Fortaleza vista do alto, foto (provavelmente) dos anos 30
Planta do Porto e Villa da Fortaleza, de autoria de Silva Paulet.
O Português Antônio José da Silva Paulet, ajudante de ordens
do governador é personagem central na evolução do desenho da cidade de
Fortaleza. Ele traça a “Planta da Villa” em 1818 – embora a versão que chegou à
posteridade seja de 1831. O Riacho Pajeú continua aparecendo como limite
físico, com poucos indícios de mancha urbana para a margem direita.
Chamam a
atenção as vias que levavam às saídas da Vila. Essas saídas, todas convergentes
para o Centro, das quais algumas não subsistem, já antecipavam o plano radial
que Fortaleza viria a assumir.
Mucuripe
A cidade tem um núcleo original, que se irradia
para o interior a partir das vias de penetração: a estrada de Soure, de Caucaia
que corresponde à BR-222, a Estrada das Serras, Visconde de Cauípe, hoje
Avenida da Universidade que ligava Fortaleza a Maranguape e Pacatuba, o calçamento
de Messejana, hoje BR-116, a via que ligava aos Arronches, a Vila da
Parangaba, além da picada do Mucuripe, onde havia o farol como remanescente das
preocupações portuguesas em vigiar a costa.
Estrada Fortaleza - Parangaba 1929
Inicialmente, ao longo destas vias, se estabeleceram as famílias
abastadas vindas do interior; desejando a proximidade com a cidade sem abrir
mão das vantagens da vida rural, estas famílias se instalam em sítios e chácaras.
Na planta de Paulet, não se nomeiam as edificações, a cidade
aparece dividida em blocos, como o primeiro indício do traçado xadrez que a
capital viria a ganhar – e até hoje marca a configuração de sua malha urbana.
Nas plantas que desenhou Paulet traçou ainda que vagamente, o futuro axadrezado
do desenho da vila. Desde Paulet, o
risco de ruas paralelas passou a ser uma constante na cidade, de modo que os
primeiros sobrados fortalezenses, erguidos a partir daquela época, observaram o
alinhamento em retícula.
O prédio da Intendência Municipal foi o primeiro sobrado da cidade. Tinha 4 frentes: uma para a Praça do Ferreira, outra que ligava a Praça com a Rua Pará, outra para a Rua Pará e uma para a Rua Floriano Peixoto. Foi demolido porque nós não zelamos, nem valorizamos nada do passado.
A organização enxadrezada proposta por Silva Paulet
encontrou no presidente da Câmara Antônio Rodrigues Ferreira, o Boticário
Ferreira, um grande entusiasta. Por encomenda dele outros mapeamentos da cidade
foram feitos, mas eram imprecisos. A primeira representação precisa da
organização urbana de Fortaleza, é a Planta Exacta da Capital do Ceará, de 1859,
a primeira de três plantas desenhadas pelo pernambucano Adolfo Herbster.
O currículo do português Silva Paulet, que permaneceu no
Ceará até 1821, traz ainda outra ligação intima com a história da capital: ele
projetou e construiu a nova Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, considerada a edificação mais antiga da cidade.
Fonte:
Revista Fortaleza, fasciculo 10, de 11 de junho de 2006
Roteiro Sentimental de Fortaleza, Coordenação de Simone de Souza
e Sebastião Rogério Ponte
fotos do Arquivo Nirez
Roteiro Sentimental de Fortaleza, Coordenação de Simone de Souza
e Sebastião Rogério Ponte
fotos do Arquivo Nirez
5 comentários:
Fátima, estou encantada com seu blog e todas as fotos e histórias interessantes que estou encontrando nele! Parabéns!
Olá karine Costa,
é sempre muito bom saber que nosso trabalho é apreciado. Obrigada, volte sempre.
abs
Fátima, parabéns pelo seu blog. Também sou um apaixonado pela nossa cidade e este blog resgata um pouco de nossa história.
Fátima. Seu blog é rico de informações e maravilhoso. Amei. Está nos meus favoritos.
Como se chamavam as estradas de parte de Fortaleza em direção ao interior
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