Frente para a Rua do Rosário
O Palácio da Luz forma um vasto polígono com frentes para a Rua Sena Madureira, Praça General Tibúrcio, Rua do Rosário e fundos para a antiga Rua do Cajueiro, atual (Rua Pedro Borges).
Foi construído no final do Século XVIII, com auxilio de mão-de-obra indígena, para servir de residência do capitão-mor Antonio de Castro Viana. Em 29 de setembro de 1802, a câmara municipal pediu ao Príncipe Regente que mandasse arrematar o imóvel, ficando a câmara obrigada a pagar o seu valor com as sobras que pudesse ter anualmente.
Foi autorizada a arrematação, debitando-se a câmara o valor desembolsado, até a quitação do débito junto a Real Fazenda.
Para pagar o prédio, a câmara criou um imposto que se chamava Subsídio das Aguardentes, o qual consistia em pagar 4$000 por cada pipa de aguardente importada que desembarcasse em qualquer porto do termo da vila, até finalizar aquele pagamento, não se aplicando de forma alguma esse rendimento, a qualquer outra despesa.
O primeiro pagamento à Real Fazenda foi feito em 27 de novembro de 1802, e o último em 03 de novembro de 1807.
Ocorre que, tendo acontecido alguns furtos e arrombamentos em repartições do estado, o Governador Luis Barba Alardo de Menezes (1808-1812) transferiu as repartições para o palácio de sua residência, (que funcionava na Rua Sena Madureira, 42).
Depois escreveu à câmara municipal solicitando autorização para mudar-se para o prédio da câmara, onde podia exercer separadamente suas funções, alegando ainda, que era em favor do bom funcionamento da Real Fazenda.
Assim, em 1809, o governador passou a ocupar o edifício que pertencia à câmara municipal.
Em 12 de março, 26 de abril e 30 de junho de 1810, a câmara oficiou ao governador, pedindo-lhe o prédio, uma vez que era necessário que tivesse uma casa para suas sessões e guarda de arquivos.
Como não obtivesse solução a respeito, a câmara fez uma representação ao Príncipe Regente, queixando-se que o governador se apoderara da casa que lhe pertencia.
Continuou a câmara funcionando em prédio alheio até que em 1819, recebeu um oficio do governador Manuel Inácio de Sampaio (1812-1820) comunicando que fora aprovada por sua majestade a permutação feita pelo seu antecessor, ficando para a câmara, a antiga residência dos governadores.
De posse definitiva do prédio, o governo do estado promoveu diversas reformas em diferentes períodos. Uma das mais importantes foi promovida pelo Governador Inácio Correia de Vasconcelos (1844-1847).
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMWIAkGNzNyKrEpuQ52LVZtMWgwEgv5ojhXptoCMY83gzhn6MIZjye-9y50NeTCDxtMacToTz8ybdXsakLBUnX4EpTquOtizcGBD6CE9xVBAzlpihxVfenKCIM4rrqwXFUWGLh7ZgbkVhV/s320/p%C3%A7a+waldemarfalcao+001.jpg)
frente para a rua Sena Madureira - foto Mauricio Cals
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNwySnmMPo6zCHK-JpFV9g-1lG8Yxreg1yEJgQW6ihXdsWPqYf1iiNY3v6cosH_T8-1btljRMIgwv1H7mS0sjVt6VA8tEfLQyEFA4KIoaYVKLcf038TXh08TJ6xDTuHcQIpepDAUsnOIRz/s320/sbernardo+100.jpg)
frente para a Rua Sena Madureira
Em 1847, como a chuva causasse grandes escavações no largo do palácio, a ponto de torná-lo quase intransitável, o presidente mandou fazer uma forte muralha, de 384 palmos de extensão para sustentar o aterro. Depois levantou pilares na referida muralha, guarneceu-a de assentos e grades de ferro, e colocou no centro, uma escadaria para dar acesso a rua de baixo.
Em 16 de fevereiro de 1892 os cadetes da Escola Militar do Ceará se revoltaram contra o então governador José Clarindo de Queirós (1891-1892), obtendo adesão das forças federais, que o depuseram na manhã do dia seguinte.
O Palácio da Luz, atingido por tiros de canhão, ficou seriamente danificado.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMU1Cl9xlhdG_-NSk-iKZzM7cqUTiS74paY5svdg8PgtfiDRR4dI0KnmItYSx1_X6cRE-FMDWsWNvjlT6ueU-76ZhZqt0dqGbIGfBdqSgnTaXzSmm_bMSC5RagS_LahxEubc-_iIgao8JD/s320/sbernardo+075.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEIPmMkn9CoQxMC_aLTRDbhbYoq6oLSRZ04FDXiwzAzawicTCbG9i11MoV_YlYcNLq-b9AWjS1G0F26kGlYo321_Sfu7QKQZF9TIw4GQydt1HygAQvVcmCmjy39x_587zoPGw6ll4LobKf/s320/sbernardo+136.jpg)
frente para a Rua Pedro Borges
Na administração do governador José Parsifal Barroso (1960-1963) o Palácio da Luz perdeu parte da área que ocupava o seu jardim interno, para fins de prolongamento da Rua Guilherme Rocha até a Rua Sena Madureira. O projeto nunca se concretizou, e a parte perdida foi demolida e vendida a terceiros.
O imóvel ainda serviu de sede do Governo e residência do Governador até 1963, quando a sede do poder estadual foi transferida para uma casa na Rua Barão de Studart, 410.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSd3HSAQA6qsKBBzuU3K0KgraLLPfsd_KFH9AHWyr18BTidKTgG1q4uQlWZaaNjfHZefXFr4zCnut2WVi6d_KfbIvHvAmjgWkLbvyCO12lyhYLNB0iFBxIH4Xv1_iD2QXzyNgfhev6X3M5/s320/sbernardo+078.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU38I3ylvGeZomJyQOOXh6YdWs6G-rgZSTR-UTgcuhjH1KV7jsOo7KHPhf6zvbVJWwuelSOz24gQrggwcysdHud2W8fErbsdQOH_ByXhek9WtBn8KA3apDZmnVZXubRaocFy-_y5oUK5UC/s320/sbernardo+080.jpg)
nesta parte do edifício funcionavam o gabinete do governador, a sala do secretário, a da secretária, a do porteiro e duas mais onde ficava o arquivo. No lado do sul, a casa do governador, com todos os seus cômodos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu-IBbMwEJPZlqDVMwf64iX7KtjBRU716-G-fMsbNHim86yK9U2h9h0uVRlALBao-g-GpqevMBOxBknReIGpBQzLczn8lOt1yP53-YgWYeRfmwis1gomyliW-QH_HfwsVN0_3pHeiqomd2/s320/sbernardo+081.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFHvZ4LooKRurJCEQnSf_sZJIDznTZGyhrS9cv9vVMxs6RrWXxpauPC3QYV_mD0lVdEEjiXJrE69itoB_y6qcDzd3MM6nguKlnyQW73c-W1mPD8YAfqJLEr-vlhwYsW8a1PTeEhOogHbxo/s320/sbernardo+082.jpg)
Na administração do Governador Francisco Xavier Paes Barreto (1855-1857), em 1856, foram feitos grandes serviços nas salas da frente, e o vice-governador Herculano Antonio Pereira da Cunha, no mesmo ano, reconstruiu o terraço, fez o jardim e os aterros do quintal.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijZeEFCJJAQFUskuDpcISdVi-hyU95ihzTAgC3w5eoknRm6Mvb61sqUiUWBNb8aMKaYCvmOvHjHBLbMVxcGfROZs3S6olwLMqxiRHOk4dl5saKSSPdlgLArq1Squ90QuuLyHP5veRnblyJ/s320/sbernardo+103.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKDyRybVNONXo60MvEvB0DgUJmZHGIT5HK30rY_ZK5Ifr0Pv1yB6fED2xrSRYRL3Hcd1KWyqhVkYLKsTeI8acys6h-FHDtqlMbaHloRFAdkUzlvtgZoGEnRsD40QOQL_zxuGBhKvQujQKE/s320/sbernardo+104.jpg)
Além de sede do governo do estado, o Palácio já abrigou a Biblioteca Pública, a Casa de Cultura Raimundo Cela e hoje, acolhe a Academia Cearense de Letras.
Tombamento Estadual de 1983.
fontes:
AZEVEDO, Miguel Ângelo de (NIREZ). Cronologia Ilustrada de Fortaleza: roteiro para um turismo histórico e cultural. Fortaleza: BNB, 2001.
BEZERRA DE MENEZES, Antonio de. Descrição da Cidade de Fortaleza. Introdução e notas de Raimundo Girão. Fortaleza, Edições UFC/PMF, 1992.
BEZERRA DE MENEZES, Antonio de. Descrição da Cidade de Fortaleza. Introdução e notas de Raimundo Girão. Fortaleza, Edições UFC/PMF, 1992.
BRÍGIDO, João. Ceará (homens e fatos) Fortaleza, Edições Demócrito Rocha, 2001.
Nenhum comentário:
Postar um comentário