terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Comunidade Beco dos Pintos (Rua José Alexandre)


O nome oficial é Rua José Alexandre, localizada no bairro Farias Brito (mais conhecido como Otávio Bonfim). Mas no emaranhado de ruas estreitas, becos e vielas, com número desconhecido de casas e moradores vive a comunidade do Beco dos Pintos, desde  1914.


Para o IBGE e seus modernos conceitos o Beco dos Pintos é um Aglomerado Subnormal,  o equivalente a assentamentos irregulares conhecidos como favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos, palafitas, entre outros. É considerado aglomerado um conjunto constituído por no mínimo 51 (cinquenta e uma) unidades habitacionais, ocupando ou tendo ocupado até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular) dispostas, em geral, de forma desordenada e densa, e carentes, em sua maioria, de serviços públicos e essenciais. 
Só em Fortaleza são 659, de acordo com o Censo demográfico de 2010.  


A comunidade surgiu em 1914, quando José Vieira da Silva levantou o primeiro casebre. À época, a área era conhecida por Rua da Concórdia. Somente quatro anos depois, chegou ao local a família Pinto, que mais tarde emprestou o nome ao local. Estes construíram diversas casinhas que eram alugadas aos novos moradores. 
Com o passar do tempo,  e o desaparecimento da primeira geração, os herdeiros não puderam mais  reclamar direitos sobre os imóveis,  em razão da falta de documento legal. Hoje muitos dos antigos moradores são proprietários das casas.


A área é composta por pequenas vias, que se entrelaçam formando um verdadeiro labirinto, com acesso pelas ruas Padre Mororó e Justiniano de Serpa. Embora apertadas, todas as ruas têm pavimentação, luz e saneamento. Nas casas, um pouco das pequenas cidades interioranas: varais nos portões das residências, cadeiras na porta de entrada e muita gente na rua.

Os costumes também são os mesmos de dez ou vinte anos atrás. A cadernetinha da bodega, por exemplo, continua funcionando,  registrando as compras na base do “fiado”. Tem ainda os “galegos”, oferecendo suas mercadorias em pagamentos semanais e carroceiros, que passam pelas ruas oferecendo frutas e verduras. Moradores mais antigos ainda lembram com saudades de épocas mais antigas da comunidade: havia o chafariz, as ruas de calçamento e menos insegurança. 

fotos: Fátima Garcia
fonte:
Diário do Nordeste
IBGE

10 comentários:

Unknown disse...

Fátimamiga

Sempre que aqui venho, aprendo coisas. É bom: aprender até morrer. Ainda que pagar e morrer quanto mais longe melhor...

Qjs

Fátima Garcia disse...

Oi Ferreira,

um abraço grande para você e um bom ano que se inicia. Também acho que o bom da vida, é que nós sempre temos o que aprender. Isso renova o espirito e o corpo
abs

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Quantos becos, tem essa cidade!

Sempre fica interessante,pela forma como você descreve e ilustra, Fátima.

Fátima Garcia disse...

muitos: becos, ruelas, e veredas que escondem uma parte da história e da cara desta cidade. Encontraremos todos, quem viver verá.
abs Lúcia

Carlos lima disse...

olá bom dia,tenho uma curiosidade de conhecer esse beco,pois morei na rua larga,quando sai dai tinha 2 anos,mas me diceram que meus pais eram do beco do padre da vila do tio juca existe ainda?pois gostaria muto de conhecer alguem de minha familia ou ñ sei se é o beco do padre ou dos pintos,pois me chamo Carlos lima,filho de Candido Aguiar e Juracy Domingo,pois morei visinho ao seu Quincas,pois que puder me ajudar agradeço.

Jimmy disse...

Tive parentes (e ainda tenho) que residem nesse local

Wagner disse...

Agora o nome desse local é Alphaville marapend dreams

Eliete Monteiro disse...

Procuro pela a familia de raimundo monteiro.

Anônimo disse...

Infelizmente está sob domínio do crime CV

Anônimo disse...

Nasci no Beco dos Pintos em 1972… morei no beco até 2012, vou de vez em quando visitar os amigos. Lamento que hoje a insegurança e as drogas reinam o local. Pedindo a Deus que tudo volte como era antes...