Pirambu - Fortaleza
foto Fátima Garcia
foto Fátima Garcia
O conceito de aglomerado
subnormal foi utilizado pela primeira vez no Censo Demográfico de 1991.
Possui certo grau de generalização de forma a contemplar a diversidade de
assentamentos irregulares existentes no país, conhecidos como favelas,
invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos, palafitas,
entre outros.
O IBGE classifica
como aglomerado subnormal cada conjunto constituído de, no mínimo, 51 unidades
habitacionais carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais,
ocupando ou tendo ocupado, até período recente, terreno de propriedade alheia
(pública ou particular) e estando dispostas, em geral, de forma desordenada e
densa. A identificação atende aos seguintes critérios:
Ocupação ilegal da terra, ou seja, construção em terrenos
de propriedade alheia (pública ou particular) no momento atual ou em período
recente (obtenção do título de propriedade do terreno há dez anos ou menos); e
Possuírem urbanização fora dos padrões vigentes
(refletido por vias de circulação estreitas e de alinhamento irregular, lotes
de tamanhos e formas desiguais e construções não regularizadas por órgãos
públicos) ou precariedade na oferta de serviços públicos essenciais
(abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e fornecimento de
energia elétrica).
Os aglomerados subnormais frequentemente ocupam áreas menos
propícias à urbanização. Em Fortaleza encontram-se predominantemente, em áreas
de praia.
A pesquisa também aponta que Fortaleza lidera o ranking,
contabilizando 194 assentamentos irregulares de um total de 14 municípios.
Caucaia aparece logo em seguida, com 14 ocupações e Guaiuba com quatro.
Aquiraz, Camocim, Granja, Itaitinga, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Maranguape,
Pacatuba, Pentecoste, Quixadá e Senador Pompeu também são municípios cearenses
que possuem aglomerados irregulares.
De acordo ainda com os números divulgados, o Ceará é o
terceiro estado do Nordeste, com 226 assentamentos irregulares, ficando atrás
dos da Bahia, com 280 e de Pernambuco, com 347 ocupações. Ao todo são 441.937
pessoas residindo em domicílios particulares nestes aglomerados no Ceará.
Em relação aos outros estados brasileiros, o Ceará ocupa a
sexta posição no ranking. Além de possuir números inferiores a Pernambuco e
Bahia, o Estado perde também para Minas Gerais, com 372; Rio de Janeiro, com
1.332 e São Paulo, com 2.087 aglomerados.
Sobre o Pirambu
A origem do bairro Sua origem remonta ao final do Séc.
XIX, quando a capital recebeu levas de
flagelados que fugiam das secas que assolavam o interior do estado. A população indigente foi se alojando em
barracos, em terrenos próximos à
ferrovia, às indústrias, à zona de praia, e às margens dos rios, áreas
desprezadas pelos grupos sociais de maior poder aquisitivo.
Desde então a ocupação da área hoje correspondente ao bairro do Pirambu, só aumentou: desordenada, descontrolada e sem uma urbanização
adequada.
O ordenamento das ruas da que é considerada a maior
favela do Ceará, não segue um padrão. À medida que se embrenha pelas vias em
direção ao mar ou ao sertão, as ruas vão se estreitando continuamente. Quanto
mais se afasta da avenida Presidente Castelo Branco, (Avenida Leste Oeste),
mais as condições de moradia no bairro se tornam precárias.
Devido a atuação de diversas entidades como associações, ONG’s,
e até da Igreja católica, representada pelo Padre Hélio Campos, que permaneceu durante muitas anos à frente da paróquia do Pirambu, as condições de vida e de moradia melhoraram bastante, mas estão longe de atingir as condições
mínimas de dignidade. O resultado da pesquisa do IBGE atesta o fato.
Segundo o Censo Demográfico de 2010:
6% dos brasileiros vivem em aglomerados subnormais;
O Ceará é o 3° colocado no Nordeste, em número de
aglomerados subnormais com um total de 226 aglomerados;
Em Fortaleza, dos 108.903 domicílios em aglomerados
subnormais, 2.906 não dispõem de tratamento adequado para o lixo.
O local com maior índice é o Marrocos (no bairro Bom Jardim). Dos 519 domicílios, 63% não coletam.
O local com maior índice é o Marrocos (no bairro Bom Jardim). Dos 519 domicílios, 63% não coletam.
7.958 não dispõem da forma correta de abastecimento de água.
A maior deficiência, com 13% do total, é o Pirambu.
A maior deficiência, com 13% do total, é o Pirambu.
29.924 não dispõem do serviço de rede geral de esgoto.
O
local com maior deficiência é Borba Gato. Dos 3.567 domicílios, 2.488 não
possuem rede de tratamento de esgoto.
Ranking Nacional em Aglomerados Subnormais:
1-Rocinha –
Rio de Janeiro – 23 352 domicílios
2-Rio das
Pedras – Rio de Janeiro – 18 700
domicílios
3-Sol
Nascente – Brasília – 15 737 domicílios
4-Casa
Amarela – Recife – 15 215 domicílios
5-Coroadinho
– São Luís – 14 278 domicílios
6-Paraisópolis
– São Paulo – 13 071 domicílios
7-Baixadas
da Estrada Nova Jurunas – Manaus – 12 666 domicílios
8-Heliópolis
– São Paulo – 12 105 domicílios
9-Pirambu – Fortaleza
– 11 630 domicílios
Ranking Municipal
1- Pirambu – 42.878 pessoas
2 - Lagoa do Coração – 19.256 pessoas
3 - Alto do Bode – 16.495 pessoas
4 - Giona’s Motel – 14.293 pessoas
5 - Borba Gato – 12.950 pessoas
6 - Língua de Cobra 12.379
7 - Farol – 10.112 pessoas
8 - Pantanal III – 9.419 pessoas
3 - Alto do Bode – 16.495 pessoas
4 - Giona’s Motel – 14.293 pessoas
5 - Borba Gato – 12.950 pessoas
6 - Língua de Cobra 12.379
7 - Farol – 10.112 pessoas
8 - Pantanal III – 9.419 pessoas
Fontes:
IBGE
Jornal O Povo
Jornal Diário do Nordeste
9 comentários:
Que calamidade!
Conheci o Pirambu quando apenas um bairro pobre. Dava até pra se ir tomar banho de mar, sem medo...já lá foram 50 amos...!
Excelente postagem: pelo texto, fotos, estatística e, principalmente, pela divulgação de Fortaleza NÃO bela...
Trabalhei em uma grande escola do Pirambu.Era um bairro pobre mas não tão grande nem tão miserável.A comunidade era acolhedora,tínhamos alunos maravilhosos,sei que muitos prosperaram na vida.Tenho notícias de alguns projetos de voluntários que atuam no Pirambu,porém insuficientes para tanta gente e tantos problemas.Observa-se a ausência do poder público.
a situação atual do Pirambu deixa claro a inutilidade e a ineficiência das ações governamentais e dos projetos que já foram realizados na área: noves fora, nada!
O pirambu pode ser um bairro pobre e miserável, mas tem muita gente lá que é melhor e mais humilde que muita gente que mora nas altas sociedades #FicaAdicA
nunca dissemos o contrário, @luar
BOA NOITE!!
É IMPRESSIONANTE NOS DEPARARMOS COM A REALIDADE QUE FINGIMOS NÃO EXISTIR,E TRISTE PERCEBER QUE NENHUMA GESTÃO É CAPAZ DE PROPICIAR MUDANÇAS SATISFATÓRIAS PARA A POPULAÇÃO QUE REALMENTE PRECISA. PARABÉNS PELO TRABALHO,GOSTARIA DE PODER COMPARTILHAR SUAS FOTOS.
JEANE CALIXTO.
Não é só os governantes que tem que mudar,se os moradores transformassem esse lugar cuidando,não seria assim....a melhoria começa nas ações das pessoas...estive nesse bairro a passeio e gostei.pretendo voltar em breve....vamos buscar o lado bom que deve ter.
Fiz uma pesquisa semana passada no site do Jornal OPovo e a informação que tive é a de que o Pirambu está em sétimo lugar como maior do Brasil. Gostaria que tirasse a dúvida que ficou, ao ler seu relato, o qual diz que é o nono. Nota: A publicação que li é de 22/12/2011, logo sendo um dia de diferença de sua publicação, Fátima Garcia.
Olá Fátima sou morador da Lagoa da Zeza jardim das flores vc poderia me mandar mais fotos PFv
Postar um comentário