O nome oficial é Rua José Alexandre, localizada no bairro
Farias Brito (mais conhecido como Otávio Bonfim). Mas no emaranhado de ruas
estreitas, becos e vielas, com número desconhecido de casas e moradores vive a
comunidade do Beco dos Pintos, desde 1914.
Para o IBGE e seus modernos conceitos o Beco dos Pintos é um
Aglomerado Subnormal, o equivalente a assentamentos irregulares
conhecidos como favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas,
ressacas, mocambos, palafitas, entre outros. É considerado aglomerado um
conjunto constituído por no mínimo 51 (cinquenta e uma) unidades habitacionais,
ocupando ou tendo ocupado até período recente, terreno de propriedade alheia
(pública ou particular) dispostas, em geral, de forma desordenada e densa, e
carentes, em sua maioria, de serviços públicos e essenciais.
Só em Fortaleza são 659, de acordo com o Censo demográfico de 2010.
A comunidade surgiu em 1914, quando José Vieira da Silva
levantou o primeiro casebre. À época, a área era conhecida por Rua da
Concórdia. Somente quatro anos depois, chegou ao local a família Pinto, que mais
tarde emprestou o nome ao local. Estes construíram diversas casinhas que eram alugadas
aos novos moradores.
Com o passar do tempo, e o desaparecimento da primeira geração, os herdeiros
não puderam mais reclamar direitos sobre
os imóveis, em razão da falta de
documento legal. Hoje muitos dos antigos moradores são proprietários das casas.
A área é composta por pequenas vias, que se entrelaçam
formando um verdadeiro labirinto, com acesso pelas ruas Padre Mororó e
Justiniano de Serpa. Embora apertadas, todas as ruas têm pavimentação, luz e saneamento.
Nas casas, um pouco das pequenas cidades interioranas: varais nos portões das
residências, cadeiras na porta de entrada e muita gente na rua.
Os costumes também são os mesmos de dez ou vinte anos atrás.
A cadernetinha da bodega, por exemplo, continua funcionando, registrando as compras na base do “fiado”. Tem
ainda os “galegos”, oferecendo suas mercadorias em pagamentos semanais e
carroceiros, que passam pelas ruas oferecendo frutas e verduras. Moradores mais antigos ainda lembram com
saudades de épocas mais antigas da comunidade: havia o chafariz, as ruas de
calçamento e menos insegurança.
fotos: Fátima Garcia
fonte:
Diário do Nordeste
IBGE
11 comentários:
Fátimamiga
Sempre que aqui venho, aprendo coisas. É bom: aprender até morrer. Ainda que pagar e morrer quanto mais longe melhor...
Qjs
Oi Ferreira,
um abraço grande para você e um bom ano que se inicia. Também acho que o bom da vida, é que nós sempre temos o que aprender. Isso renova o espirito e o corpo
abs
Quantos becos, tem essa cidade!
Sempre fica interessante,pela forma como você descreve e ilustra, Fátima.
muitos: becos, ruelas, e veredas que escondem uma parte da história e da cara desta cidade. Encontraremos todos, quem viver verá.
abs Lúcia
olá bom dia,tenho uma curiosidade de conhecer esse beco,pois morei na rua larga,quando sai dai tinha 2 anos,mas me diceram que meus pais eram do beco do padre da vila do tio juca existe ainda?pois gostaria muto de conhecer alguem de minha familia ou ñ sei se é o beco do padre ou dos pintos,pois me chamo Carlos lima,filho de Candido Aguiar e Juracy Domingo,pois morei visinho ao seu Quincas,pois que puder me ajudar agradeço.
Tive parentes (e ainda tenho) que residem nesse local
Agora o nome desse local é Alphaville marapend dreams
Procuro pela a familia de raimundo monteiro.
Infelizmente está sob domínio do crime CV
Nasci no Beco dos Pintos em 1972… morei no beco até 2012, vou de vez em quando visitar os amigos. Lamento que hoje a insegurança e as drogas reinam o local. Pedindo a Deus que tudo volte como era antes...
Olá você conseguiu encontrar sua família, meus avos moravam lá, e o quinca que vc fala é o que vendia gás?
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