Rua da Lagoinha, depois da ampliação, Rua do Trilho de Ferro, atual Avenida Tristão Gonçalves (arquivo Nirez)
Logo após a inauguração da Via Férrea de Baturité, o trem
saía da cidade pela Rua da Lagoinha que, naqueles idos de 1871, estava apenas
esboçada e era muito estreita nas
vizinhanças da atual Praça da Estação (Praça Castro Carrera).
Por este motivo, e para ampliar a faixa de terreno
necessária à linha, a Câmara Municipal, em sessão de 18 de outubro daquele ano,
mandou alargar a via com mais de 40 palmos, por onde deveria passar o trem,
sendo esse espaço tirado dos quarteirões que ficavam no poente da rua.
Seguindo em tangente por esse caminho, a linha férrea
cortava perpendicularmente todas as ruas, desde a das Flores até a do
Livramento; e daí, continuando, já nas areias e fora da cidade, entreva na
Curva do Amaral, no quilômetro 2.
No cruzamento com a Rua das Trincheiras paravam os trens de
Maranguape, quer na ida, quer na volta. E para facilitar o embarque e
desembarque de passageiros, havia junto à esquina daquela rua, e para o lado da
estação, uns extensos degraus de madeira, ao longo dos quais os trens paravam.
Era a parada do Chico Manuel.
A linha foi transferida da Rua da Lagoinha para além do
cemitério, em 16 de outubro de 1917; porém, muito antes disso, aí por volta de
1880, a parada ainda servia ao público. Este desembarcadouro era bastante
utilizado pelos moradores da redondeza, dispensando-os de longas caminhadas de
ida e volta à estação central. A
população devia tão grande comodidade à influência e ao prestígio do coronel
Francisco Manuel Alves, e o povo batizou aquela parada com o nome de seu
prestimoso criador.
Extraído do livro
Fortaleza
velha, de João Nogueira
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