quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Bairros de Fortaleza - Mondubim


O Mondubim é um bairro de Fortaleza, localizado a sudoeste da capital. O nome Mondubim já era citado no mapa da Expedição de Mathias Beck à Maranguape, quando os holandeses estiveram em no Ceará. Limita-se com os bairros Presidente Vargas, Parque Santa Rosa, Conjunto Esperança, Maraponga, Jardim Cearense, Parque Dois Irmãos e Prefeito José Walter.
É o bairro mais populoso de Fortaleza, com 80.303 habitantes de acordo com o censo de 2010 do IBGE. 

 a primeira estação do Mondubim foi demolida em 1980

A estação de Mondubim foi aberta em 1875, ao lado da lagoa. A chegada da ferrovia de Baturité, deu inicio ao bairro do mesmo nome e alavanca-se seu desenvolvimento. Rico em olarias, de lá saíam excelentes tijolos brancos, usados na construção da própria estação.  Esse prédio foi demolido em 1980. 

a 2a. estação foi demolida em 2009

Uma nova estação foi construída. Serviu também como estação de trens metropolitanos até sua nova demolição em 15 de março de 2009 para as obras do metrô de Fortaleza. Os trens agora passam ali direto sem parar.


no lugar da antiga estação, uma passarela para pedestres. Agora o trem já não para em Mondubim
 
O Mondubim tinha um desenho arquitetônico bem de cidade de interior, com um canteiro (praçinha) no centro e habitações ao redor deste. Este desenho foi alterado nos anos 1970 quando as duas ruas ao lado do canteiro foram usada como vias da Avenida Perimetral. 


Praça Venefrido Melo, dividindo em duas vias a estrada que cruza a linha de ferro, inaugurada juntamente com a luz elétrica no bairro. O chafariz localizado na pracinha, é o mesmo que aparece na foto acima, com a cobertura modificada,  na então Praça José de Alencar, hoje Waldemar Falcão. (arquivo Nirez)





A Igreja, construída em 1908, em foto atual. O chafariz e a pracinha sumiram. O lugar está cercado de escombros e entulhos, em razão das obras do Metrofor.   

Paróquia de Nossa senhora do Perpétuo Socorro, construída ao lado da antiga igreja com a  mesma invocação.  


A Capela de Santo Antônio foi construída em 1879, pelo Major Antônio Carneiro Monteiro,  para o santo da sua devoção. Por ocasião da inauguração, o major mandou buscar em Portugal uma imagem do padroeiro, feita em madeira, que foi posta no altar mor. Na Capela de Santo Antônio estão sepultadas duas irmãs,  Florência e Maria Monteiro Mamede, ambas falecidas ainda crianças, em 1888, vítimas de febre amarela.
Há uma grande preocupação com referência a preservação da capela, em razão das obras de porte no seu entorno, como o Cuca e o Metrofor.  







A Lagoa é a principal referência do bairro, onde os índios habitantes do local pescavam e caçavam. E é até hoje a maior opção de lazer e diversão para os moradores. Pertencente a bacia Hidrográfica do Rio Maranguapinho, a lagoa de Mondubim tem volume de água de 286.819 m³, profundidade média de 2,11 metros e máxima de 3,93 metros. 


   




Não há como desvincular o Mondubim, bairro encravado na área da Secretaria Executiva Regional (SER) V, de um reduto com forte influência rural. Além de estar localizado nas proximidades da estrada de acesso ao Maciço do Baturité, foi, durante décadas, lugar de moradores provenientes de municípios daquela região serrana, que procuravam se estabelecer na Capital. Apesar do apego às tradições rurais, que se manifestam ainda hoje pelo pelo grande número de sítios, o bairro sofreu mudanças violentas. A mais recente está relacionada às obras de construção do Metrô de Fortaleza (Metrofor), que modificou radicalmente o desenho de parte do bairro. No bairro ainda existe o Museu do Estrigas, um museu de pintura e escultura.


fotos: Rodrigo Paiva e Fátima Garcia
setembro/2011
pesquisa: 
wikipédia
Diário do Nordeste
Cogerh
http://www.estacoesferroviarias.com.br

27 comentários:

Anônimo disse...

A natureza é generosa com o local mas está tão mal tratado,parece que nem o poder público nem apopulação cuida do local.Que pena poderia ser tão bonito.

Anônimo disse...

Gostei do "assunto". A gente da outra faixa etária, é saudosista mesmo. Também estou fora de Fortaleza, desde 1969. Morei anos no Rio de janeiro e, depois de concluir Comunicação Social (Jornalismo), aceitei convite para trabalhar (e morar) em São Luís/MA.
No início de setembro visitei Fortaleza, por três dias. Tomei algo parecido com choque elétrico. Nos bairros onde morei (Bela Vista e Porangabuçu), não reconheci viva alma. Quase todos morreram ou mudaram. As casas da rua (Viriato Ribeiro), não havia mais uma sequer igual àquelas quando saí. Não conheço Mondubim, mas tenho grande amigo que morou muito tempo ali (acho que ainda mora): José Leandro de Castro Serpa. Não conheci mais o Centro, a Guilherme Rocha, acabaram com o Clube do Advogado onde, aos sábados, ouvíamos Aíla Maria. Levaram o Flórida BAr (Sá Filho) para a Travessa Dom Joaquim, na Aldeota. Fui ao Liceu - onde estudei 7 anos - e chorei das boas lembranças e das nossas desavenças constantes com os Bombeiros e o dono da empresa de ônibus, Pedreira, pois nunca pagávamos passagem. Local de sentir lembranças: Praça, no Centro, onde antigamente funcionou a Secretaria de SEgurança e a Prefeitura Municipal - nunca aprendi o nome. Gostei do novo Presidente Vargas, da Bezerra de Menezes, onde andei muito quando era tudo de paralelepípedo. Mudou Fortaleza. Nós não mudamos. Obrigado pelo blog e pelas lembranças. Sou de Pacajus, mas não conheço. Nunca fui lá. Sei que estou devendo e, na próxima vez que viajar, farei tudo para ir lá. Mais um abraço.

Fátima Garcia disse...

A natureza é bastante generosa, mas o Metrofor fez um estrago no bairro. O anônimo das 20:52, voce deu sorte de ainda reconhecer alguma coisa, a cidade está mudando de forma acelerada, com o "progresso" varrendo o que acha pela frente. O centro está esvaziado, e praticamente entregue ao comércio informal. Nós reconhecemos os lugares pelas referências que dispomos. No que esses pontos de referências são retirados, perdemos a noção de localização, e viramos estranhos na nossa própria cidade.
um abraço

Anônimo disse...

Obs: a Lagoa de Mondubim fica oficialmente do bairro da vila manoel Sátiro!!!!!!

Fátima Garcia disse...

ok anônimo, fica o registro. Em Fortaleza fica difícil identificar os limites de cada bairro, mas observei que a lagoa fica às margens do Cuca que está sendo construído no bairro Vila Manoel Sátiro. Faz sentido.

Anônimo disse...

com relação ao comentário feito sobre a lagoa eu aprendi que de um lado é Mondubim e o outro é Vila Mel. Satiro. com relação as mudanças vejam agora com deixaram a preça da Igreja e chafariz que nem funciona mais.

Fátima Garcia disse...

ainda não fui no bairro depois que as obras do metrofor terminaram, mas acredito que muita coisa da memória do bairro foi destruída mesmo, é da cultura do metrofor. Quanto à lagoa, valeu pela informação.

Anônimo disse...

Queria pedir com todo respeito a pessoa que fez está história do mondubim sobre os trens , corrija naquela parte que diz que o trem não para mais no monbudim , ao contrário ele para sim , e aquela passarela que tem na foto fica no bairro da vila manoel sátiro e não no mondubim , uma nova estação no monbudim já foi feita e param trêns lá sim .

Anônimo disse...

Queria pedir com todo respeito a pessoa que fez está história do mondubim sobre os trens , corrija naquela parte que diz que o trem não para mais no monbudim , ao contrário ele para sim , e aquela passarela que tem na foto fica no bairro da vila manoel sátiro e não no mondubim , uma nova estação no monbudim já foi feita e param trêns lá sim .

Fátima Garcia disse...

ok, anônimo fica o registro sobre a circulação de trens no Mondubim.
obrigada

Paula Duarte disse...

Olá, Fátima! Legal seu blog, parabéns pelo trabalho histório qiue compôs aqui. Gostaria de saber sobre o bairro Bela Vista, pois, estou fazendo um trabalho sobre este bairro, teria como eu pegar informações com vc, pode me passar seu e-mail? o meu é paularacquel@hotmail.com
Grata,
Paula.

ticiane pinheiro disse...

Ola fátima...
há pouco mais de um ano estou morando no mondubim e gostaria de mais informações sobre o bairro... Eu moro em frente ao que todos chamam de Campo ou Clube do América... Fica na Rua america mesmo... Já procurei informação sobre esse lugar e não achei... Se souber de alguma informação e queira compartilhar agradeço... meu email é wivaldojunior@gmail.com

Tom Barros disse...

Parabéns pela referências a Mondubim. O Metrofor cometeu um crime. Destruiu a memória de Mondubim. Peço a quem tiver fotos do lugar na década de 1950 que as publique. Gostaria de vê-las para reencontrar o verdadeiro Mondubim que conheci belo, bucólico, aconchegante. Saudações
Tom Barros

Fátima Garcia disse...

seria bom Tom Barros, ver fotos antigas do local

Unknown disse...

o Bairro Vila Mel Sátiro fica dentro do Mondubim que antigamente era distrito!
Portanto Lagoa do Mondubum!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Decio Rocha disse...

realmente um dos lados da Lagoa do Mondubim pertence a Vila Manoel Sátiro e o outro lado ao Mondubim, assim como a Lagoa da Maraponga, um lado pertence a Parangaba e o outro a Maraponga

Damião Castro disse...

O Mondubim, outrora um lugar pacato, maravilhoso, com uma grande lagoa, com seus sitíos, a Estação de trem, a Igreja antiga de Santo Antônio, a Igreja Matriz centenária, o Mini Museu Firmeza, na Via férrea, de D. Nice e Nilo, que tinha o nome artístico de Estrigas. Com a modernidade, as reformas foram acontecendo e assim descaracterizando o lugar, que modificou esse bairro chamado de Mondubim. Hoje só nos resta as fotos antigas e nossa memória para lembrarmos de como era antigamente o Mondubim.
Damião Castro.

Unknown disse...

Por FV alguém sabe informar quantos kilometros mede a lagoa do mudubMu?

Unknown disse...

Gente e Mudubim errei o nome acima

Unknown disse...

Tudo verdade

Vicente Furtado disse...

O Sr. Damião Castro, fala com muita propriedade das colocações com relação aos limites do velho MONDUDIM, esse beleza bucólica, com cara de cidade do interior que passei a conhecer como testemunha ocular, o coreto, os bancos simples de madeira com estrutura de ferro, seus belos jardins, o chafariz e a Igrejinha de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, agora um Santuário datado de 1908... Nesse velho histórico e antiquíssimo distrito de Fortaleza, transformado em bairro, que sempre passávamos nos trem à partir de 1963, em direção as férias no Carirí cearense, mas precisamente, Lavras da Mangabeira... Era de praxe, tendo em vista que naqueles anos áureos os trens em viagens de regresso, não paravam nessas estações suburbanas, salvo emergência, a não ser no Maracanáu, depois Parangaba, e finalmente na estação central João Felipe... NÓS os filhos do ferroviário, Seu TAVARES, TODOS pulávamos em rolamentos, coisa que treinamos o ano inteiro no nosso quintal no bairro vizinho, Parque São José, quando o trem diminuía a marcha para pegar do agente da estação o bilhete de liberação da linha...
Não podemos esquecer ou desassociar da matriarca, madrinha e apaixonada professora, humanitária, que NINGUÉM ousa separar o Mondubim da Vila Manoel Sátiro, em seus limitrófes, pois temos em, Dona Noelzinda Sátiro Santiago, que apesar de ter residido no Sítio do outro lado da Lagoa, era propriedade do Sítio da Família e que foi adquirido pelo pai em 1940, o Sr. Manuel Sátiro, o MONDUBIM é contemplado com a parte sul da Lagoa. Aliás, é esse manancial que divide os dois bucólicos bairros. No entorno da lagoa, tem a antiga Igreja de Santo Antônio, construída por pescadores, que está gora do lado do CUCA e graças a DEUS ainda de pé esse templo...
Trabalhei como Coordenador Escolar da Escola, EEFM Estado do Maranhão, de janeiro de 1999 à fevereiro de 2005.
Sempre ao sair da escola no turno noturno, costumava principalmente às sextas-feiras, tomar uma gelada, na birosca do Sr. Cleiton, que ficava no canteiro central da rua Wanefrido Melo, que foi indenizado pela PMF, por volta de 2004 e se transferiu para o Picí... Em uma dessas empreitadas de regresso pra casa, de bike, e meio ébrio kkkkk me achei meio estranho, encostado próximo ao calçadão da Igreja e avistei a data, pensava ter voltado a capsula do templo em 1908...

Vicente Furtado disse...

Pelo amor de Deus, Fátima Garcia, me perdôe por estar sendo um tanto antiético, mas você pecou muito ao NÃO procurar alguém residente no local,ou observar NO GOOGLE MAPS, pois você mesma disse que NUNCA visitou o bairro e colocou aquela foto da passarela que quase queimou parte do seu filme, em sua rica história... Ela nada tem a ver com o MONDUBIM, pois, vejamos, primeiramente tinha uma antiga de estrutura metálica antes da pequena estação da Vila Manoel Sátiro, demolida já em 1980, que dava para a Rua Rosa Cruz, na Maraponga, e depois foi feito uma outra moderna depois da moderna estação do METROFOR, que a Senhora postou... Ela fica entre as ruas Creuza Roque e São Lazaro, atrás do DETRAN, no bairro Vila Manoel Sátiro...

Unknown disse...

Gostei muito do conjunto da obra, só queria registrar aqui minha indignação quanto ao que foi feito com a pracinha do Mondubim por conta das obras do metrofor, passei minha infância e juventude naquela praça!!!!! A igreja matriz, um prédio histórico maravilhoso em sua obra, totalmente abandonada ao meio aquele viaduto muito mal feito e prejudicando a travessia dos pedrestes , muito triste!!!!

Odálio Girão disse...

O Mondubim, mesmo tendo sua memória destruída com as mudanças atrapalhaadas' resta nos lembrar das familias que contribuíram no desenvolvimento do maravilhoso lugar aconchegante e prazeroso,não podemos esquecer do seu chiquinho Marinheiro com sua mercearia,a dona Olindina ao lado da Igreja Matriz, do ex. padre Jairo Ferreira da Silva, seu Teixeira com sua padaria, o 1o.Grupo Escolar onde nasceu as primeiras liçoes da infancia ,lá ensinava minha saldosa professora D. Vilma' a Escola Particular Don Pedro II, quase em frente a antiga estação de trens, sendo a Diretora e professora ilustríssima D.Francisquinha'
'Brasil Soares, minha professora da 2a. Série Regina, e tantas outras que vamos observar nas próximas edições.

Unknown disse...

Voltei no tempo, em que eu tinha 11anos e estudava na Escola Reunida,dá uma saudade imensa,só através das fotos lembro como,passei em Mondubim em 2018 e não vi nada que lembrasse de minha infância. Lembro de minhas professoras,Aurila e Helena Quevedo.

Anônimo disse...

Morei nos apartamentos chamados NOVO MONDUBIM nos anos de 1985/1986 e naquele tempo o bairro era constituído de modo geral de famílias de vida simples, porém honradas e trabalhadoras. Os ônibus altamente enferrujados e cheios de buracos no piso da VIAÇÃO MONTENEGRO saiam abarrotados de trabalhadores e estudantes que, devido à total carência de escolas na região, dirigiam-se ao Centro da Cidade para estudar em colégios como Padre Champagnat, Oliveira Paiva, Positivo, Lourenço Filho, Anglo e João Pontes.

A volta pra casa era mais complicada, pois as únicas linhas disponíveis eram Conjunto Esperança I e II, bastante demoradas e lentas, e caso você perdesse o ônibus que ia direto para o Novo Mondubim, tinha que pegar o outro, que dava um arrodeio longo e cansativo pelo Conjunto Esperança, com a fome do almoço tardio e um sol escaldante.

O campão de futebol era a melhor diversão nos finais de semana, ou então encarar dois ônibus e uma "légua tirana" para chegar ao Shopping Iguatemi. Para as crianças, as praças e o entorno dos apartamentos eram um lazer seguro e agradável.

Paqueras, jovens bonitas e perfumadas, música de qualidade e o clima de inocência que ainda sublimava a atmosfera dos Anos 80, tornavam o Mondubim um bairro agradável de se morar, não obstante a distância e as dificuldades.

Hoje, vejo com muita tristeza, pelo Google Maps, como o Conjunto Novo Mondubim sofreu um grande processo de favelização. Os novos moradores que foram chegando descumpriram as normas de urbanismo, fazendo "puxadinhos" nos andares térreos, fazendo comércios, garagens e galpões desordenadamente.

Os blocos de apartamentos, antes todos brancos e homogêneos, hoje cada um tem uma cor e formato diferentes, uns com janelas de madeira e outros de vidro, sendo possível ainda observar janelas originais da época, como uma triste lembrança da bela vista que tínhamos, ao acordar pela manhã e abrir a janela, contemplando o ar puro os vastos matagais verdosos no bucólico horizonte.