No amplo espaço murado do cemitério, com a frente para a Rua Padre Mororó e fundo para Avenida Philomeno Gomes, no centro, não longe do portão de entrada, ergue-se uma bonita capela de formato octogonal.
A capela foi construída em 1868, um projeto de João Francisco de Oliveira que fora contratado pela quantia de 2:837$094 Réis.
João Francisco de Oliveira, numa das raras fotos do artista
João Francisco não é um artista muito conhecido do grande público.
Seu nome é citado em um trecho do romance Luzia Homem, de Domingos Olímpio, numa referência a obras espalhadas pela igreja matriz de Sobral.
O artista chegou ao Ceará vindo do Arquipélago dos Açores, pequenas ilhas de Portugal, na década de 1840. Era artífice, dominava muitos assuntos do ramo das artes, principalmente escultura.
No Ceará, João Francisco conheceu e se casou com Ana de Paiva, sedimentando com a união suas raízes em terras cearenses, com filhos e netos que se destacaram no ramo cultural.
Ele foi pai de Manuel de Oliveira Paiva (autor do romance Dona Guidinha do Poço) e de Maria Virginia de Oliveira, que veio a ser mãe do maestro cearense Alberto Nepomuceno.
O Presidente da Fundação Brasileira de Teatro, José Maria B. de Paiva, bisneto de João Francisco, mantém em acervo pessoal informações pouco divulgadas e obras originalíssimas do antepassado, como um quadro a óleo pintado por ele.
placa em homenagem aos construtores do S.João Batista
Várias obras do artista foram parar – ou desaparecer – na Igreja da Prainha. Diz a lenda que todos os azulejos da Prainha, um a um, foram feitos por João Francisco. Em uma passagem por Paris, no inicio do século XIX, aprendeu a fotografar, podendo ter sido um dos primeiros no Brasil a dominar essa técnica.
Algumas obras de João Francisco de Oliveira:
Confecção na Igreja da Prainha do primeiro órgão do lado Norte do País, dado como desaparecido há várias décadas;
Várias imagens e azulejos da Igreja da Prainha;
Pinturas na Igreja Matriz de Sobral;
Reformas da Igreja Matriz de Canindé.
pesquisa:
Jornal O Povo
Descrição da Cidade de Fortaleza, de Bezerra de Menezes
2 comentários:
Esse "post" muito me emociona, sendo eu bisneta, paterna, de João Francisco de Oliveira.Realmente, pouco se conhece desse artista da Ilha de São Miguel dos Açores, que veio para o Ceará, com outros "mestres artífes", açoreanos como êle.
Permita-me fazer uma correção, Fátima:João Francisco foi casado, em 2ª núpcias, com Maria Isabel de Castro Paiva, que foi mãe de Manoel de Oliveira Paiva,e não Ana Paiva. A mãe de Alberto Nepomuceno, Maria Virgínia de Oliveira era filha da 1ª esposa de João Francisco.
Portanto a mãe do maestro Nepomuceno era meia-irmã do romancista Oliveira Paiva.
Gostei muito da matéria!
Beijos!
ok Lucia, fica registrada a correção. bjs
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