segunda-feira, 16 de julho de 2012

O longo Caminho entre a Vila Nova de Arronches e o Bairro da Parangaba


Praça dos Caboclinhos

Imóvel antigo

A Parangaba foi formada a partir de um aldeamento, também chamado de missões, áreas em que se erguiam espécies de aldeias indígenas artificiais –  diferentes das aldeias originais dos nativos – para onde os jesuítas conduziam e mantinham os índios da região, no intuito de convertê-los ao catolicismo. A ideia era manter os nativos sob constante vigilância dos padres, os quais deveriam funcionar como guias, para que sua cultura ancestral fosse esquecida.  Quando os jesuítas foram expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal, já na segunda metade do século XVIII, alguns aldeamentos foram transformados vilas. Os jesuítas tiveram seus bens sequestrados e deixaram a administração das vilas indígenas, que ficaram a cargo de diretores. A Lei do chamado Diretório Pombalino era de 1758, mas foi implementada no Ceará no ano seguinte.  A partir desse fato surgiram as vilas de Viçosa do Ceará,  Vila Nova de Soures,  e Vila Nova de Arronches, em 1759. No ano seguinte – 1760 – foi criada a Vila Nova de Messejana, e em 1764, as Vilas de Monte-mor-Novo (Baturité) e Crato. Eram as chamadas “vilas de índios”. Três dessas vilas ficavam nos arredores de Fortaleza: Soures (Caucaia), Arronches (Parangaba) Messejana (Paupina).

foto MIS

Paróquia de Bom Jesus dos Aflitos

A Vila Nova de Arronches foi incorporada a Fortaleza pela lei n° 2, de 13 de maio de 1835; depois foi restaurado município pela lei n° 2097, de 25 de novembro de 1885, com o nome de Porangaba;  uma nova lei, a de n° 1913, de 31 de outubro de 1921, incorpora novamente o município à capital. 
No século VVIII, o  Arronches  se destaca como ponto intermediário no transporte de gado, com a estrada do Barro Vermelho-Parangaba, estrada que ligava o bairro Antônio Bezerra a  Parangaba; e a Estrada da Paranjana,  que ligava a Messejana a Parangaba.


A estação ferroviária foi inaugurada em 1873 com o nome de Arronches. Na época, era um município, que acabou sendo anexado a Fortaleza nos anos 1920. Em janeiro de 1944 teve o nome alterado para Parangaba, por determinação do  Conselho Nacional de Geografia. Era este o nome de antigo aldeamento dos jesuítas.  (foto do site estações ferroviárias)

O trem metropolitano veio substituir a antiga composição ferroviária. O trecho Parangaba/Pacatuba foi inaugurado no final do primeiro semestre de 2012, depois de 13 anos de espera por parte da população.   

Com a inauguração da Estrada de Ferro de Baturité, em 1872, uma estação de trem é instalada no ano seguinte, a Estação de Arronches, e Parangaba estava ligada com a Capital. Em 1941, a malha ferroviária de Parangaba é expandida com direção ao Mucuripe e em 1944 o nome da estação é alterado para Parangaba. Esta estação é nos dias de hoje parte do metrô de Fortaleza.


A feira a céu aberto, é uma das marcas registradas do bairro, onde são comercializadas todo tipo de mercadorias, lícitas e ilicitas. A desorganização, a sujeira e a grande diversidade são caracteristicas do lugar, frequentado por multidões de compradores.

Nos anos 1960, de acordo com o Guia Turistico da Cidade, publicado pela Prefeitura de Fortaleza, a a cidade era dividida em Distritos, na conformidade da lei de divisão territorial do Estado, a saber: Distrito Central, de Messejana, de Parangaba e de Antônio Bezerra. 
o Distrito de Parangaba limitava-se ao Norte, pela Avenida Carneiro de Mendonça e Estrada do Pici; a Leste pelas Ruas Peru, Casimiro de Abreu, e Avenida Godofredo Maciel; ao sul pela Estrada Parangaba-Messejana e Ruas Nereu Ramos e Júlio Braga; e a Oeste, pela Rua Augusto dos Anjos e seu prolongamento ideal, estrada de Caucaia e Rua General Osório de Paiva.

 As garças e outros pássaros aquáticos estão de volta à lagoa da Parangaba
 com aproximadamente 41 hectares de área e profundidade máxima de 4,6 metros, a Lagoa da Parangaba é a principal referência do bairro. As margens estão repletas de lixo, principalmente nas proximidades da feira. Pertence à Bacia hidrográfica do Rio Maranguapinho

O distrito englobava os seguintes bairros: Parangaba (sede do Distrito), Taperi (e não Itaperi), Maraponga, Vila Peri, Bonsucesso, São Cristóvão, Marupiara, Pan-Americano, Bela Vista, Vila União, Dias Macedo e Alto da Balança.  
A expansão da cidade, e principalmente a atuação de vereadores da capital, desejosos de prestar homenagens, muitas vezes, a ilustrissimos desconhecidos, provocou a mudança de nome de muitos desses bairros e logradouros.    


fotos de julho/2012
por Rodrigo Paiva e Fátima Garcia
pesquisa:
História do Ceará, de Airton de Farias
Guia Turistico da Cidade - Prefeitura Municipal de Fortaleza, administração do General Manuel Cordeiro Neto, 1961.
wikipédia

7 comentários:

Ana Paula disse...

Sou moradora da Vila Peri e não encontro absolutamente nada sobre a historia do surgimento do bairro. Nem mesmo indicações.

Fátima Garcia disse...

Existe mesmo essa dificuldade, Ana Paula, tenho fotos de alguns bairros que não posso publicar porque nada sei sobre aqueles locais, e procuro e pesquiso e nada encontro. Talvez haja alguma informação nesses anuários que são publicados de vez em quando. Mass para descobrir isso, só fazendo uma pesquisa nessas publicações na biblioteca pública. Mas se eu encontrar algo, publico aqui.
abs

Unknown disse...

Fátima, poderia me encaminhar esse teu artigo por email? Curso Turismo na FLATED, e tenho que fazer um trabalho sobre o bairro onde moramos, com referencial bibliografico e opnião do aluno, no meu caso, Parangaba. De todos que estou lendo até em livros, o teu me é o que mais ajuda. talita_tlr@hotmail.com desde já te agradeço.

Fátima Garcia disse...

mandei p/seu email, Talita

Férvius disse...

Faltou citar o distrito de Mondubim... Abs.

Unknown disse...

Tem uma data em romano que está muito estranha, mostra " VVIII " nunca ouvi falar dessa.

igor disse...

Você já ouviu falar de um bairro chamado Gramació? Fica no atual Bom Jardim. Gostaria de saber sua história.