Em 1933 Raimundo Girão assumiu a Prefeitura de Fortaleza em
substituição a seu tio Coronel Tibúrcio Cavalcante. Em sua administração foram realizadas algumas
obras no centro, como o prolongamento, com maior largura, da Rua Liberato
Barroso, entre as Ruas Major Facundo e Floriano Peixoto, a pavimentação em
concreto de grande parte das ruas do centro, até então revestidas com o cearalelepípedo, como o povo
ironicamente chamava. Raimundo Girão também remodelou a Praça do Ferreira, demolindo
o tradicional coreto e erguendo a Coluna da Hora, mais tarde, também demolida.
O novo prefeito mandou demolir o coreto e construiu a Coluna da Hora
No dia da inauguração da Coluna da Hora, 31 de dezembro de
1933, foi realizada nos estúdios da Casa Dummar, futura PRE-9, funcionando nos
altos do prédio onde depois esteve a Cimaipinto, a primeira transmissão radiofônica
no Ceará, para aparelhos receptores fixados no referido momento do centro da
Praça, a não mais de 200 metros de distância... Mas que grande progresso para a
época!
Aproveitando a presença do arquiteto Nestor de Figueiredo na
Paraíba, Raimundo Girão diligenciou no sentido de que esse urbanista viesse a
Fortaleza, encomendando-lhe um Plano Diretor para a cidade, plano esse que
elaborado, chegou a ser aprovado por Decreto de 30 de agosto de 1933, depois
publicado na Revista do Instituto do Ceará.
As principais ruas do centro foram pavimentadas com concreto. Esta é a Senador Pompeu
Apesar do bom trabalho do
urbanista, o plano não encontrou receptividade da parte do Conselho Municipal,
sob alegação que outros cometimentos mais importantes deveriam ser prioritariamente executados,
ignorando aqueles Conselheiros que muitos dos problemas cuja solução
enfatizavam, se achavam condicionados a um Plano Diretor da cidade.
Ainda em 1933, a título de experiência, em pequeno trecho da
cidade, inaugurou-se a iluminação pública elétrica, denunciando-se em consequência,
o contrato com a Ceará Gaz, cuja duração se alongou por muitos anos, entravando
o progresso de Fortaleza.
O Cine Diogo foi inaugurado em 1940, no edificio mais alto de Fortaleza
continuação da Rua liberato Barroso, obra realizada por Raimundo Girão
Esse foi o motivo para que a prefeitura
encomendasse ao urbanista Saboia Ribeiro um novo plano para Fortaleza, que
acabou aprovado pelo prefeito interino, Clóvis de Alencar Matos. Esse plano,
que foi depois publicado pela Revista do Instituto do Ceará, também não foi
executado, graças a ganância dos proprietários e o descaso da prefeitura.
É que
os administradores acreditavam que a melhor maneira de agradar aos eleitores
seria a permissão de todos os abusos em matéria urbanística. E foi a cidade
cresceu mutilada e desrespeitada na sua tendência natural para as ruas largas,
praças abundantes e aproveitamento dos espaços verdes.
Aliada a esse despropósito urbanístico, acentuou-se a
aversão de alguns governantes à tradição da cidade. Demoliu-se o histórico
edifício da Intendência Municipal, o que permitiu a construção em 1946, do
Abrigo Central. O ano seguinte – 1947 – marcou o fim dos bondes elétricos, com
a venda, pela prefeitura, dos trilhos de aço e dos fios de cobre que serviam
aos veículos da velha empresa, desde 1914.
fotos do Arquivo Nirez
extraído do livro de Mozart Soriano Aderaldo
História Abreviada de Fortaleza e Crônicas Sobre a Cidade Amada
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