segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Messejana, terra de Alencar



Antes da chegada dos portugueses com as missões militares e religiosas, este local era habitado pelos índios Potiguara, segundo o relato de antigos navegadores.  Em 1607, os padres Jesuítas Francisco Pinto e Luís Figueira, durante a jornada no Ceará rumo ao Maranhão, mantiveram contatos com os Potiguara e nomearam o local onde este tinham suas habitações, como  São Sebastião da Paupina.
Em 18 de março de 1663, o nome foi oficializado e a então aldeia Potiguara passou a ser a Aldeia de São Sebastião da Paupina.

Um dos principais marcos de Messejana  é sua centenária Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, ao redor da qual Messejana cresceu. Foto da década de 1920 (arquivo Nirez)

Os Jesuítas foram os responsáveis pela urbanização de Messejana. Construíram a primeira capela neste local, que em 1° de outubro de 1871 foi elevada de paróquia à igreja. A base da atual Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição foi feita sobre a base da 1ª fase iniciada em 1760 e concluída em 1873.

Em 1750, Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, assumiu o posto de primeiro-ministro do reino português. Entre as medidas adotadas nesse período estava a lei de 1758, que retirava os indígenas do controle dos padres jesuítas. Desse modo, os padres foram expulsos, os aldeamentos foram extintos, e os aglomerados humanos se tornaram vilas. Daí Caucaia virou a Vila Nova de Soure, Parangaba, vila Nova de Arronches e Paupina passou a ser, a partir de 1° de janeiro de 1760, a Vila Nova de Messejana.

Nos séculos XVII, Messejana viveu de progresso e teve uma importante função econômica dentro do Ceará, pois serviu de via de seu escoamento de gado na época da carne de sol e charque. Deste período ainda existem vestígios da Estrada Parangaba-Messejana, e a Estrada do Fio. 

trecho da antiga estrada de Messejana, na foto, a primeira ponte, que ficava na altura do Makro. Todas essas carnaubeiras foram sacrificadas. (Arquivo Nirez)

Mais tarde no século XIX, esta foi uma das vias de escoamento do algodão vindo das regiões Jaguaribana e Sertão do Central, que foi exportado via Porto de Fortaleza.
No ano de 1839, Messejana  foi  incorporada ao  território de  Fortaleza, pela  Lei nº 188, de dezembro de 1839, sob ordem do então Presidente da Província, João Facundo de Castro Menezes (Major Facundo), perdendo, assim, a sua autonomia e parte de seu território.  
Em 1878, passados 30 anos de município extinto, Messejana volta a gozar das prerrogativas de outrora como vila e município.


Messejana na década de 1920, local com várzeas e áreas alagadas, onde eram realizados muitos passeios e piqueniques. (arquivo Museu da imagem e do som)

Em 1921 por ato do então governador do Ceará Justiniano de Serpa (1920-1923),  Messejana (assim como Parangaba), foi  novamente rebaixada de município para distrito, sendo anexado à Fortaleza. Em 1938 foi  elevada a Distrito.  
  
A partir da criação da região metropolitana de Fortaleza, em 1973, Messejana tornou-se área urbana, fortemente ligada à dinâmica da Capital.
A principal referência do bairro é a Lagoa da Messejana, onde há uma estátua representando a índia Iracema, da obra de José de Alencar. Outros lugares e instituições referenciais do bairro são: o Hospital de Messejana (construído em 1930, projeto do arquiteto Emílio Hinko), que recebe pacientes de todo o Ceará.

Lagoa de Messejana, a principal referência local

Atualmente, Messejana se configura como área de intensa expansão da Capital, fato evidenciado pelo aumento considerável de empreendimentos imobiliários e empresas que estão buscando o Distrito para alocar investimentos. Esta expansão é viabilizada pela abertura e melhoria de estradas, como a BR 116 e CE 040. 

A casa de José de Alencar ainda não tinha sido definida como o local onde ele nasceu e ainda existia a casa grande, quando uma comissão da Prefeitura com membros do Instituto do Ceará ali estiveram, ocasião em que foi decidida a derrubada da casa grande. (foto do Arquivo Nirez) 

ruínas do primeiro engenho de cana, no sitio Alagadiço Novo, hoje pertencente a Universidade Federal do Ceará.
  
Entre as famílias ilustres de Messejana, destaca-se a família Alencar. O primeiro engenho de cana a vapor do Estado foi construído em 1836, pelo então Presidente da Província, José Martiniano de Alencar. O engenho foi construído em terreno por trás da casa onde vivia a família, no sítio Alagadiço Novo em Messejana.

A presença da igreja Católica sempre foi forte em Messejana, vila urbanizada pelos padres jesuítas. Essa presença ainda é notável no local. Na foto, o Convento das Irmãs Missionárias Capuchinhas. 

pesquisa:
História do Ceará, de Airton de Farias
Wikipédia
Messejana da Educação: a ação educacional da igreja católica na produção espacial (século XX), de Katiane Maciel Pereira (Dissertação de mestrado em geografia, da Universidade Estadual do Ceará – UECE). 


12 comentários:

Anônimo disse...

lindas fotos, é bela a estátua de Iracema!!!

Fátima Garcia disse...

o conjunto é muito belo, tanto a estátua quanto o espelho d'água.

Diego Alves disse...

Tem como postar uma foto da Estrada do Fio de antigamente?

Fátima Garcia disse...

Olá Didi Alves.
não disponho de fotos da estrada do fio, voce pode tentar no facebook, na fanpage Arquivo Nirez, ele posta de tudo por lá, e voce sempre pode perguntar se ele tem determinadas fotos.
abs

Flávia Teixeira disse...

você poderia me enviar por e-mail a foto antiga da Igreja Matriz de Messejana para ajudar em um trabalho escolar da minha filha. Meu e-mail é flaviarobertabt@hotmail.com

Fátima Garcia disse...

Oi Flávia,
enviei a foto para seu email
abs

Erika Tavares disse...

Olá, Fátima...
Me chamo Erika Tavares e faço arquitetura e urbanismo. Estou fazendo um trabalho sobre a igreja matriz de messejana e estava precisando de arquivos de fotos e o projeto em si, planta, cortes e fachadas da igreja, caso haja.
Gostaria de saber se você poderia me ajudar?

Fátima Garcia disse...

Olá Érika,
não disponho desses materiais sobre a igreja, acho que você pode encontrá-los na própria igreja, que costuma ter um livro com todas as anotações. Fotos só tenho mesmo umas 2 do arquivo Nirez. Boa sorte com seu trabalho
abs

Anônimo disse...

Fatima gostei do seu blog Se vc tiver alguma foto sem identificação queira me enviar que talvez posso lhe ajudar.
Gostaria de ver foto da rua Pé. Mororó ok?
jvsinatra@hotmail.com . José Vieira de Moura

Anônimo disse...

Acho um absurdo colocar palavras marcando as fotos. Todos sabem que as fotos pertencem a terceiros, a pessoas que colaboram permitindo publicar e compartilhar e vem pessoas pequenas colocar essas marcas "dagua" para evitar que outros possam tê-las.
É de uma mesquinhez sem tamanho que afastam visitadores e perdem a graça do site.

Unknown disse...

Qual é a origem do nome Estrada do fio?

Anônimo disse...

Minha duas famílias oria e virino são conhecido aí desse bairro gostaria saber se tem informações sobre essas duas famílias histórico nomes e etc se tiver pode mandar no ZAP 9.8897-5106 Maurício oria