Casa na avenida Santos Dumont em 1957 (Acervo IBGE)
O crescimento vertiginoso de Fortaleza da década de 1970
para cá, teve consequências devastadoras e irreversíveis para o patrimônio
cultural edificado da cidade. Nos últimos 35 anos, Fortaleza passou por um
processo de destruição de seu patrimônio construído.
As demolições atingiram
principalmente as áreas onde a especulação imobiliária atuou com maior
intensidade, como a zona leste, compreendida pela Aldeota e bairros vizinhos. O
que sobrou, não se deve à atuação do poder público, mas à falta de interesse
dos especuladores, como os casarões que ainda podem ser encontrados na
Parangaba e no Jacarecanga, bairros que não tiveram interesse imobiliário nas
últimas décadas.
Segundo Marciano Lopes, a casa pertenceu a Oscar Pedreira
O Bangalô de Aristides Capibaribe uma das mais imponentes
construções do bairro Jacarecanga, está entre os espaços que possuem processo de
tombamento em curso. Localizado na Avenida Filomeno Gomes, ainda abriga uma
família. Marcado pela má conservação, o lugar vai se mantendo como pode. Mesmo
com as paredes descascadas e janelas quebradas, o bangalô é um dos símbolos da história
de Fortaleza.(fotos Arquivo Nirez e Diário do Nordeste)
Uma boa parte das edificações protegidas por leis de
tombamento federais e estaduais está situada na área do centro, correspondente
ao início da formação urbana de Fortaleza. Algumas exceções são o Farol do Mucuripe
e a Casa de José de Alencar, no sítio Alagadiço Novo, nos arredores de
Messejana, tombamento federal de 1964. Já os bens tombados a nível municipal
encontram-se em vários locais de Fortaleza.
Ainda que tombados, não significa que esses bens estejam
sendo conservados, ao contrário, muitos estão incontestavelmente abandonados.
Apesar de o tombamento ser a primeira medida que protege o patrimônio ambiental
urbano, a preservação só poderia ser notada se as edificações se encontrassem
em bom estado e se as pessoas pudessem usufruir plenamente das instalações.
Casa de Juvenal Galeno
O pedido de tombamento da Casa de Juvenal Galeno partiu de
Antônio Galeno, neto do poeta cearense. O processo foi aberto em julho de 2010.
Segundo Antônio, o imóvel sendo um bem tombado e assim um patrimônio histórico
e cultural os seus detalhes originais, história e memória estarão para sempre
protegidos de destruições. “A Casa terá mais divulgação, mais atenção, assim
como a cultura cearense”. Hoje, o local, que funciona há 93 anos, é considerado
referência cultural no Estado, especialmente, com relação à literatura popular
Um bem material tombado não pode sofrer alterações sem antes
estas serem permitidas por órgãos competentes. A iniciativa é uma ação legal,
garantindo que o equipamento estará sob os olhos do poder público. A partir
deste processo, os bens são considerados patrimônios histórico-culturais,
heranças sociais.
Atualmente, 37 bens estão em processo de tombamento em todo
o Ceará, pela Prefeitura e pelo Estado. Destes, 25 se situam em Fortaleza e aguardam
avaliação ou do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico e
Cultural ou da Coordenação do Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural ligada
à Secretaria da Cultura (Secult).
A Chácara Flora é o exemplo mais recente do descaso com o patrimônio edificado de Fortaleza. Em pleno processo de tombamento, o imóvel foi demolido em dezembro de 2011.
jornal Diário do Nordeste
Revista Fortaleza
3 comentários:
Infelizmente, somos um povo sem memória.
É verdade somos um povo sem memórias.
VERDADE SOMOS UM POVO SEM MEMÓRIAS.
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