No início dos anos 1930, com mais de 100 mil habitantes, os
problemas de Fortaleza e suas contradições só se agravaram. Os
discursos dos governantes continuavam enfatizando a necessidade de modernizar e
embelezar a cidade – sonhava-se com uma modernidade que nunca foi alcançada. Na
verdade o discurso da modernidade visava dotar a cidade de equipamentos que
beneficiassem os setores econômicos mais influentes, disciplinasse a expansão
urbana e controlasse a crescente população pobre e a tensão social decorrente
desse crescimento.
Fortaleza antiga: jardins e coreto (arquivo Nirez)
Fortaleza "moderna": Coluna da Hora no lugar do coreto (arquivo Nirez)
Praças e jardins foram construídos, enquanto outros eram
remodelados. Na Praça do Ferreira, o coreto foi demolido e substituído pela
Coluna da Hora, em 1933, monumento bem mais adequado para uma cidade que vivia
em ritmo cada vez mais intenso, veloz, e moderno. Ruas foram ampliadas a
exemplo da Liberato Barroso, ou interligadas, como a Avenida Visconde do Rio
Branco à Sena Madureira, com o objetivo de facilitar o tráfego urbano.
Ainda
visando melhorar o trânsito de veículos, as ruas centrais foram pavimentadas
com paralelepípedos ou concreto (as mais
movimentadas), e criada a Inspetoria de tráfego. Em 1934 a antiga e
deficiente iluminação pública a gás, foi trocada pela iluminação elétrica, em
mais um feito de modernidade exaltado pelos jornais da época.
Rua 25 de março (arquivo Nirez)
Excelsior Hotel, ainda em construção (foto genealogy)
A cidade entrou na era dos arranha-céus, quebrando sua
horizontalidade com a inauguração do Excelsior Hotel, em 1931, na Praça do
Ferreira, suntuoso prédio com impressionantes sete andares para a época, tido
como o melhor hotel do Norte e Nordeste.
No discurso da modernidade, a construção de novos edificios, como o da Faculdade de Direito (Arquivo Nirez)
e o prédio da Telefônica (ainda em construção) foto do Arquivo Nirez
Também foram erguidos prédios
suntuosos, a exemplo do novo Mercado Municipal, do prédio da Faculdade de
Direito e da Empresa telefônica. No final da década de 1930 foram iniciadas as
obras do Porto do Mucuripe, apontado como fundamental para a cidade sair do
atraso.
fonte:
Fortaleza, uma breve história, de Aírton de Farias e Artur Bruno
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