entanto aquela obra não foi concluída a qual seria o porto da cidade. Isso na década de 20.
Seguem as oficinas e a UR (Unidade de Recuperação) desse órgão. Antes neste local haviam dois grandes armazéns pertencentes ao Porto que estocavam produtos exportáveis principalmente o algodão já que o Ceará era seu principal produtor e exportador do país. Posteriormente a UR saiu dali para o Pici e no local foi construída a sede da 2a Diretoria Regional do DNOCS que ali funcionou relativamente por poucos anos. Como o quadro de pessoal era pequeno, o restante foi transferido para Administração Central. Sem qualquer função, vazio o prédio foi doado ao Governo do Estado que o demoliu e no local está construindo o Aquário.
Seguindo em frente observa-se um prédio pequeno e isolado, era o Cassino Atlântico de serviço bar e restaurante frequentado principalmente por gente que iam esperar passageiros vindos dos navios. Hoje é apenas um quiosque da INACE. A direita seguindo em direção ao mar aparece o Viaduto Moreira da Rocha (Ponte Metálica), onde era feito o embarque e desembarque de cargas e passageiros.  Segue mais acima o famoso Paredão onde a garotada ia brincar nas suas piscininhas que ele formava nas marés baixas. Essa formação rochosa limitava a área do "Poço da Draga",onde hoje está instalada a INACE -Indústria Naval do Ceará de grande conceito internacional.
Perpendicular à sua Tabajara segue a rua Almirante Tamandaré quase imperceptível na foto mas que dá para destacar um prédio comprido cerca de 80, 90 metros com um andar ocupando a metade do mesmo. Por detrás desse prédio estão 7 cilindros de alumínio que quase com certeza são silos para estocar algum produto pertencente à empresa que talvez seja esse prédio comprido já relatado. Estes silos foram desmanchados e vendidos como sucata.
Finalmente essa foto é histórica e é parte do que foi a mais bela praia de nossa cidade, onde em noites de luar atraiam os namorados pela beleza de seus raios de prata induzindo mil amores ao balanço de seus corações. Seus maravilhosos córregos de água límpida e cristalina não existem mais Os pássaros foram embora, não há mais árvores para instalar seus ninhos.
Os verdejantes e belíssimos coqueirais precisam de areia e não pedra para desenvolver e dar ao homem através de suas folhagens o oxigênio que ele respira. E as jangadas com suas velas brancas saíram com seus bronzeados pescadores atravessaram a linha do horizonte e nunca mais voltaram Adeus querida praia de Iracema que um dia o mar carregou....

crônica de José Vieira de Moura
dez/2014

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

A Ferro Carril e os Bondes de Burro

Rua Floriano Peixoto, em 1909, com o prédio da Intendência Municipal e os trilhos do bonde.
 
A partir de 1870, diversas tentativas de dotar Fortaleza de um serviço de transporte coletivo resultaram infrutíferas. O governo concede privilégios a grupos de investidores, mas as ações fracassam, frustrando a população estimada em 20.000 habitantes.
A Empresa Ferro Carril do Ceará foi fundada no dia 3 de fevereiro de 1877, pelo comendador Francisco Coelho da Fonseca e Alfredo Henrique Garcia. Entre a instalação da empresa e o início das operações, três anos se passaram, isto porque somente em 1879 são concretizadas as obras civis de construção da estação e sede da companhia, e a partir de novembro, foi cumprida a etapa de assentamento dos trilhos.
Na manhã de domingo do dia 25 de abril de 1880, a Ferro-Carril do Ceará inaugura sua primeira linha, com 4.210 metros, da Estação na Estrada de Messejana (Boulevard Visconde do Rio Branco) até a rua São Bernardo (atual Rua Pedro Pereira) e a partir desta, interligando a Praça da Assembleia ao Matadouro Modelo, bairro do Prado.

A programação festiva, com banda de música e presença de autoridades, tem início às 7 horas, em frente ao Mercado Público, com quatro bondes embandeirados que fazem o longo percurso até o Matadouro, com retorno à denominada Estação de Depósito. 
Os veículos tinham 4 ou 5 bancos, eram pequenos, modestos, providos de cortinas que protegiam do sol e da chuva, e dirigidos por um boleeiro quase sempre vestido de fraque. Mesmo assim serviram a muitos usuários que pagavam passagens de 100 réis, que mereceram bondes melhores, ampliados em sua capacidade até para sete bancos, comportando 28 passageiros.
Em 1888 mais 1.518 metros de linhas são incorporados ao serviço local de transporte coletivo, com os bondes trafegando entre a Praça de Pelotas (atual Clóvis Beviláqua) e o Benfica.
Enquanto isso, na política de expansão dos transportes de tração animal, o governo formalizaria ainda duas novas concessões para empresas que efetivamente se instalaram em Fortaleza. A Companhia Ferro-Carril de Porangaba, fundada a 10 de outubro de 1894, de propriedade de Gondim e Filhos, dirigida pelo Coronel Arlindo Gondim, estabeleceu sua estação e sede em Porangaba, explorando uma linha que passava pelo bairro Damas e finalizava no Benfica.
No dia 12 de outubro de 1896, era inaugurada a Ferro-Carril do Outeiro, de propriedade de membros da família Accioly, que atendia o bairro do Outeiro (atual Aldeota). A empresa tinha realizado durante cinco meses o assentamento dos trilhos e construído instalações de apoio, como sua estação, localizada na Rua Guajiru (atual Gonçalves Ledo). A linha percorria um pequeno trecho entre a Praça do Ferreira até as proximidades do atual Colégio Militar de Fortaleza.

 No início do novo século o governo do Ceará facilita a transferência da concessão original da Ferro-Carril do Ceará que é vendida para a firma J. Pontes e Cia, que em seguida é vendida para o capitalista Tomé Augusto da Mota. Com o objetivo de atrair investidores externos para a modernização do serviço, o empresário inicia os contatos para consulta ao City Improvements Co. Ltd., de Londres. Três anos depois havia um acordo para implantação de bondes elétricos (tramways), com participação de firmas inglesas, o que determina uma alteração contratual, ampliando a concessão para mais 35 anos. A lei fixa o objetivo de haver a substituição dos bondes de tração animal por tração elétrica e estabelece prazo máximo de um ano para o início das obras, e de até três anos para o término de implantação do novo sistema de transporte coletivo.
Em janeiro de 1911, a viabilidade de instalação de bondes de tração elétrica é estudada pelo engenheiro Ker Box, em visita a Fortaleza, tendo parecer favorável.
Na renegociação do contrato com a empresa Ferro-Carril, assinado em 12 de maio de 1911, ficou estabelecido que, além da instalação de tramways elétricos, ficava assegurado o direito de fornecer, dentro dos limites do município, luz e energia elétrica, a residências e edifícios comerciais, respeitando as condições do contrato anteriormente assinado com a Ceará Gaz Company relativo ao serviço de iluminação pública.

Posto central da Ferro-Carril na Praça do Ferreira, logo após sua transferência para a Ceará Tramway, ostentando placa com o nome das duas empresas. (1912)  
 
A última formalidade para determinar o fim de existência da Empresa Ferro-Carril do Ceará foi a transferência em cartório para a empresa estabelecida em Londres, The Ceará Tramway Light and Power Company Ltd. O ato formal de extinção da empresa cearense , bem como da Ferro-Carril do Outeiro, correu no dia 24 de janeiro de 1912, em solenidade pública, quando foi assinada pelo Coronel Tomé A. da Mota a escritura de venda, no valor de 178 mil libras esterlinas.
Anunciava-se em definitivo o ingresso da energia elétrica na vida da cidade, trazendo uma revolução para os serviços de bonde a partir do ano seguinte. Mesmo assim, por mais uma década, sobreviveria a Companhia Ferro-Carril de Porangaba que, impotente para modernizar-se, continuaria trafegando seus bondes de burros em sua área de concessão.


Extraído do livro de Ary Bezerra Leite 
História da Energia no Ceará 
fotos do arquivo Nirez e do livro História da Energia no Ceará

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Expandindo a cidade

Do Passeio Público nasciam paralelas e em direção a Praça do Ferreira as três mais importantes ruas da cidade: Boa Vista, Palma e Formosa, hoje respectivamente,   Floriano Peixoto, Major Facundo e Barão do Rio Branco. Cortadas perpendicularmente por travessas – como eram chamadas as ruas que tinham seu desenvolvimento na direção Leste-Oeste – formavam quarteirões, identificados por suntuosos edifícios. 

Pelos velhos casarões alinharam-se as ruas, disciplinando assim, a expansão da cidade, iniciada por Silva Paulet.  A Rua Floriano Peixoto foi a primeira a ser retificada. Serviu como sua balizadora a direção que ia do forte à antiga residência dos Governadores. Ressaltando o seu início, frente ao Passeio Público, erguia-se o belo edifício que foi a sede própria do Clube Cearense e que abrigaria o Grande Hotel do Norte.
A primitiva Residência dos Governadores, que mais tarde pertenceria a Martinho de Borges, tinha seu pátio atravessado por esta rua. Nesta área atualmente encontram-se o Banco do Brasil, o Palácio do Comércio e o prédio dos Correios.  Da Rua Floriano Peixoto originaram-se importantes travessas. A partir do casarão do português  Manuel Nunes de Mello, o Barão de Santo Amaro, delineou-se a Travessa das Hortas, atual Rua Senador Alencar. Esta travessa prolongava-se até o primitivo matadouro da cidade, onde hoje se ergue o Palacete Guarani, na Rua Barão do Rio Branco, onde funcionou a partir de 1913, o Clube dos Diários.  
No cruzamento sudoeste dessas ruas, Barão do Rio Branco e Senador Alencar, deparava-se com a esquina do Telles, assim chamada pela presença do grande sobrado do comendador Antônio Telles de Menezes, que se prestava ao alinhamento da Rua Barão do Rio Branco. No alto do casarão residia o Comendador Telles e no pavimento térreo distribuíam-se os conhecidos “quartos do Telles” servindo de armazéns de víveres, e de hospedarias, provavelmente as primeiras da cidade. Estes corriam ao longo de uma das chamadas “calçadas altas”, elevações formadas no desnível da rua, pela convergência de águas pluviais – até a Rua Amélia, hoje, Senador Pompeu. Atualmente esses quartos da antiga Fortaleza são ocupados por diversas lojas comerciais e pela sede do Instituto de Previdência do Estado (IPEC).

Rua Floriano Peixoto esquina com a Rua São Paulo -1929 

Em 1893, na esquina das ruas Floriano Peixoto e Senador Alencar, estabeleceu-se a firma Frota e Gentil, que em 1917 criou uma seção bancária, transformada em 1931 no Banco Frota e Gentil.
O capitão-mor Joaquim José Barbosa recepcionava em sua residência a elite de Fortaleza. De seu casarão, edificado na parte norte da atual  Praça General Tibúrcio, originou-se a travessa da Assembleia, hoje Rua São Paulo. Posteriormente funcionou neste sobrado “ A Central”, de Pedro Lazar.
No dia 25 de maio de 1940 inaugurou-se o Palácio do Comércio, projetado pelo renomado arquiteto francês George Henri Munier e construído por Omar O’Grady. Na parte térrea deste edifício passaria a funcionar, a partir de junho de 1940, a segunda sede do Banco União, tendo como endereço a Rua Floriano Peixoto, 397. Também em 1940, no térreo do Palácio do Comércio foi inaugurado o Restaurante Belas Artes, propriedade de Osvaldo José Azin e filhos. 

Sobrado do Comendador Machado, na esquina das Ruas Guilherme Rocha com Rua Major Facundo, demolido para dar lugar ao Excelsior Hotel

A residência de Francisco José Pacheco de Medeiros, abrigaria desde 1831, a Intendência Municipal e  a Câmara dos Vereadores. Daí, até o sobrado do Comendador Machado, onde hoje se encontra o Excelsior Hotel, estendia-se a Travessa Municipal, hoje Rua Guilherme Rocha . Este casarão alinhava também a Rua Major Facundo.
O Palacete dos Borges Telles iniciava a Rua Major Facundo em frente ao Passeio Público. Essa residência serviu de última sede ao aristocrático Clube Cearense e, a seguir, ao Hotel de France, sediando de 1927 a 1971 o Palace Hotel. A partir de 1977 passou a funcionar ali a sede da Associação Comercial do Ceará. O Palace Hotel teve seu tempo de brilho. Ali realizaram temporadas artísticas cantores famosos como Vicente Celestino, Augusto Calheiros e o regente Ercole Varet. 

 Rua Major Facundo, 1913

Nas baixadas da lagoinha e no antigo Campo da Amélia, ao lado do Morro do Croatá,  sítios onde mais tarde seriam construídos o Hospital César Cals e a Estação Central da Estrada de Ferro Baturité, nascia um afluente do Pajeú. Corria pela quadra entre as ruas São Paulo e Castro e Silva, atravessando o centro da cidade, unindo-se a este principal riacho, no lado sul da Praça da Sé. No tempo das chuvas as águas corriam para seu antigo leito, inundando ruas e terrenos vizinhos. No antigo vale deste afluente, a colônia libanesa instalaria seus armazéns de fazendas e miudezas. Já em 1922 ali se encontravam: Elias Asfora & Cia; Jacob Elias e Irmão; Salomão Hissa, Salim Nasser e Irmão, Simão Jereissati, Jorge Honsy e Filho, Kalil Otoch e Filho, Jamil Rabay, Elias Bachá, e outros.

Dessa colônia surgiria a Sociedade União Síria, fundada em 17 de março de 1923, nos altos do Armazém Esplanada de Abraão Otoch, na Rua Major Facundo, n° 55. Posteriormente juntamente com a Colônia Libanesa formaria a União Sírio-Libanesa, instalando-se na Avenida Santos Dumont. Por essa época, foi fundado o Clube Líbano Brasileiro, que construiu sua sede na Rua Tibúrcio Cavalcante, até seu encerramento.

extraído do livro Ideal Clube - história de uma sociedade
de Vanius Meton Gadelha Vieira
fotos do Arquivo Nirez 

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Bairro Cidade dos Funcionários

Em razão do crescimento populacional de Fortaleza o núcleo central da cidade passou por um processo de adensamento, obrigando seus habitantes a se deslocarem gradativamente para áreas mais distantes. No centro permaneceram as atividades tipicamente comerciais. As classes mais abastadas dirigiram-se primeiro para o Benfica e Jacarecanga, depois para os bairros da zona leste, então com características residenciais de alto nível. 

Construção da Unifor e do Centro de Convenções na Avenida Washington Soares. A construção desses equipamentos representou grande impulso na expansão das regiões leste e sudeste de Fortaleza. Foto de Nelson Bezerra

Mas em razão da saturação da chamada área nobre (Aldeota, Meireles, Praia de Iracema, etc), novas áreas foram sendo incorporadas à cidade. Esse processo foi precedido pela ação de especuladores imobiliários, que se apropriaram de terrenos localizados na periferia da cidade e lotearam sítios, que se destinavam ao uso rural (Sítios Cocó, Tunga, Alagadiço, Cambeba, Estância, Colosso), localizados na zona Leste da cidade. O parcelamento e a posterior urbanização desses terrenos deu origem a diversos bairros da capital. 
A ocupação e a formação desses bairros foi acompanhada de ações do poder público para sua legitimação, com a construção de grandes obras, aberturas de vias, instalação de infraestrutura e de equipamentos urbanos, incorporando essas  novas áreas, onde antes era a zona rural da cidade ou áreas desocupadas. (segundo o IBGE o município de Fortaleza não mais possui zona rural, 100% do seu território se constitui em zona urbana).

Região de entorno do Iguatemi - 1981

Um dos bairros que surgiu desse movimento de transformação de áreas rurais em urbanas, é o Cidade dos Funcionários. Localizado no Distrito de Messejana, município de Fortaleza, o bairro surgiu nos anos 50. A região foi desmembrada, adquirida pelo governo do estado, loteada e vendida para funcionários públicos. Foram reservadas áreas para a construção de uma escola, uma igreja, o hospital do servidor e um clube.
Sua ocupação começou em 1952. Próximo a ele já existia algumas povoações, como o sítio Cajazeiras e a vila Cazumba (no Jardim das Oliveiras). Os lotes eram vendidos de início somente para funcionários públicos do Estado, mas a procura por terrenos no local intensificou-se a partir dos anos 70. A infraestrutura foi sendo vagarosamente implantada, devido aos custos relacionados à distância da região central de Fortaleza, e a despeito do bom nível social dos seus moradores. 

 Lago Jacarey 

O bairro está limitado ao Norte pelos bairros Jardim das Oliveiras e Luciano Cavalcante; ao Sul pelo Parque Iracema; a Leste pelo Cambeba e Parque Manibura e a Oeste pelo bairro Cajazeiras. 
A população residente passou de 16.893 habitantes e 4.171 domicílios em 2000, para 18.256 habitantes distribuídos em 5.338 domicílios em 2010.

Ultimamente o bairro cresceu tanto no número de moradores quanto na oferta de bens e serviços, e está localizado na região que mais cresce na cidade de Fortaleza. A cada ano, mais prédios, condomínios e casas são construídas. No bairro existem diversos comércios, restaurantes, padarias, shoppings, escolas, praças, farmácias, supermercados, igrejas, postos de combustível, entre outros. Também está localizado o Parque del Sol, um grande complexo de condomínios de alto nível e o Lago Jacarey, um complexo de lazer onde acontece feiras de artesanatos,além de uma agitada noite com diversos restaurantes, bares e lanchonetes. 

fontes:
Fortaleza: expansão urbana e organização do espaço, de Maria Clélia Lustosa da Costa
Aspectos Históricos da expansão urbana no sudeste do Município de Fortaleza, de 
Sérgio César de França Fuck Junior
http://www.uece.br/basededados/
wikipédia
IBGE