Praça da Sé (antigas Praça do Conselho, Largo da Matriz e Praça Caio Prado)
As principais ruas da Vila de Fortaleza partiam da
praça principal – chamada de Praça do Conselho, e posteriormente, Praça da Sé.
Para a direita, acompanhando a margem esquerda do Pajeú, a atual Conde D’Eu,
nome adotado em 06 de abril de 1870; antes disso, teve várias denominações,
como Rua de Baixo, Nova dos Mercadores, da Matriz, e do Riacho Pajeú. Desde o
início da colonização, fazia ligação com a Vila de Messejana, através da Estrada
de Messejana, hoje Avenida Visconde do Rio Branco, aberta em 1796.
Av. Visconde do Rio Branco, antigos Calçamento de Messejana e Estrada de Messejana
Para a esquerda a atual Avenida Alberto Nepomuceno,
chamada inicialmente de Caminho da Praia, por fazer ligação com a então Praia
do Peixe (atual Iracema). Em 1856 mudou a denominação para Rua da Ponte, devido
a existência de uma ponte sobre o riacho Pajeú que cortava a via; em 1889
passou a ser chamada de Rua Sena Madureira. Na gestão do Prefeito Ildefonso Albano,
recebeu meio-fio e arborização. A atual denominação ocorreu após o falecimento
do maestro Alberto Nepomuceno em 1920.
Para o lado Leste, encontra-se a Rua São José, antiga
Rua das Almas – que ligava o Centro ao Outeiro, formado pela área que ficava entre
a Heráclito Graça e a Rua do Seminário e entre a margem direita do Pajeú e a
fronteira leste do Colégio Militar.
Rua Governador Sampaio, inicialmente Rua do Norte, Rua
Nova do Outeiro. Em 1813 a ruela mudou para Rua do Sampaio; foi a primeira a
utilizar tijolos na construção das casas. A Rua Governador Sampaio reverencia o
português Manoel Inácio de Sampaio, governador da Província do Ceará
(1812-1820)
Lado Oeste, sempre tendo como parâmetro a Praça da Sé,
temos a Rua Dr. João Moreira, inicialmente uma ruela com o nome de Travessa da
Fortaleza; depois Travessa da Misericórdia. Sofreu algumas mudanças de nomes
como Rua Nova da Fortaleza, Travessa do Quartel, Rua da Misericórdia e General
Tibúrcio. O nome atual se refere ao médico Dr. João Moreira, médico sanitarista, que prestava serviços na
Santa Casa de Misericórdia.
Rua Castro e Silva – inicialmente Travessa da Matriz;
em 1859 mudou para Rua das Flores e depois Rua Manuel Bezerra. Era a rua por
onde seguiam os enterros, saídos da Sé em direção ao Cemitério de São João
Batista. O nome atual homenageia o médico sanitarista José Lourenço de Castro e
Silva.
Rua General Bezerril – denominação de 1888. Teve
vários nomes – Rua do Quartel ou da Cadeia (a Cadeia do Crime ficava nos baixos
do quartel de 1ª. Linha); rua do Oitizeiro, homenagem ao Oitizeiro do Rosário
que ficava atrás da igreja. José Freire Bezerril Fontenele foi governador do
Ceará no período de 1892 a 1896.
Rua Floriano Peixoto – possuía três nomes: da Travessa
da Fortaleza até a atual Rua São Paulo, era Rua das Belas; da São Paulo até o
sul da Praça do Ferreira, Rua da Pitombeira; e depois da praça, era a Rua da
Alegria. As três formaram depois a Rua da Boa Vista, mudada para Floriano
Peixoto, segundo presidente do Brasil no período republicano. Nunca esteve no
Ceará, e nem há registro de qualquer benefício que tenha feito ao Estado.
Rua São Paulo – homenagem ao Estado de São Paulo;
inicialmente Rua das Belas, começava na Rua dos Mercadores indo até a Rua das
Belas, depois foi chamada de Travessa da Tesouraria e Rua da Assembleia.
Rua Guilherme Rocha – iniciava na Rua do Quartel com o
nome de Travessa Municipal. Em 1912 foi denominada Rua 24 de janeiro devido a
queda do governo Accioly. Foi a que teve seu primeiro trecho transformado em
rua exclusiva para pedestre, entre a Praça José de Alencar e a Praça do
Ferreira. Guilherme César da Rocha, foi vereador, coronel da Guarda Nacional, presidente
da Câmara Municipal, vice-presidente do Estado e Intendente Municipal de 1892 a
1912.
Rua Major Facundo – aberta em 1814, pelo boticário
Bernardo José Teixeira com o nome de Rua Nova Del Rei. Em 1842 teve o nome
modificado para Rua da Palma, no trecho que ia até a Rua Guilherme Rocha e Rua
do Fogo, o trecho seguinte. Em 1888 recebeu o nome de Major Facundo em
homenagem ao ilustre morador da esquina noroeste com a Rua São Paulo,
barbaramente assassinado no dia 8 de dezembro de 1841.
Rua Barão do Rio Branco – antiga Rua Formosa; nome
atual em homenagem ao intelectual, jurista, político e diplomata brasileiro,
José Maria da Silva Paranhos Junior.
Rua Senador Pompeu, antiga Rua D’Amélia. No início do
século XIX era o limite Oeste da parte edificada da cidade. Foi chamada
informalmente de Rua dos Jornais, devido ao grande número de periódicos que
tinha endereço na rua. Nome atual em memória de Thomaz Pompeu de Souza Brasil,
fundador do Liceu do Ceará, escritor, político e professor.
Rua General Sampaio, antiga Rua da Cadeia, teve seu
nome mudado a partir de 1900, com a
instalação do monumento ao General Antônio de Sampaio, herói da Guerra do
Paraguai.
Rua 24 de maio
Rua 24 de Maio – até 1857 era chamada de Rua D.
Afonso, filho de Dom Pedro II; depois virou Rua do Patrocínio, devido a
proximidade com a Igreja do mesmo nome; a denominação atual é uma homenagem ao
dia 24 de maio de 1866, data da batalha do Tuiuti, na Guerra do Paraguai, onde
muitos cearenses fizeram parte e o General Sampaio foi ferido e morto.
Avenida Tristão Gonçalves – inicialmente, Rua da
Lagoinha, devido a existência de uma lagoa que foi aterrada que ficava nas
proximidades. Mais tarde, assou a ser chamada de Rua do Trilho de Ferro, por
receber a linha férrea. O nome atual homenageia Tristão Gonçalves de Alencar,
filho de Bárbara de Alencar, revolucionário que participou da Revolução
Pernambucana de 1817 e da Confederação do Equador, em 1824. Foi assassinado
pelas forças imperiais no interior do Ceará em 1825.
Rua Pedro Pereira – antigas Travessa Amélia e São
Bernardo, por passar ao lado da Igreja de São Bernardo. O nome atual presta
homenagem a Pedro Pereira da Silva Guimarães, promotor público, de Fortaleza,
juiz de órfãos, professor, escritor e político.
Avenida Duque de Caxias – antigo Boulevard do
Livramento devido a existência da capela do Livramento onde hoje se encontra a
Igreja do Carmo. Homenagem a Luís Alves de Lima e Silva, patrono do Exército
Brasileiro.
Rua Meton de Alencar antiga Rua São Sebastião, por
passar próxima à Capela de São Sebastião. Parte da antiga rua passou a
chamar-se Rocha Lima. Meton de Alencar foi um médico cearense, que participou
como voluntário na Guerra do Paraguai. Foi diretor da Santa Casa de
Misericórdia por longos anos.
Rua Solon Pinheiro antigas Rua da Trindade, e Rua da
Alegria. Manoel Solon Rodrigues Pinheiro foi jornalista, advogado e político. Nascido
em Cachoeira, no Estado do Ceará, o município teve seu nome mudado para
Solonópole, em sua homenagem em 1943.
Rua Barão de Aratanha – antiga Rua do Lago, uma
referência à Lagoa do Garrote; no início do século, chamava-se rua Pero Coelho.
José Francisco da Silva Albano, o barão de Aratanha era Coronel da Guarda
Nacional e comerciante.
Rua Jaime Benévolo – antiga Rua do Açude – referência
ao Açude Pajeú, construído na 1ª. Administração do Senador Alencar na área onde
hoje se encontra o Parque Pajeú; também foi chamada de Rua da Cruz, devido a
ermida existente no local no século XIX. Jaime Benévolo era Militar e professor,
nascido em Maranguape em 1854.
Rua Pedro Borges – Antiga Rua do Cajueiro. Pedro Augusto
Borges foi governador do Ceará entre 1900 e 1904.
Rua Pereira Filgueiras antiga Rua do Paço devido a
existência do palácio do Bispo. José Pereira Filgueiras foi um dos principais
revolucionários da Confederação do Equador, movimento que tinha como proposta
estabelecer a República do Brasil.
Rua Costa Barros – principal acesso da Aldeota ao
Centro. Antiga Rua da Aurora e Rua do Sol. Pedro José da Costa Barros nasceu em
Aracati, a 7 de outubro de 1770. Para o historiador R. Batista Aragão, Costa
Barros pode ser considerado como o homem das realizações inacabadas: ainda
estudante, aluno do curso de engenharia da Universidade de Coimbra, foi
obrigado a abandonar os estudos por motivo superior;
Eleito deputado à Constituinte Portuguesa, deixa de
seguir para Lisboa, preferindo ficar no Rio de Janeiro; eleito em 1822,
deputado para a Constituinte Brasileira, foi impedido de tomar posse. Por
ocasião da abertura da sessão inicial, encontra-se processado, por envolvimento
em processo sobre acontecimentos no ano anterior. Absolvido, assume o cargo, e
vê a Assembleia ser dissolvida pelo Imperador. Foi nomeado Ministro da Marinha,
mas não exerceu o cargo; guindado ao posto de governador do Ceará, não pode cumprir o mandado em razão de
dificuldades diversas.
Avenida Almirante Tamandaré – principal acesso à Ponte
Metálica, antigo porto de Fortaleza, a construção da via só foi possível graças ao
desmonte de uma duna existente próximo à alfândega. Foi inaugurada em 1916 com
o nome de Avenida Atlântica; em 1920 mudou para Epitácio Pessoa; em 1932, foi
chamada de Avenida Três de Outubro em homenagem à revolução de 1932. Joaquim
Marques Lisboa, o Almirante Tamandaré, foi um militar da Armada Imperial Brasileira que atingiu o
posto de almirante. Herói nacional, é o patrono da Marinha de Guerra do Brasil
e o dia de seu nascimento, 13 de dezembro, é lembrado como o Dia do Marinheiro.
Rua 25 de Março - antigas Ruas do Outeiro e do Pajeú. O nome
da via corresponde a data da libertação dos escravos no Ceará.
Rua Coronel Ferraz – travessa do Colégio, por passar
ao lado do Colégio da imaculada Conceição; depois Travessa São Luís e Figueiras
de Melo. Luiz Antônio Ferraz foi o primeiro governador do Ceará no período
republicano (1889-1891). Antes era comandante do 11° Batalhão de Infantaria de
Fortaleza.
Avenida Santos Dumont - imagem Ítalo Sales
Avenida Santos Dumont antiga Rua do Colégio (da
Imaculada Conceição). A partir de 1932, quando começou a expansão da parte
leste da cidade, tornou-se Avenida Santos Dumont, homenagem ao pai da aviação,
Alberto Santos Dumont.
Fontes:
Caminhando por Fortaleza, de Francisco Benedito
A História do Ceará passa por esta rua, de Rogaciano
Leite Filho
fotos Google, arquivo Nirez e postais antigos