quinta-feira, 22 de março de 2012

Fortaleza, década de 1930 e a busca (ainda) de Modernidade

No início dos anos 1930, com mais de 100 mil habitantes, os problemas de  Fortaleza e  suas contradições só se agravaram. Os discursos dos governantes continuavam enfatizando a necessidade de modernizar e embelezar a cidade – sonhava-se com uma modernidade que nunca foi alcançada. Na verdade o discurso da modernidade visava dotar a cidade de equipamentos que beneficiassem os setores econômicos mais influentes, disciplinasse a expansão urbana e controlasse a crescente população pobre e a tensão social decorrente desse crescimento.

Fortaleza antiga: jardins e coreto (arquivo Nirez)
Fortaleza "moderna": Coluna da Hora no lugar do coreto (arquivo Nirez)

Praças e jardins foram construídos, enquanto outros eram remodelados. Na Praça do Ferreira, o coreto foi demolido e substituído pela Coluna da Hora, em 1933, monumento bem mais adequado para uma cidade que vivia em ritmo cada vez mais intenso, veloz, e moderno. Ruas foram ampliadas a exemplo da Liberato Barroso, ou interligadas, como a Avenida Visconde do Rio Branco à Sena Madureira, com o objetivo de facilitar o tráfego urbano. 
 Rua 25 de março (arquivo Nirez)

Ainda visando melhorar o trânsito de veículos, as ruas centrais foram pavimentadas com paralelepípedos ou concreto (as mais  movimentadas), e criada a Inspetoria de tráfego. Em 1934 a antiga e deficiente iluminação pública a gás, foi trocada pela iluminação elétrica, em mais um feito de modernidade exaltado pelos jornais da época.

Excelsior Hotel, ainda em construção (foto genealogy) 

A cidade entrou na era dos arranha-céus, quebrando sua horizontalidade com a inauguração do Excelsior Hotel, em 1931, na Praça do Ferreira, suntuoso prédio com impressionantes sete andares para a época, tido como o melhor hotel do Norte e Nordeste.

No discurso da modernidade, a construção de novos edificios, como o da Faculdade de Direito (Arquivo Nirez)
e o prédio da Telefônica (ainda em construção) foto do Arquivo Nirez

Também foram erguidos prédios suntuosos, a exemplo do novo Mercado Municipal, do prédio da Faculdade de Direito e da Empresa telefônica. No final da década de 1930 foram iniciadas as obras do Porto do Mucuripe, apontado como fundamental para a cidade sair do atraso. 

fonte:
Fortaleza, uma breve história, de Aírton de Farias e Artur Bruno

Nenhum comentário: