sábado, 16 de setembro de 2023

Igrejas Centenárias do Centro

O nosso centro da cidade, que perdeu importância econômica, financeira, política e social nos últimos tempos, ainda detém as construções mais representativas de uma época em que os templos católicos refletiam o status e a fé da população, e atingiam todas as classes sociais: As Igrejas Católicas. A maioria construída com donativos, enfrentando os desafios dos tempos atuais, as igrejas resistem: cercadas de grades, fechadas em boa parte do tempo, enfrentando a concorrência de igrejas evangélicos, mas ainda acolhedoras e receptivas aos homens e mulheres de boa vontade.

Estas são cinco primeiras igrejas de Fortaleza, que já foram fundadas nos mesmos locais onde se encontram até os dias atuais. Algumas foram reconstruídas com características totalmente diferentes dos modelos originais, como as Igrejas do Coração de Jesus, de São Benedito e a de São José (Catedral Metropolitana); a maioria, no entanto, sofreu ampliações e adaptações, no entanto, foram poucas as modificações em relação a construção original.      


1 – Igreja do Rosário - 1730




A Igreja do Rosário foi construída por volta de 1730, pelos negros da Irmandade de Nossa Senhora dos Pretos, em uma época em que havia separação de raças e classes sociais em templos religiosos. Era uma pequena capela de taipa e palha, erguida com donativos ofertados pelos fiéis, num arrabalde da vila, que muitos anos mais tarde se tornaria a atual Praça General Tibúrcio.

Em 1753, a capela foi reconstruída com pedra e cal, porque ameaçava desabar. A capela mor ficou pronta em 1755. No período de 1821 a 1854, Igreja do Rosário serviu de matriz enquanto a Catedral Metropolitana passava por reformas. Construído em estilo barroco, é o mais antigo templo de Fortaleza, tombada pelo Estado em 1983. Fica na Rua do Rosário, s/n, Praça General Tibúrcio, Centro.



2 – Igreja do Patrocínio – 1852



A pedra fundamental da Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio foi lançada em 02 de fevereiro de 1850, e ficaria pronta dois anos mais tarde. Em 1849 o cabo da esquadra Fortunato José da Rocha disparou um tiro contra o Capitão Jacarandá, mas acertou o joelho do Alferes Luís de França Carvalho, que estava ao lado do capitão. Vendo-se em risco de perder a vida, Luís de França fez voto à Senhora do Patrocínio, que se escapasse, faria uma igreja em sua devoção.

No ano seguinte, curado do ferimento, lançou a pedra fundamental da igreja, ao norte da atual Praça José de Alencar. O oficial teve que deixar Fortaleza e os trabalhos de construção passaram a ser muito lentos, apesar da ajuda de muitos fiéis que apoiaram a ideia do militar. A planta do templo foi feita pelo mestre Antônio de Rosa e Oliveira.

As obras iniciadas por França só foram concluídas devido aos esforços do cônego João Paulo Barbosa, que contou com o auxílio de particulares, das Assembleias Provinciais, da Sociedade Auxiliadora dos Templos, e dos materiais foram doados pelo governo nos períodos de secas. Situada na Rua Guilherme Rocha, 536, Praça José de Alencar.



3 – Igreja de São Bernardo – 1854



Em 1854 o Tenente Bernardo José de Melo construiu uma pequena capela de taipa e palha, em honra de Nossa Senhora do Bom Parto. No primeiro inverno, com a força das chuvas que caíram, a capela foi ao chão. Graças ao seu prestígio, o tenente Bernardo conseguiu um empréstimo do governo, e com esse dinheiro construiu a atual Igreja de São Bernardo. A igreja sofreu um único acréscimo em relação a construção original: a sacristia, feita por Monsenhor Quinderé, durante os anos 40.

Inicialmente o povo chamava a Igreja do Seu Bernardo, que com o tempo mudou para São. Ficou sendo a Igreja de São Bernardo, embora a devoção maior fosse em louvor a Nossa Senhora do Bom Parto. Para justificar o batismo da igreja o Tenente Bernardo mandou vir da Espanha uma imagem de São Bernardo, que passou a ser o titular da igreja.

A Igreja de São Bernardo conta com dois altares herdados da antiga Igreja da Sé, demolida em 1938: o Altar de São José e o de N. S. do Bom Parto.  Fica na esquina das ruas Senador Pompeu e Pedro Pereira.



4 - Igreja do Pequeno Grande – 1903

imagem: https://www.tiagoguedes.com.br/post/igreja-para-casar-em-fortaleza

imagem: https://www.tripadvisor.com.br

A história da Igreja do Pequeno Grande está intimamente ligada à história do Colégio da Imaculada Conceição.  A pedra fundamental foi lançada em 1898, pelo padre Chevalier, reitor do Seminário e capelão do Colégio da Imaculada.  As obras, mal iniciadas, sofreram paralisação no ano seguinte, sendo retomadas em 1898 até a sua conclusão em 1903, quando se verificou a benção do templo.

Para que o templo ficasse concluído, a Irmã Chambeaudrie doou à igreja uma herança de família. Por sua vez, os membros de diversas associações – Filhas de Maria, Senhoras de Caridade e as próprias freiras se dedicaram a missão de angariar recursos para a obra. Situada na Avenida Santos Dumont, 55.


5 – Igreja de Nossa Senhora do Carmo – 1906


imagem UOL

Originalmente era a capela de Nossa Senhora do Livramento, um pequeno templo erigido pela Irmandade dos Pardos, administrada pela Paróquia do Patrocínio, erguida em área distante do centro, cercada de árvores, com uma lagoa nas proximidades. No início do século XX, foi decidida a construção de uma igreja em substituição à capela, que se encontrava em péssimas condições. Ainda na construção, foi permitido que fosse mudada a invocação para Nossa Senhora do Carmo.

O templo foi inaugurado em 25 de março de 1906, sendo o primeiro capelão monsenhor José Gurgel do Amaral. A imagem que ocupa o centro do altar-mor tem uma história de desencontro: o Padre Dantas tinha encomendado a imagem de Nossa Senhora do Carmo em Portugal. Quando a efígie da santa chegou a Fortaleza, ele foi avisado de que deveria pagar os direitos alfandegários para que pudesse recebê-la, o que ele não fez por esquecimento.

Então a imagem foi a leilão, tendo sido arrematada pelo Sr. José Rossas, que procurado pelo padre negou-se a cedê-la por qualquer preço. Dias depois José adoeceu gravemente, e fez uma promessa de entregar a imagem à Igreja caso ficasse curado. Alguns dias depois, mandou que sua esposa procurasse o Pe. Dantas para entregar-lhe a imagem da Virgem Maria, sem qualquer compensação.  A Igreja do Carmo fica na Avenida Duque de Caxias, s/n.




Foram totalmente reconstruídas:


Igreja do Sagrado Coração de Jesus – 1886/1961

imagem Instituto do Ceará
imagem Pinterest

Inaugurada em 25 de março de 1886, a construção da Igreja do Sagrado Coração de Jesus foi uma iniciativa do casal José Francisco da Silva Albano e Liberalina Angélica da Silva Albano (Barão e Baronesa de Aratanha), com o apoio do bispo Dom Luís Antônio dos Santos. Ficou conhecida como Igreja dos Albanos. O templo era simples, em linhas neoclássicas e neogóticas, se assemelhava à Igreja do Carmo.

Em 1952, os engenheiros Luciano Pamplona e Valdir Diogo aumentaram a altura da torre e colocaram um imenso relógio trazido de Roma na fachada. Cinco anos depois, em 1957, a torre cedeu e soterrou a entrada da igreja. Não houve vítimas. Ao invés de reconstruir a igreja, pois apenas a torre fora afetada, os capuchinhos optaram por derrubar toda a igreja para construírem um templo maior, com rampas para subida dos carros, uma torre vazada e uma grande cúpula sobre a nave principal.  A nova igreja foi inaugurada em 1961. Localizada na Avenida Duque de Caxias,135, Centro.



Igreja de São Benedito – 1885




                                                     imagem Arquidiocese de Fortaleza

A inauguração da Igreja de São Benedito ocorreu na manhã do dia 8 de abril de 1885.  Era uma igrejinha pequena, original, com quatro frentes para os quatro pontos cardeais, com torre de madeira envidraçada, situada ao lado oriental do Boulevard do Imperador, atual Avenida do Imperador. No dia 27 de julho de 1938 foi instalado o Santuário da Adoração Perpétua, na Igreja de São Benedito. Depois nos anos 1960 foi construída uma nova igreja na Rua Clarindo de Queirós, que fica ao lado, e o antigo templo foi transformado em uma livraria, e foi demolido em 1974.


Catedral Metropolitana – 1795/1978

imagem Arquivo Nirez


A primeira Igreja da Sé, que tem São José como patrono, foi concluída em 1795 e demolido em 1820.

Em 1854 teve início a construção da segunda igreja de São José, em estilo colonial, o espaço em frente passou a ser chamado de Largo da Matriz; Hoje é conhecida por Praça da Sé. Essa segunda igreja foi demolida em 1938.

A Catedral Metropolitana atual foi inaugurada no dia 22 de dezembro de 1978, tendo o padre Tito Guedes à frente de suas obras e como Arcebispo Metropolitano, Dom Aloísio Lorscheider. Fica na Rua Conde D' Eu. entre as ruas General Bezerril, Dr. João Moreira, Castro e Silva e Rufino de Alencar.

As nossas igrejas são bastante modestas se comparadas aos imponentes templos construídos na Bahia, Pernambuco e Minas Gerais,  sob os ciclos da cana de açúcar e do ouro. A arte do Ciclo do Gado é a mais humilde, toda a sua arquitetura se faz, pela falta da pedra apropriada para a obra, em simples alvenaria, na qual se executa uma ornamentação própria. Nem esculturas, nem cinzeladuras, nem obras de talha, nem ouro, nem mármore e só algumas exibem azulejos.    

 

Fontes:

FONTES, Eduardo. As Pouco Lembradas Igrejas Fortaleza: subsídio à história dos templos católicos de Fortaleza. Fortaleza: Secretaria de Cultura e Desporto, 1983.

BEZERRA DE MENEZES, Antonio. Descrição da Cidade de Fortaleza. Introdução e Notas de Raimundo Girão. UFC/Prefeitura Municipal de Fortaleza, 1992

BARROSO, GUSTAVO. À Margem da História do Ceará. Imprensa Universitária do Ceará,  1962 

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

A Criação da Escola Militar de Fortaleza

 

Praça da Bandeira - postal de 1955

A Escola Militar foi fundada a 1° de fevereiro de 1889, e segundo alguns cronistas trouxe à Fortaleza uma das épocas mais agitadas em termos políticos e sociais. Foi instalada inicialmente nos fundos do quartel do 11° Batalhão de Infantaria, atual quartel da 10ª Região Militar. Foram matriculados 700 alunos, entre efetivos e adidos. Como não havia internato, formaram-se várias “repúblicas” espalhadas pela cidade.

Em seguida a escola passou a ocupar o prédio localizado na Avenida Santos Dumont, construído com recursos do Barão de Ibiapaba, que inicialmente seria destinado ao funcionamento de um asilo de mendicidade. Depois de concluído, ficou dois anos abandonado, até ser doado pelo Presidente do Ceará ao Governo Federal para instalação da Escola Militar.

Quando a noite chegava, depois das 21 horas e a cidade sossegava, os cadetes tomavam conta da capital. Praticavam atos absurdos, contra pessoas e contra o patrimônio público. Atacavam moças, agrediam rapazes, consumiam em cafés e restaurantes e não pagavam, invadiam festas particulares e sessões de cinemas, roubavam aves dos quintais das residências, e obrigavam as patrulhas policiais a pegar jumentos nos cercados para realizar suas farras noturnas.

A 16 de novembro daquele ano, ajudaram a proclamar a República no Ceará, que culminou com a deposição do presidente da província, coronel Jerônimo Rodrigues de Moraes Jardim.

Em 1892, dia 16 de fevereiro, fortemente armados, e em companhia de outras forças militares, atacaram o Palácio do governo e depuseram, depois de uma noite de combate, o governador José Clarindo de Queiroz, evento que contabilizou 13 mortes e muitos feridos.

Em 1897 os cadetes organizaram um bloco de carnaval denominado “Clube dos Gaiolas” que sobressaltou a cidade. Composto exclusivamente de alunos da Escola Militar, o clube tinha sede na Rua Senador Pompeu, em prédio ocupado à revelia do proprietário. Roubaram carroças do Passeio Público, sinos das igrejas, cadeiras, caixões para armações de cenários de vários estabelecimentos.

O clube ia sair à rua no domingo. Na véspera começaram a pegar jumentos. A polícia, sabedora que os cadetes iriam exibir carros com críticas às autoridades, exigiu um visto prévio ao desfile. Os cadetes, porém, não deram confiança. E saíram no dia e hora marcados. Indisciplinados e rebeldes, os cadetes faziam o que bem entendiam.

O comandante era o Coronel Siqueira de Menezes, militar de carreira, austero, disciplinador, sendo por isso malvisto pelos alunos. Um dia, resolveram que não iriam subordinar-se mais ao seu comandante, e aclamaram em seu lugar no comando da escola, o major Faustino. Em seguida, telegrafaram ao presidente da República, que concordou com a mudança, e ordenou a Siqueira de Menezes que retornasse ao Rio de Janeiro, então capital federal. E assim os rapazes da Escola Militar tiveram sua vitória, e seguiram com sua trajetória de vandalismo com maior intensidade, alarmando os pacatos fortalezenses, que acordavam sobressaltados à espera de mais alguma travessura que normalmente terminava com grandes prejuízos para alguém.

1930 - imagem Internet

imagem: mapa cultural de Fortaleza

A Escola Militar de Fortaleza foi extinta pela lei Geral 463, de 25 de novembro de 1897. O prédio que ocupavam, abrigou diversas instituições a partir de 1898, como o Colégio Nossa Senhora de Lourdes, a Força Pública do Estado, e o 9º Regimento de Artilharia Montada que ficou até 1919.

Com a criação do Colégio Militar o prédio lhe foi entregue, e em 1938, foi transformado em Colégio Floriano, ficando ali até 1941.

Em 1942, foi criada a Escola Preparatória de Fortaleza, que foi extinta em 1961, quando foi restabelecido o Colégio Militar que reiniciou suas atividades em 1962.


Fontes:

Raimundo de Menezes – Coisas que o Tempo Levou: crônicas históricas da Fortaleza Antiga

Antônio Bezerra de Menezes – Descrição da Cidade de Fortaleza

   

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Os Mais Antigos da Praça do Ferreira

 

A Praça do Ferreira é um dos logradouros mais antigos da cidade, planejada pelo Boticário Ferreira – Antônio Rodrigues Ferreira, vereador, eleito e reconduzido à presidência da Câmara Municipal por 18 anos consecutivos. Ferreira tomou a si a responsabilidade de cumprir o Plano Diretor da Cidade elaborado por Silva Paulet, com base na Lei municipal de 06 de dezembro de 1842, que previa a construção de uma praça, que receberia o nome de Pedro II. Foi responsável ainda pela urbanização e alinhamento de várias ruas do Centro. O Boticário Ferreira faleceu em 1859, ainda no cargo. Em 1871, a antiga Praça Pedro II recebeu nova denominação: Praça do Ferreira, justa homenagem ao boticário.


fins do século XIX

A Praça fica no quadrilátero entre as ruas Major Facundo, Pedro Borges, Floriano Peixoto e Travessa Pará. Se atualmente não tem novas edificações, tampouco tem construções que remontem ao tempo do Boticário, exceto a velha cacimba que ocupa o centro e atravessou décadas invisível, sepultada sob os escombros de injustificadas e sucessivas reformas. Seus imóveis mais antigos são:



Sobrado do Pastor – construção de 1914 – erguido por Eduardo Pastor e projetado por José Moreira, o prédio conhecido por Sobrado do Pastor domina a cena da Praça do Ferreira desde 1914, ano de sua inauguração. Está localizado na Rua Floriano Peixoto, esquina com a Travessa Pará. O térreo é ocupado por alguns comércios, o andar superior encontra-se fechado. 

  


Palacete Ceará – Inaugurado em 1914 – propriedade do banqueiro José Gentil Alves de Carvalho, projeto de João Sabóia Barbosa. Atualmente funciona a agência Centro da Caixa Econômica Federal. Fica na Rua Floriano Peixoto, esquina com a Rua Guilherme Rocha, em frente ao Sobrado do Pastor.



Farmácia Oswaldo Cruz – prédio construído em 1927, por Plácido de Carvalho, exemplar da arquitetura eclética. A farmácia ocupa o local desde 1934. Fica na Rua Major Facundo.

Excelsior Hotel – construção iniciada em 1927, inaugurado em 1931, por Plácido de Carvalho, rico comerciante, mentor de vários empreendimentos. Os 7 andares do prédio não têm uso específico, apenas o térreo é ocupado por diversas lojas. Fica na Rua Major Facundo, esquina com a Rua Guilherme Rocha.

Edifício Granito – Inaugurado no dia 19 de maio de 1934, na Rua Major Facundo esquina com a Rua Guilherme Rocha, erguido no lugar onde antes funcionara dentre outros estabelecimentos, a Maison Art-Nouveau.  

Edifício Sul América - Inaugurado no dia 15 de janeiro de 1953 na Travessa Pará.

Edifício Jereissati – inaugurado em 1964, abrigou o Hotel Savanah. No térreo funciona uma grande loja de eletrodomésticos.

Edifício São Luiz com sua principal atração, o cine São Luiz, foi inaugurado 26 de março de 1958



Prédio da Farmácia Pasteur – é um dos mais dos edifícios mais antigos da praça, a farmácia foi fundada em 1894, pelo Dr. Leopoldo Domingues. Pela fachada, dá para concluir que foi construído especificamente para o estabelecimento. Até os anos 70, quando encerrou as atividades, a Pasteur era a maior e mais famosa drogaria de Fortaleza. Vários estabelecimentos funcionaram no local depois do encerramento da Pasteur. Hoje tem uma loja.

Edifício Lobrás – antigo espaço onde funcionou o histórico cine Teatro Majestic Palace, hoje domínio de escritórios, consultórios médicos. Ao lado do Edifício Lobrás está a lanchonete Romana, onde antes existiu a Casa Almeida

Alguns prédios localizados na praça são bastante antigos, a exemplo do Edifício localizado na esquina da Rua Pedro Borges com Major Facundo e o pequeno prédio que abriga a Pastelaria Leão do Sul, que segundo o site da empresa, funciona desde 1926. Não localizamos os dados relativos à construção ou inauguração destes.  

No livro Fortaleza Descalça, o autor Otacílio Azevedo assina uma crônica intitulada “Rodeando a Praça do Ferreira”, onde descreve os comércios e estabelecimentos que tinham como endereço a velha praça. Desta lista, identificados pelo velho poeta, só restou a Farmácia Oswaldo Cruz, e a cacimba, que era gradeada e acompanhada de catavento e caixa d’água.

Hoje, a Praça do Ferreira é uma pálida lembrança do que foi, muito distante de seu velho charme. É um logradouro abandonado, invadido por moradores de rua, sem paisagismo, sem manutenção, tomada de pombos, bancos e piso quebrados, com a coluna da hora esquecida e fonte desligada. A Praça do Ferreira, patrimônio da cidade, tem um aspecto decadente: é uma das maiores vítimas da incompetência, da falta de compromisso com o centro da cidade, da ignorância cultural e patrimonial de sucessivos governos, que só se preocupam com determinados bairros da cidade. 

anos 1920

anos 1930

anos 1940

anos 1960

reinauguração em 1991
     
2013

2023



Fotos: Arquivo Nirez, Diário do Nordeste e Fortaleza em Fotos