quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O Palácio do Plácido


Palácio do Plácido em 1964.
foto Mauricio Cals
Riquíssimo e de extremo bom gosto, O Palácio do Plácido foi considerado uma das residências mais suntuosas do Brasil.
Presente do comerciante Plácido de Carvalho para sua mulher Pierina, uma italiana de Milão, o imóvel ocupava uma quadra inteira, com frente para a Avenida Santos Dumont, entre as ruas Carlos Vasconcelos, Monsenhor Bruno e Costa Barros, na Aldeota, antigo bairro do Outeiro. 
Consta que Plácido adquiriu a planta de um palácio na Itália e reproduziu o imóvel em Fortaleza, que foi construído pelo engenheiro João Sabóia Barbosa. A obra teve inicio no ano de 1918 e foi concluída em 1921.
Pierina e Plácido ficaram casados até a morte deste, em 1935.  Mais tarde Pierina contraiu núpcias com o arquiteto húngaro Emilio Hinko, que construiu, a pedido da mulher, uma série de casas para aluguel em torno do palacete principal. 
Estas construções resistiram até hoje e são conhecidos por castelinhos do Ceart 

No dia 11 de fevereiro de 1974, o castelo foi vendido pelos herdeiros do comerciante, ao grupo Romcy. Imediatamente após, no dia 13, foi iniciada a demolição, sob protestos da imprensa, já que estava em curso uma ação visando o tombamento do imóvel. 
No local foi (ou seria) construído um supermercado.
O Palácio do Plácido ficava onde hoje está a pracinha do Ceart, na Santos Dumont.  

20 comentários:

Anônimo disse...

Os empresários Cearences desde de longe, mostram o seu descompromisso com a preservação da história, cultura e a natureza. Recente episódio da destruíção de quarterão inteiro de verde, feito pelo empresário Beto Studart. Mais um absurdo a contabilizar!!!

Fátima Garcia disse...

Pior é o dano ambiental que afeta diretamente a população: a cidade está cada dia mais quente, menos ventilada e menos bela. Apesar do discurso de sustentabilidade, o que vigora mesmo é o capitalismo selvagem.

Maria Eliane C Maia Araujo disse...

Infelizmente, Fortaleza está se tornando uma cidade sem Rosto, pois está perdendo suas caracteristicas originais e sua historia. O crime que aconteceu com essa demoliçao nao pode ser esquecido, maculou a historia da cidade, apagou sua memória. Este castelo fazia parte da nossa historia, nunca poderia ter sido derrubado. Marcou para sempre a prepotência dos empresários locais e a fraqueza de nossos governantes.

Fátima Garcia disse...

olá Eliane
Não é à toa que somos acusados de ser uma cidade sem memória: os proprietários demoliram o castelo a toque de caixa, para construir um supermercado que nunca saiu do chão. Dizem que durante a demolição podiam ser vistos pinturas, azulejos, esculturas, verdadeiras obras de arte misturadas aos escombros.

Joz disse...

Um verdadeiro crime a demolição de um imóvel desses.
JAMAIS poderia ter ido ao chão.

Começa com a incompetência dos herdeiros, que não tem a menor habilidade gerencial dos seus patriarcas e são os que primeiro desprezam o patrimônio.

O alento, se é que se pode chamá-lo assim, fica sob o grupo Romcy que ruiu de vez.

A frase dita acima "Marcou para sempre a prepotência dos empresários locais e a fraqueza de nossos governantes" define perfeitamente o que significou a demolição.

Fátima, existem recortes de jornal sobre o caso?

Fátima Garcia disse...

Olá Joz,
o mais decepcionante é que, foi demolido para nada, em troca de nada, todos perderam. Poderiam ter mantido o imóvel como atração turística, ou para realização de eventos, já pensou, um casamento num castelo em Fortaleza? Foram burros, não é a toa que faliram. Sei que saíram noticias no Jornal O Povo, se voce pesquisar na edição de fevereiro de 1974, entre os dias 10 a 15, certamente vai encontrar muita coisa. A biblioteca pública possibilita essa pesquisa porque dispõe de todos os jornais de Fortaleza, separados por data.
obrigada pela visita ao blog

bosco disse...

Não há plágio em divulgar fatos que devem ser de domínio público.Pelo contrário devem ser divulgados Fotografei a pagina e agora tenho as fotos e o texto no meu computador.

Fátima Garcia disse...

Oi Bosco
não entendi a msg, pode ser mais explícito?
abs

francilena disse...

Nossa pobre cidade deveria ser rebatizada de "Pobreleza", porque, coitadinha dela e de nós, só tem na classe endinheirada a mais pobre em cultura. São um bando de ignorantes que só visam lucro e não estão nem aí para a cultura, a memória linda de nossa cidade que tem sido destruída, esmagada sob o lema da GANÂNCIA. Da corja dos governantes a gente nem comenta, ela se completa com a outra.

Unknown disse...

Fizemos um vídeo, eu e minha esposa, a este verdadeiro atentado ao patrimônio histórico brasileiro e porque não dizer do mundo, utilizando o verdadeiro hino a esta cidade, composto por nosso querido cantor e compositor Ednardo: LONGARINAS é o nome desta composição que retrata bem a degradação de nossa cidade no que concerne a conservação de seus prédios históricos. Temo pelo destino Excelsior Hotel. Lembro muito do Castelo da Santos Dumont, e toda vez que passava em frente ficava embevecido com tanta beleza. Queria algum dia poder ver como seria o dia a dia de seus moradores nos áureos tempos... Vejam o vídeo neste endereço: http://www.youtube.com/watch?v=Qsk2hV01HNQ
Parabéns ao Blog! E viva de qualquer maneira a internet que nos possibilita este... de volta ao passado.

Fátima Garcia disse...

Oi Francilena, isso é desanimador, não?

Fátima Garcia disse...

Oi Sylvio Montenegro, achei muito legal o vídeo, e postei na fanpage do facebook do blog
https://www.facebook.com/fortalezaemfotos
parabéns pelo trabalho de vocês

Junior Rabelo disse...

É a força da grana que constrói e destrói coisas belas...

Anônimo disse...

Muito triste toda está ignorância do cearense. Este palácio foi projeto do meu Tio avó, outro tio morava nas casas alugadas e eu ,meus primos e irmãos brincamos muito lá.
Lamentável LL!

Marcelo disse...

Eu gostaria de saber se é possível ver a planta desta belíssima construção deploravelmente perdida.

Anônimo disse...

Esse castelo tinha como única herdeira Zaíra, filha de Pierina, vindo com ela da Itália ainda pequena. Atualmente mora em São Paulo

Anônimo disse...

Assisti a demolição na calçada de frente, com o rosto banhado…😢 crianças brincávamos de esconde esconde aí

Anônimo disse...

Foi parecido com uma guerra onde os mísseis devastadores chegam às cegas, não distinguindo artes ou gente, com único objetivo: destruição.

Anônimo disse...

Lamentável! Fico me questionando, como se pode apagar à história do passado à troco míseros tostões.




Anônimo disse...

Até hoje quando passo na Praça Luiza Távora, me transporto para a época do Castelo, deveria ser uma vida bem prazerosa .