No rol das confusões entre os bairros, a memória e a modernidade travam uma luta diária. Enquanto as novas gerações conhecem nomes como Antonio Bezerra, Meireles, Bairro de Fátima, Castelão e Messejana, moradores mais antigos se lembram do Outeiro, do Lagamar, da Praia do Peixe, da Estância e do Mata Galinha.
Mesmo com o antigo nome em desuso, a simples lembrança é significativa para a identificação da população com o bairro
Praça de Otávio Bonfim
Caso peculiar: o antigo Otávio Bonfim teve o nome trocado para Farias Brito, porém ninguém aceitou a mudança e o bairro continua a ser conhecido como Otávio Bonfim.
Avenida Luciano Carneiro, bairro de Fátima
Mesmo com o antigo nome em desuso, a simples lembrança é significativa para a identificação da população com o bairro. Por conta do crescimento da cidade, muitos bairros mudaram de nome, ou simplesmente desapareceram.
O Porangabussu virou Rodolfo Teófilo; o Coqueirinho e o Campo do Pio se tornaram Parquelândia; o Outeiro passou a se chamar Aldeota; a Pirocaia agora é Montese.
nesta rua no bairro da Parangaba a fábrica apropriou-se do espaço público e invadiu a calçada. O prejuízo fica para a população.
Avenida General Osório de Paiva atravessa vários bairros de Fortaleza: Parangaba, Vila Peri, Bom Jardim,Canindezinho, Siqueira, e se estende até a divisa com o município de Maracanaú
Praça na Aldeota
Rua Liberato Barroso, no centro de Fortaleza
O Centro Dragão do Mar
Prainha é o nome correto da área antiga onde agora está o Centro Dragão do Mar e que por falta de informação é chamado de Praia de Iracema.
De acordo com Marciano Lopes, a Praia de Iracema é mais adiante. A parte alta daquele pequeno bairro, onde está a Praça Cristo Redentor era o Outeiro da Prainha.
Avenida Presidente Castelo Branco (Av. Leste/Oeste) localizada no Bairro Moura Brasil
Outros bairros praticamente desapareceram do mapa, e os antigos nomes são desconhecidos da maioria da população.
A Vila Monteiro foi incorporada ao Joaquim Távora; o mesmo aconteceu com a vizinha Vila Zoraide.
O bairro Tauape é outro exemplo: identificado com a Lagoa do Tauape, no momento em que o manancial foi aterrado para a construção do canal do Jardim América, o nome do bairro praticamente desapareceu junto com as águas.
Outro caso interessante é o bairro é da Piedade, que segundo o historiador NIREZ, nunca existiu. A população chamava o bairro de Piedade por causa da igreja da Piedade, mas o bairro nunca existiu.
Praça em frente ao Santuário de Fátima, no bairro do mesmo nome.
Anteriormente as denominações das unidades urbanas eram escolhidas a partir de nomes da fauna e flora regionais, das atividades econômicas que caracterizavam uma determinada região, da tradição indígena.
Os nomes refletiam a perspectiva histórica de uma sociedade coletivista. Com a modernidade e a ascensão dos valores individualistas, as nomenclaturas foram substituídas por nomes de personalidades que tiveram relevância para o bairro, poder, influência política ou desempenharam um papel representativo na sociedade.
Assim surgiram bairros com nomes de Olavo Bilac, Quintino Cunha, Edson Queiroz, Dias Macedo, etc.
Parque Parreão
Parque urbano do Parreão
Parque da Lagoa da Maraponga
O nome de um bairro não está ligado apenas uma questão estética, mas é resultado de um momento histórico e da organização social nesse dado período.
Um exemplo é o bairro atualmente denominado Planalto Ayrton Senna. A comunidade, formada a partir de ocupações de terras, era conhecida como Pantanal.
Em 2001 a população se organizou e votou pela escolha do nome atual do bairro. A troca foi uma forma de quebrar o estigma de violência e pobreza que a área carregava perante os outros moradores da cidade.
Não restou comprovado que a troca de nome tenha reduzido os índices de violência do local. Ao buscar uma fotografia do bairro no Jornal Diário do Nordeste, constatei que todas as imagens relativas ao bairro Ayrton Senna, estão relacionadas ou ao tráfico de drogas ou a crimes de morte.
pesquisa:
Jornal Diário do Nordeste
Jornal O Povo
fotos: arquivo do Blog
pesquisa:
Jornal Diário do Nordeste
Jornal O Povo
fotos: arquivo do Blog
8 comentários:
Resumindo: Nasci na Estrada do Gado, morei no Coqueirinho, na Pirocaia, na Rua da Cachorra Magra e hoje me escondo no Mata Galinha...
mudaram os nomes, mas os problemas continuam os mesmos.
Concordo com você, Fátima. Inclusive, os nomes antigos eram bem mais pitorescos.
Também não existe o bairro Água Fria e bairro conhecido por Dunas, onde concentram-se os nobres, foi até pouco tempo o bairro Papicu, mas mudaram para Nossa Sra. de Lourdes. Onde já se viu pessoas nobres morando no Papicu!!!kkk
Nasci na Rua do ABC, no bairro Arraial Moura Brasil e nos mudamos para o Parque São José, em 07 de setembro de 1959... e à partir do ano 2005, sem plebiscito ou consulta popular, mudaram a história para Vila Pery, sem identidade alguma conosco... O P.S.J., se limitava pelo valamento derras entre as ruas limítrofes, Leblom Maia e Araponga, do outro lado do Sítio de propriedade da sogra do Sr. João Sabino, que originou um nome de rua naquele local. E o nosso baixo hoje, se inicia após a Av. Luiz Vieira, proprietário desses loteamentos, que era de 1950, "Terras do Siqueira do Distrito de Parangaba", ainda hoje os moradores antigos tem os nomes nos registros de cartório... O interessante é que, continuamos com a Paróquia de São José e os festejos tradicionais e na Vila Pery (Igreja de São Judas Tadeu) e Bonsucesso (Igreja São José Operário), são subordinadas a nossa Matriz, no bairro Vila Pery, antigo Parque São José...
Vicente Furtado, vou ver o que encontro sobre a Vila Pery e seu passado atribulado.
Me chamo Diego morei na Vila Manoel Sátiro entre 1985 e 1989, em 1989 fui morar na Vila Pery antiga extensão do Parque São José e essa mudança supostamente se deve à criação das Secretarias Executivas Regionais na segunda gestão de Juraci Magalhães(1997 a 2000)o bairro Vila Pery pertence à SER IV e o Parque São José à SER V porém o prédio de sua sede está no bairro Bom Sucesso não sei por quais razões, morei no antigo Parque São José até 1992 ano da primeira gestão do Juraci Magalhães e bem antes da gestão Antônio Cambraia, o terminal do Siqueira foi feito na gestão Antônio Cambraia em 1995 porém está no bairro Vila Pery. Em algumas esquinas do hoje Vila Pery ainda é possível ver aquelas pequenas mercearias com portas comuns de residência apesar de minha mãe dizer que Vila Pery agora só tem bares nas esquinas, me orgulho de ter morado nele quando era calmo hoje moro no Conjunto São Cristóvão área da SER VI localizado no bairro Jangurussu, moro há 22 anos mas sempre eu vinha pra Vila Pery pra ver meus avós quando moravam lá e ia pra missa com eles lá na Paróquia São José.
Morei no Monte Picu antes de mudar pra Presidente Kennedy. Lembro do Sítio Ipanema mudar para Joao Arruda, da Casa Popular mudar para Pàn Americano, O Alto Sao Vicente de Paulo era popularmete conhecido como Alto do Bode e era praticamente um apendice do Antonio Bezerra, pois até o onibus que servia ao bairro era o do Antonio Bezerra, os moradores tinham que caminhar pela parede da lagoa para pegar o onibus. Depois o bairro mudou de nome para Altran Nunes. Também morei no bairro Santa Fé. Nao sei como ele se chama hoje. Pois estou ha algumas decadas morando em outro estado. Alguem sabe informar? Grato. José Pereira. jpds37@gmail.com
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