domingo, 16 de fevereiro de 2014

Praça Cristo Redentor



Localizada no centro, entre as avenidas Presidente Castelo Branco e Dom Manuel e Ruas Boris e Rufino de Alencar. Até o ano de 1881, o logradouro foi chamado de Praça da Conceição, em homenagem a N. S. da Conceição da Prainha, cuja igreja teve a construção iniciada em 1839, com planta do arquiteto alemão José Antônio Seiffert. 
Depois de 1881, passou a ser a Praça Senador Machado, por proposta do vereador João Cordeiro, em homenagem ao Dr. Antônio José Machado, que foi membro da Relação da Corte, em 1657. O Senador Machado exerceu os cargos de Chefe de Polícia do Ceará, Deputado Provincial e Geral e Senador da República, em 1861.
Em 29 de outubro de 1890, por Resolução do Conselho da Intendência Municipal, que tinha como presidente o major Manuel Nogueira Barros, a praça retomou o antigo nome, da Conceição. Esta resolução, no entanto, durou apenas 6 meses, pois em Sessão de 28 de abril de 1891, os intendentes Guilherme César Rocha, Olegário dos Santos, Antônio Costa Sousa e José Albano Filho, com aprovação do Presidente do Conselho, voltaram ao nome anterior, ou seja, Senador Machado. 



Através da Lei Municipal n° 111, de 19 de dezembro de 1924, na gestão do Prefeito Godofredo Maciel, o local recebeu o nome de Praça do Cristo Redentor, denominação que mantém até os dias atuais.  Durante algum tempo, a praça também foi chamado de Praça do Seminário, por encontrar-se ao lado do Seminário da Prainha, inaugurado em outubro de 1864, por Dom Luís Antônio dos Santos, o primeiro bispo do Ceará. 


Ladeira da Conceição (ladeira da Prainha), tendo à direita a torre vigia da casa do Mr. Hull

Na segunda metade do século XIX e início do século XX, o bairro Outeiro da Prainha abrigou famílias aristocratas: Boris, Franco Rabelo, Mister Hull (engenheiro inglês gerente da Light e cônsul inglês), Araripe Junior (um dos maiores críticos literários do século XIX), e o poeta José Albano. Do lado direito da Biblioteca havia o solar do coronel Solon da Costa e Silva, um dos donos da companhia de bondes puxados a burro. Ali era a garagem e o local de treinamento dos burros, chamada de academia do Solon. 
Na esquina da Avenida Presidente Castelo Branco (antiga Rua Franco Rabelo com Almirante Jaceguai) ficava a a residência de Mister Hull. Os bondes vinham até o pé da colina, chamada de Ladeira da Conceição.

Equipamentos da Praça


Torre do Cristo Redentor – monumento inaugurado em 24 de dezembro de 1922, numa homenagem ao centenário da independência do Brasil. A torre tem 35 metros de altura, 3 metros de circunferência, em estilo coríntio, sendo a estátua de 2,70 metros. A torre foi inspirada na coluna de Paris, de 50 metros de altura; na base havia uma capela, depois fechada; no interior há uma escadaria de cimento armado com 115 degraus que dava acesso ao topo do monumento, e por muito tempo foi utilizado como mirante para observar a cidade.  O equipamento contava ainda com um relógio de 4 faces, inaugurado no dia 16 de novembro de 1924, que mais tarde foi retirado em virtude do balanço da torre. O relógio foi levado para a torre da Igreja dos Remédios, onde ainda se encontra. 



Igreja da Conceição da Prainha – a igreja da Conceição da Prainha teve lançamento da pedra fundamental em 8 de dezembro de 1839, com celebração de missa e benção do local, pelo padre Carlos Augusto Peixoto de Alencar. A igreja foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1841, com a celebração da primeira missa. Atrás da igreja havia o Cemitério da Prainha, que funcionou entre 1811 e 1847. A igreja foi utilizada pelo seminário durante o tempo em que funcionou no local, passou por ampliação e serviu aos ofícios realizados pelos padres e seminaristas.
 

Seminário Episcopal da Prainha  fundado em 27 de setembro de 1860, inicialmente recebeu o prédio que servia de quarentena ao Lazareto da Lagoa Funda, o qual não foi aceito. O prédio atual teve sua construção iniciada em 1868, e deveria servir de colégio para as órfãs desvalidas dos familiares da Irmandade da Igreja de n. S. da Conceição. O bispo negociou com a congregação e mudou o seminário para lá.  



Teatro São José – fundado em 1914 pelo padre alemão Guilherme Waessen como opção de lazer, cultura e assistência social para os trabalhadores do Circulo de Trabalhadores Cristãos Autônomos de Fortaleza. A inauguração ocorreu um ano depois, em 1915. Entre 1917 e 1941 funcionou no local o Cine São José, que tinha a curiosidade de dividir a plateia por sexo. Atualmente abriga o Museu do maracatu, fundado em 1984 e o Circulo Operário e Trabalhadores de São José, fundado em 1913, pela Arquidiocese de Fortaleza.

Biblioteca Pública Menezes Pimentel – originalmente chamada de Biblioteca provincial do Ceará, foi fundada no dia 8 de setembro de 1865 e inaugurada em 25 de março de 1867. A biblioteca pública ocupou vários imóveis, antes de se mudar para o prédio da Praça Cristo Redentor. 



Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura – é o equipamento mais novo da praça, inaugurado oficialmente em 28 de abril de 1999. Projetado pelos arquitetos Fausto Nilo e Delberg Ponce de Leon, o centro Dragão do mar abrange várias atrações como o Museu Cultural, Escola de Artes, Café Cultural, 3 salas de cinema, e o planetário.


Como a maioria das praças do centro, a do Cristo Redentor também se encontra em péssimo estado de conservação, com pisos e bancos quebrados, muros e equipamentos pichados, lixo, e a presença de mendigos e desocupados, que usam a base do monumento como banheiro e dormitório. 
O busto do padre Guilherme Waessen, fundador do Teatro São José, está pichado e sem identificação. Apesar da vizinhança com a Catedral de Fortaleza, a Igreja da Prainha  e o Centro Dragão do Mar, locais largamente visitados por moradores e turistas, a Praça do Cristo Redentor está relegado ao abandono e ao esquecimento por parte do poder público, sem contar com a insegurança e o risco permanente de assaltos.   

fotos do Arquivo Nirez, Amélia Earhart, Gentil Barreira (do livro Viva Fortaleza) e do Fortaleza em Fotos. 
Fontes:
Praças de Fortaleza, de Maria Noélia Rodrigues da Cunha
Caminhando por Fortaleza, de Francisco Benedito
site Fortaleza de Ontem e de Hoje

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