domingo, 17 de julho de 2011

Praça da Lagoinha

Antes que venha a nova Praça da Lagoinha, que pelo andar das obras, deve estar prestes a ser entregue ao público, vamos fazer uma pequena viagem ao passado do logradouro, localizado no centro de Fortaleza. 

Praça da lagoinha - Século XIX (arquivo Nirez)

Naquele local havia uma praça de areia, sem nenhum tipo de urbanização, onde os escravos apanhavam água numa pequena lagoa existente no centro, e que de seca em seca, foi desaparecendo. Em 1850 foi cavada uma cacimba forrada de aduelas de madeira, que abastecia a população local. Com a inauguração dos poços do Benfica em 1860, a cacimba da lagoinha foi abandonada e o lixo da cidade passou a ser colocado ali. Em 1884, a estrada de ferro mandou aterrar o que restava da lagoa utilizando areias do Morro Croatá, com receio da provável contaminação da água, e para preservar a população do alastramento do cólera morbus. Foi colocado um cata-vento e uma caixa d’água para abastecimento das locomotivas que passavam pelo Trilho de Ferro, hoje Avenida Tristão  Gonçalves.

 Foto do dia da inauguração da Praça Comendador Teodorico, hoje Capistrano de Abreu, construída na administração Álvaro Weyne (arquivo Nirez)  

A Praça da lagoinha com o jardim Thomaz Pompeu. Ao fundo as duas casas de maior destaque da área a partir da esquerda: a casa em estilo normando, de Thomaz Pompeu, e ao lado a residência de Eduardo Girão. A fonte das sereias hoje encontra-se na Praça Murilo Borges (Praça do BNB) - arquivo marciano Lopes 

Na gestão do prefeito Álvaro Weine ( 1928-1930), o espaço foi urbanizado e construída uma  praça – inaugurada no dia 12 de julho de 1930 – que recebeu a denominação de Praça Comendador Teodorico. Com projeto do arquiteto Rubens Franco, o espaço foi embelezado com o jardim Tomás Pompeu e uma fonte importada, toda em bronze, ornamentada de sereias e cavalos, tornando-se um dos logradouros mais bonitos da cidade.  Mas o nome Comendador Teodorico, “não pegou” e o espaço continuou sendo chamado pelo nome que já havia sido consagrado pela população:  Praça da Lagoinha. 
Nos últimos 30 anos, por falta de políticas públicas para a área do centro, por omissão da prefeitura de Fortaleza  e suas instâncias ou por ausência de planejamento urbano,   área da praça foi totalmente ocupada vendedores ambulantes, que vendem toda sorte de quinquilharias.

O comércio ocupou todos os espaços da Praça da Lagoinha (foto jangadeiro online)

O logradouro que no passado  foi uma das melhores opções de lazer das famílias tradicionais da cidade, com o passar dos anos, foi ficando no mais completo abandono: bancos quebrados, estátuas pichadas, iluminação precária e muita sujeira acumulada. Aos poucos o lugar foi perdendo seu encanto natural e, ultimamente era refúgio para malandros, desocupados e meninos de rua.  À noite, são poucos os que se arriscam a passar sem serem abordados por marginais.


A Praça atual, cercada por tapumes e a construção da estação do metrô (fotos do blog)

Com a retirada dos camelôs, a Praça da Lagoinha foi  fechada por tapumes para a construção da primeira fase do Parque da Cidade, nome dado à obra de integração daquele logradouro à Praça José de Alencar, local da mais importante estação do metrô.

Fontes:
Nirez
Diário do Nordeste

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