quinta-feira, 17 de junho de 2010

Colégio da Imaculada Conceição - Igreja do Pequeno Grande

Conjunto arquitetônico Colégio da Imaculada Conceição/Igreja do Pequeno Grande
(foto Nirez)


Desde a sua fundação o colégio da Imaculada Conceição foi entregue as Filhas de Vincent de Paul. Eram sete as que chegaram no dia 24 de julho de 1865: Bazet, Gagné, Marie, Cassin, Rouchy, Lecorre e Gonçalves. A chegada das irmãs à Fortaleza foi um acontecimento que atraiu centenas de curiosos, todos querendo observar de perto como seria uma “irmã de caridade”.

Depois de venceram as dificuldades do desembarque, dado o desconforto do cais do porto, as irmãs se dirigiram à Igreja da Prainha e depois para a casa que lhes estava destinada, na Rua Formosa (atual Barão do Rio Branco), de propriedade do Barão de Aratanha.

No caminho entre o porto e a casa, enfrentaram as fadigas que lhes causavam o sol causticante, o calor infernal e a areia ardente que lhes escaldava os pés.
Naquele tempo Fortaleza tinha apenas três ruas calçadas com pedras, de modo que qualquer ventania levantava aquela areia fina que calçava as ruas, e ia direto aos olhos e nariz de moradores e visitantes

Grande foi o espanto dos curiosos ao defrontar-se com aquela estranha gente: uns se ajoelhavam, outros se aproximavam, tentando tocar-lhes as vestes. Nas janelas os moradores se aglomeravam desconfiados, e as crianças seguiam as irmãs pelas ruas, num alegre cortejo.
Dois anos após a chegada das irmãs, o colégio já abrigava 20 órfãs e 40 pensionistas. A antiga sede já não comportava o número de alunos, urgia conseguir nova área para o estabelecimento.

E a oportunidade surgiu com uma ajuda financeira oferecida pelo Presidente da Província, que possibilitou que as irmãs adquirissem o prédio onde funcionara um asilo para meninos.
Somente em 1867 o colégio pode instalar-se no prédio onde atualmente se encontra – a antiga Casa dos Educandos – que havia sido construída para servir de asilo a meninos pobres, mas fora fechada por falta de recursos para sua manutenção.

O Colégio da Imaculada Conceição cumpriu uma longa tradição de manter freiras de nacionalidade francesa na sua direção. Marguerite Bazet foi substituída por Clemence Gagné, que foi substituída por Emile Henriot que ficou à frente do estabelecimento até sua morte em 1930. Outra francesa – Jeanne Mahieu – ficou na direção até 1935, quando assumiu a Irmã Simas, de nacionalidade portuguesa.

A Igreja do Pequeno Grande

A história da igreja está intimamente ligada à história do colégio. A Igreja do Pequeno Grande ganhou este nome por causa de uma imagem milagrosa de Cristo existente na Boêmia.

Uma cópia da imagem foi mandada para o colégio com a divulgação dos milagres atribuídos à devoção do Pequeno Grande.

A pedra fundamental da nova igreja foi lançada em 1896. As obras mal iniciadas, sofreram paralisações no ano seguinte, foram reiniciadas em 1898, até sua conclusão em 1903, quando se verificou a benção do templo.


Fontes: 

FONTES, Eduardo. As Pouco Lembradas Igrejas de Fortaleza. Fortaleza: Secretaria de Cultura e Desporto, 1983. 
GIRÃO, Raimundo. Geografia Estética de Fortaleza. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1959 

5 comentários:

Lúcia Paiva disse...

Muito bom, Fátima, bem concisa e precisa. É bom que tenha alguém como você divulgando toda essa importante memória de nossa cidade.BRAVO!!!!!

Fátima Garcia disse...

obrigada Lúcia, pela gentileza do comentário.

Mario Celio disse...

Muito valoroso para nosso conhecimento,só tenho agradecer.Mario,ex aluno vicentino

Fátima Garcia disse...

obrigada por visitar nosso blog, Mario Celio, grande abraço

Anônimo disse...

Você não teria uma foto da Irmã Bazet?