terça-feira, 23 de setembro de 2014

Alguns Imóveis do Século XIX no centro


Paço Municipal – Palácio João Brígido 

Construído no início do século XIX,  o edifício  da Rua São José era um armazém de alimentos de propriedade do  de propriedade do Sargento-Mor Antônio Francisco da Silva, um dos antepassados da família Albano. 


Dos Albano, o armazém passou para os Guimarães, outro poderoso clã da cidade.  No século XIX, a chácara dos Guimarães era um oásis à beira do Pajeú e ainda afastado do Centro da cidade, embora fosse perto da Catedral.
Em 1866 foi comprado pela Tesouraria da Fazenda por 60 mil réis. Mais tarde, conforme contrato entre a igreja e o governo, foi transferido para a Diocese para servir de sede ao Bispado. A partir daí passou a ser conhecido como Palácio do Bispo. Entre 1866  e 1892 passou por reformas, sendo então entregue ao Bispado. 
No dia 27 de fevereiro de 1973, o Palácio foi vendido à Prefeitura de Fortaleza, e passou por reformas para receber o Gabinete do Prefeito e outros órgãos municipais. Em nova reforma ocorrida em 1975, foi derrubado o muro de alvenaria que havia em torno do imóvel permitindo a visão do bosque Dom Delgado – projetado por Burle Marx – à população de Fortaleza e aos turistas. O muro foi substituído por uma grade. 


O Paço Municipal foi  sede da administração de Fortaleza ininterruptamente até 1991, quando o prefeito Juraci Magalhães levou seu Gabinete para o bairro Serrinha, e o prédio passou a abrigar a Secretaria do Trabalho e Ação Social da Prefeitura e provisoriamente a Fundação Cultural de Fortaleza, que funcionava na Praça do Ferreira, numa galeria que havia no subsolo; com a reforma da praça em 1991, o local deixou de existir.  
Seu sucessor, Antônio Cambraia, reformou o Paço e trouxe o Governo Municipal de volta ao Centro. Juraci voltou à Prefeitura em 1997, sendo reeleito em 2000. Em seu terceiro mandato, novamente tirou seu gabinete do Palácio, deixando o prédio para a utilização de diversas secretarias.


Em janeiro de 2010, depois de nova reforma o Palácio João Brígido recebeu de volta o Paço Municipal. Mais uma vez, a administração municipal voltou ao centro de Fortaleza. 

Palacete Avenida Central


Construído na década de 1830, por Joaquim Ignácia da Costa Miranda, para sua residência. Neste local funcionaram o Hotel Avenida e várias repartições, como a Codagro, Departamento de Expansão Econômica, Departamento de Estatística , primeira sede do BNB, Prefeitura de Fortaleza e Câmara dos Vereadores, e o Polo Central de Atendimento Social a Criança e ao Adolescente, inaugurado em setembro de 1992 para atender os meninos de Rua.


A edificação pertenceu à família Cavalcante, umas das famílias mais importantes da cidade. o imóvel mostra claramente a importância que tinha para a vila pela situação privilegiada que ocupava na vizinhança da Sé e da fortaleza. Anos mais tarde foi construído um anexo para albergue de meninos na parte leste alterando consideravelmente o seu entorno. 


Atualmente funciona no local o Casarão dos Fabricantes, que abriga revendedores de confecções, bolsas e artesanatos. Fica na Avenida Alberto Nepomuceno, 339, esquina com a Rua Rufino de Alencar. 

Sociedade União Cearense


Construído no final do século XIX, foi sede do primeiro clube social da cidade, a Sociedade União Cearense (Clube Cearense). Também abrigou o Grand Hotel do Norte, de propriedade do francês Norberto Golinac, onde funcionou a primeira sorveteria de Fortaleza. Em 7 de março de 1895 recebeu as instalações do Correio, vindo do térreo da Assembleia Legislativa, que permaneceu no local até 1934. Em 1935 foi adquirido pela The Ceará Tramway Light and Power, empresa inglesa que explorou os serviços de energia e transportes coletivos. A partir de 1948, com a encampação da Light pela prefeitura de Fortaleza, o prédio passou para a empresa de eletricidade, primeiro CONEFOR, mais tarde COELCE. 

 


O prédio ficou abandonado por mais de 20 anos, chegando a ruir parcialmente em decorrência das chuvas no ano 2000. Depois foi adquirido pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC)




A partir dos anos 2000, o prédio começou a ser recuperado com verbas do mecenato. Hoje, totalmente recuperado, abriga o Museu da Indústria, inaugurado recentemente.


fontes:
Caminhando por Fortaleza, de Francisco Benedito
fotos: FIEC, Arquivo Nirez e Fortaleza em Fotos 

 
 

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