segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Fortaleza e os anos 90

A reforma da Praça do Ferreira de 1991, resgatou a velha cacimba construída nos primórdios da praça, e homenageou o Boticário Ferreira (foto do acervo do blog) 

Durante os anos 1990 o poder público desempenhou papel de relevo na estruturação e reestruturação urbana de Fortaleza. Suas ações foram, basicamente, promocionais e de normatividade. Dentre as promocionais, destacam-se as obras de infraestrutura; os equipamentos de grande porte; a renovação urbana em bairros, atraindo atividades comerciais e de serviços, fortalecendo os mercado imobiliário e o da construção civil. 
Em relação às normativas, inclui-se a flexibilização da legislação de uso e ocupação do solo, que abriu novas fronteiras à realização de empreendimentos imobiliários em diferentes bairros.
Na década de 1990, na gestão do governador Ciro Gomes (1991-94) e com financiamento do Banco Mundial, desenvolveu-se o Projeto Sanear em Fortaleza, ampliando a rede de esgotos e contribuindo para diminuir um dos mais graves problemas da cidade. 

 Praia de Iracema, antes da construção do aterro
foto Francisco Garcia

 e depois do aterro (foto do acervo do blog)

A capital estava sob o comando do grupo político de Juraci Magalhães (1° mandato:  2 de abril de 1990-1º de janeiro de 1993; 2° mandato: 1º de janeiro de 1997-1º de janeiro de 2005), que centrou sua atuação na construção de grandes obras, como o aterro da Praia de Iracema; reforma da Praça do Ferreira; urbanização da Praia do Futuro;  criação do sistema integrado de ônibus; asfaltamento, abertura e alargamento de vias, a exemplo da Domingos Olímpio, Leste-Oeste e Via Expressa Mucuripe-Parangaba; construção da ponte sobre o Rio Ceará e o novo Mercado Central.

a construção da ponte sobre o Rio Ceará favoreceu o acesso e a comunicação com as praias do litoral oeste cearense (foto do acervo do blog)

Em 1992 foi aprovado o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), estabelecendo um conjunto de normas e diretrizes acerca da ocupação e expansão da área urbana, tendo em vista aspectos como o bem-estar da população e respeito aos aspectos físicos, ambientais, sociais, econômicos e administrativos da cidade. 

 Rua Domingos Olímpio antes do alargamento
(foto Agência Diário - fotógrafo Miguel Portela - data 08.01.1992) 

No que se refere à estruturação urbana, a cidade foi dividida em macrozonas (urbanizada, adensada e de transição), microzonas e as zonas especiais, instituindo o bairro como unidade de referência  principal do planejamento urbano.  Foram definidas também as zonas de urbanização prioritárias, em função da sua localização acesso e estrutura, que tendem a possuir alta densidade das atividades na macrozona urbanizada e adensável, a saber: Centro, Aldeota, Carlito Pamplona, Antônio Bezerra, Parangaba, Montese, Messejana e Seis Bocas. O PDDU e a Lei de Uso e ocupação do Solo, aprovada em 1996, eram, portanto, os instrumentos legais de orientação das práticas urbanas dos agentes públicos e privados de Fortaleza.

 Mercado Central anos 90, logo após a inauguração 
(foto Francisco Garcia)

Em 1997, foi criado o Planefor, fórum de empresários que visavam debater e apontar soluções para os problemas  da metrópole. Dessa iniciativa nasceu em 1999, a ONG Novo Centro, de efeitos pouco concretos, pela falta de um projeto que levasse em conta e pensasse o Centro como um todo, e não apenas alguns pontos específicos, visando atrair a população ao consumo, com campanhas de marketing ou construção de símbolos.
Em 2002 Fortaleza iniciou a revisão do seu Plano Diretor que culminou na elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Fortaleza. Este chegou a ser enviado à câmara dos Vereadores no final da gestão de Juraci Magalhães. Em 2004, com a eleição da prefeita Luizianne Lins, o projeto foi retirado para revisão sob alegação de que o documento não tivera participação popular em sua elaboração. Somente em 2008, foi aprovado pelos vereadores um novo plano chamado de Plano Diretor Participativo. 

fonte:
Fortaleza, uma breve história
de Artur Bruno e Aírton de Farias

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