Certa vez o pintor francês F. Biard em viagem pelo Brasil, escreveu em seus relatos que observara vários camelos a andar preguiçosamente pelas praias cearenses.
Foi censurado por infidelidade na descrição, posto que, no Ceará, não haviam camelos.
Mas os animais de fato existiam por aqui.
Mandados pelo governo imperial, vindos da Argélia, como solução para o problema dos transportes no sertão, era pensamento das autoridades que, no Nordeste, o animal resistente à escassez de água e comida poderia ser boa pedida para tração e carga.
O presidente José Martiniano de Alencar (1834-1837 e 1840-1841), já pensara na aclimatação de camelos para aquele fim, porém foi em 1859 que, por iniciativa do Barão de Capanema, vieram do Norte da África quatorze deles, entre machos e fêmeas. Adaptaram-se e reproduziram-se facilmente no novo habitat, chegaram ao número de vinte.
Porém, o pequeno rebanho sofreu com a falta de criadores especializados. A longa gestação das fêmeas, que dura cerca de um ano, ultrapassava os prazos pretendidos para a formação de criações maiores. Foi o fim do empreendimento.
Os animais que conseguiram se aclimatar foram utilizados, primeiro nas passeatas ou préstitos carnavalesco, depois viraram atração turística.
Extraído do livro:
GIRÃO, Raimundo. Geografia Estética de Fortaleza. Fortaleza: imprensa Universitária do Ceará, 1959
GIRÃO, Raimundo. Geografia Estética de Fortaleza. Fortaleza: imprensa Universitária do Ceará, 1959
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