Foto de Amélia Eahart em 1937
Até o final do século XIX a cidade de Fortaleza compreendia
um espaço de aproximadamente cinco quilômetros, com 34 ruas paralelas no
sentido norte-sul e 27 no sentido Leste-Oeste. Das 15 praças já se destaca a
Praça do Ferreira e a dos Mártires.
Praça do Ferreira - Café Iracema (acervo Marciano Lopes)
Por volta de 1814 a atividade comercial já
se refletia na estrutura física da vila, com ruas onde se concentravam lojas de
varejo e atacado, como a Rua Direita dos Mercadores e a Rua do Rosário. Ao
longo dos anos, a capital vai desbancando Aracati e se transforma em centro
exportador único, Fortaleza estava mais próxima das áreas produtoras e também
concentrava um volume maior de bens para o mercado externo.
Passeio Público (Ah, Fortaleza!)
Todos os recursos
da província passam a convergir para a cidade que por sua vez atraía mais
pessoas. Estimulada pelo comércio com a Europa, a cidade cresce de forma
desordenada, as casas eram construídas sem alinhamento e sem um projeto. Para
tentar colocar uma ordem na forma como a cidade se expandia, o governo
contratou o engenheiro Silva Paulet em 1812, para traçar um plano urbano da
vila, com ruas e quarteirões definidos. Um traçado de ruas paralelas ficou
pronto em 1818 contribuindo para a circulação de mercadorias e de pessoas.
Havia saídas de Fortaleza para o Interior e rotas para as regiões do Mucuripe,
Precabura e Jacarecanga.
Logo um novo plano urbano precisou ser traçado, tarefa que
ficou a cargo do arquiteto Adolfo Herbster, que estendeu o traçado de ruas
paralelas até os subúrbios. Em meados do século XIX, transformações aconteciam:
gás carbônico, linhas de bondes, rede de telégrafos para a Europa e para o sul
do País.
Mas as melhorias na infraestrutura não acompanhavam o ritmo
das mudanças na cidade, nas primeiras décadas do século XX, quase nada tinha
sido realizado em Fortaleza que a favorecesse de uma moderna estrutura urbana.
Em 1900 Fortaleza abrigava apenas 48.369 habitantes. Vinte
anos depois a população já chegava a 78 mil.
Até 1930 Fortaleza guarda uma homogeneidade arquitetônica invejável,
continuando a ser uma cidade pequena e aprazível. A partir daí os bairros mais
pobres se espalharão ao longo da estrada de ferro, o Centro perderá seu caráter
residencial e a cidade de dividirá em função das atividades econômicas.
Fonte
Revista Fortaleza, fascículo 3, página 5, de 23 de abril de 2006.
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