Um das últimas chácaras existentes na cidade, a Chácara
Flora, localizada na Rua Marechal Deodoro, n° 818, nas proximidades da Avenida Treze
de Maio, no Benfica, foi demolida na
manhã do dia 30 de dezembro, diante do olhar indignado de moradores e transeuntes.
Localizado por trás do Bosque de Letras do Campus da UFC, a
Universidade havia manifestado interesse em adquirir o imóvel, visando sua
preservação. Não obteve êxito.
Construída em 1898, a chácara era remanescente de uma vasta
gleba de terras que compunham o antigo sitio Benfica, que ao longo do tempo foi
sendo subdividida e teve sua ocupação efetivada a partir da primeira década do
século XX, com a construção de grandes chácaras amplamente arborizadas. Por essa época, a elite de Fortaleza residia
no Centro e no jacarecanga, bairro localizado na região Oeste da cidade.
Mas o caráter cada vez mais comercial do Centro, e o surgimento de indústrias no Jacarecanga deslocou muitas famílias para o Benfica. Na área um imponente arvoredo, e chácaras tão grandes que dava para andar a cavalo nas suas dependências.
Mas o caráter cada vez mais comercial do Centro, e o surgimento de indústrias no Jacarecanga deslocou muitas famílias para o Benfica. Na área um imponente arvoredo, e chácaras tão grandes que dava para andar a cavalo nas suas dependências.
O antes e o depois da Chácara Flora
Último exemplar de uma época, a Chácara Flora estava em processo de tombamento pela Secultfor. Mas, como sempre acontece, a agilidade da especulação imobiliária – que anda de braços dados com a insensibilidade e a indiferença pelos destinos da cidade – é muito maior do que a lerdeza reinante nos intrincados trâmites da burocracia municipal.
Assim, enquanto se discutia os detalhes do tombamento, a
empresa proprietária do imóvel – a Construtora Douglas –
já no mês de agosto colocou tapumes cercando o imóvel, sinalizando o possível início
de alguma obra; foi notificada, mas, pelo que se pode concluir, não deu a menor
importância e, acabou por demolir o imóvel.
O proprietário foi autuado pela fiscalização da Secretaria
de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) com base na lei de crimes
ambientais. Com isso, fica impedida a retirada de qualquer material do local.
Providências
tardias e inócuas. Os inimigos da cidade ganharam mais um round.
fotos do jornal O Povo
6 comentários:
Lamentável, esse "capítulo". Para mim, que moro a 2 quarteirões da Ex- Chácara Flora,estava sempre passando por ela e já previa essa destruição criminosa.
Em Fortaleza essas tragédias são anunciadas, destrói-se o Patrimônio Histórico como um castelo de areia...nada é feito, para impedir.
A ganância dos construtores(ou destruidores?) e a incompetência do poder público acrescido da certeza da impunidade.
http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=339005&modulo=966
Mas o valor histórico não te preço... =(
Tem não, Lorena. A perda patrimonial é irreparável.
Você não fez nada? Morando tão perto…. Tbm tem culpa nisso!
Costumava avista lá quando ia a faculdade pela janela do ônibus e sempre admirava infelizmente senti indignação. mll
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