Rua Sena Madureira, parte da antiga Rua Nova dos Mercadores
Em 1810 o edifício mais antigo de Fortaleza era o quartel e
Forte de Nossa Senhora de Assunção, no local em que os holandeses projetaram
uma fortaleza que teve o nome de Schoonenborch, em honra do então governador
holandês de Pernambuco. Este fortim dominava a barra do rio, que eles chamavam
de riacho Marajaitiba, ou antes, Matas de Palmeiras, isto porque o planalto
que ficava à margem direita do regato era povoado de palmeiras. Esse regato
teve em tempos adiante, os nomes de Ipojuca, telha e por último, Pajeú.
Avenida Alberto Nepomuceno. Na via existia este parque que foi substituido por casas e hoje é o Mercado Central
Nesse fortim residia o comandante do presídio que em começo,
foi a única autoridade nesta região. Havia ali uma capela que foi reconstruída
em fins do século XVIII, pelo padre José Rodrigues, residente na Soledade
(Soure), que tudo ofereceu ao rei sem retribuição.
Havia ao lado, uma laranjeira, objeto de veneração pública,
à qual punham uma sentinela e chamavam de São Gonçalo. Em frente ao muro do
palácio do Governo, havia um cajueiro, que servia de açougue da vila, e que
acabou dando nome à rua em que se achava (atual Rua Pedro Borges, antiga Rua do Cajueiro).
O matadouro foi transferido para o local onde existia o
sobrado de José Maria Eustáquio Vieira, antigo caixeiro, edifício que passou ao
domínio do comendador Luiz Ribeiro, onde se encontra até hoje, o Palácio
Guarani.
Avenida Alberto Nepomuceno, a antiga Rua da Ponte
Depois do quartel, a edificação que se seguia, era a residência
do comandante do presídio, e em seguida, vinha a Aldeota, povoação de índios, no
sítio conhecido por esse nome, nas imediações do Pajeú. Mais tarde, portugueses
e mestiços, começaram a edificar pequenas casas de barro e telha, ou choupanas
de carnaúba às margens direita e esquerda do regato Ipojuca.
Na curva que faz esse ribeiro, os índios colocaram sua
igreja, precisamente no terreno onde agora está a catedral. Esse velho templo,
para onde foram transferidas as imagens existentes em uma capela da Barra do Ceará
ou Vila Velha foi demolido no começo do
século XIX pelo vigário Antônio José Moreira. Parte das madeiras foi utilizada
para fazer um pontilhão na Rua do Chafariz (atual Rua José Avelino), e parte foi aproveitada na Igreja do Rosário.
Praça General Tibúrcio com a Igreja do Rosário (década de 1930)
Quando os índios se passaram de Vila Velha para seu novo domicilio
na Aldeota, conduziram nos ombros o pelourinho que era, naquele tempo, uma decoração
das vilas, e colocaram-no a 50 passos da igreja.
É também muito antiga a ermida do Rosário e ao lado desta a
casa que servia de paços do Conselho e que mais tarde, foi convertida em
Palácio da Presidência do Estado, por troca com o Senado da Câmara, em 3 de
janeiro de 1809, por outro prédio com terraço na atual Rua Sena Madureira. Nele
residiram os governadores terceiros, pois os segundos moraram num pequeno
sobrado de madeira em frente à igreja da Sé atual, e os primeiros, no quartel
do Marajaik.
Rua Conde D'Eu, antiga Rua dos Mercadores
Desde o final do século XVIII já existiam casas de taipa, na
ala oriental da Rua dos Mercadores, atual Conde D’Eu, a qual se estendia desde
o prédio na extremidade norte n° 45 até o Sítio Marinhas, na vizinhança da Lagoa
do Garrote, no Parque da liberdade. Constituía um subúrbio da Vila o engenho de
Bernardo Teixeira, no sítio onde se fez o açude da província. Esse era um lugar
de distração e passeio dos moradores da terra.
Nesse período a província estava sob o governo de Luiz Barba
Alardo de Menezes, o qual começa em 21 de janeiro de 1809 e termina em 19 de
março de 1812.
Extraído do livro de João Brígido
Ceará (Homens e fatos)
fotos do Arquivo Nirez
fotos do Arquivo Nirez
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