sábado, 2 de abril de 2011

Os Primeiros Mapas

Abril mês do aniversário de 285 anos de Fortaleza


A história oficial da cidade, ainda nem havia começado. Datam de tempos anteriores à elevação do povoado à condição de vila, os primeiros registros cartográficos da área onde hoje se encontra a Capital do Ceará. Há notícia, ainda dos remotos anos de 1600, de mapas que representam a incipiente ocupação portuguesa às margens do Rio Ceará, definindo de modo precário, a localização da aldeia de Nova Lisboa, fundada por Pero Coelho.
O começo da história da vila de Fortaleza foi mapeada pelos holandeses, que escolheram a margem esquerda do riacho Pajeú para erguer um pequeno forte, do qual surgiria a Fortaleza que emprestou o nome à vila. 
Mapa de Matias Beck "Planta do Forte Schoonenborch da bahia de Mucuriba e do Monte Itarema situados no Siara aos 28 de abril de 1649 (Arquivo Nirez) 
É atribuído a Matias Beck o mapa de 1649 que mostra a costa de Fortaleza, do Mucuripe à barra do Ceará, localizando o forte e vários acidentes geográficos, bem como o caminho para as minas de Itarema. 
Foi a ocupação portuguesa, no entanto, que iniciou o desenho definitivo da cidade que se ergueria sobre o areal da Prainha, a leste da Vila Velha do Rio Ceará, a oeste da Enseada do Mucuripe, onde os primeiros europeus teriam pisado o solo cearense.
Deve-se em parte, ao capitão-mor Manuel Francês o esforço para transformar em vila o pequeno povoado do Forte. A Capitania do Ceará já tinha a sua vila, a de Aquiraz, instalada em 1713. Manuel Francês e o padre João de Matos Serra intensificam um movimento junto à Coroa para criação de outra Vila, no forte, o que acontece em 1726. 
Planta feita pelo capitão-mor Manuel Francês quando da instalação da Vila de Fortaleza de Nossa senhora d'Assunção do Ceará Grande (Arquivo Nirez)
É também a Manuel Francês que se deve o primeiro registro iconográfico da pequena Vila. O mapa, que hoje se encontra no Arquivo Ultramarino de Lisboa, foi descrito pelo padre Serafim Leite: 
Em cima do mapa, no ângulo direito, está a Fortaleza, com a bandeira portuguesa e três peças de artilharia visíveis, uma a disparar. Entre o Forte e a regata, uma casa assobradada, e entre a regata e o mar, outras. A seguir à Fortaleza, na mesma linha para o interior, uma casa pequena e depois a Casa da Câmara, com doze portas e outras tantas janelas. Em frente da Câmara e do Forte, a praça com os símbolos municipais, coincidindo o pelourinho com a frente da Câmara, e a forca com a da Fortaleza.

Maquete de Fortaleza feita por Sérgio Marques, Edite Colares, Cartaxo de Arruda Jr. e Wanderley Palmiro, a partir de desenho feito pelo Capitão-Mor Manoel Francês em 1726.  Acervo do Museu do Ceará
O risco forte do Riacho Pajeú marca o mapa. E seria por muito tempo, o limite – a leste – do desenho urbano da pequena vila, futura capital. 
Nasce o Século XIX e a Vila de fortaleza ainda termina na margem do Pajeú. Para além dali, a leste, apenas a picada que ligava ao Mucuripe e poucas casas. 
No mapa riscado pelo capitão de fragata Antonio Marques Giraldes, que tinha o intuito de registrar a geografia da enseada da vila, para alcançar a tão sonhada meta de instalar um porto na região da Prainha, aparecem algumas edificações que podem ser localizadas: além do forte e da Matriz, aparece também a Igreja do Rosário, a mais antiga edificação de Fortaleza que permanece de pé até os dias atuais.  

fontes:
Cronologia Ilustrada de Fortaleza, de Miguel Ângelo de Azevedo, Nirez
Revista Fortaleza, fascículo 10, de 11 de junho de 2006.

2 comentários:

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Ficou linda, esta postagem - texto e fotos - belo trabalho, o das maquetes.
Parabéns!

Fátima Garcia disse...

obg Lúcia,
bjs