quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Resíduos Sólidos Orgânicos

A geração de resíduos é inerente ao ser humano, ou seja, desde muito tempo atrás a geração de resíduos sólidos acompanha a humanidade. Mas nos últimos anos essa produção de resíduos cresceu bastante, devido ao crescimento populacional, o consumismo desenfreado, as facilidades e as novas tecnologias da vida moderna como alimentos, industrializados, embalagens variadas de produtos domésticos, lâmpadas, pneus, telefones, celulares, etc. (uma pessoa adulta gera por volta de 0,5 kg de resíduo por dia).
Todos esses produtos, depois de consumidos acabam virando resíduos sólidos, porém, nem tudo que vai parar no lixo é lixo realmente, ou seja, aquilo que não serve mais para uns pode ser usado por outros.
Mas existe um tipo de resíduo sólido, que pode ser reciclável,cujo desperdício tem despertado a atenção de estudiosos e autoridades: os resíduos sólidos orgânicos. 
Resíduos orgânicos são resíduos constituídos de matéria orgânica perecível, isto é, são facilmente degradáveis pela ação de microorganismos.
Quando acumulado ou disposto inadequadamente, o lixo orgânico pode tornar-se altamente poluente do solo, das águas e do ar. 
Ademais, a disposição inadequada desses resíduos cria um ambiente propício ao desenvolvimento de organismos patogênicos.
Eles são: pó de café e chá, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, ossos, aparas e podas de árvores, esterco animal, cabelos, serragem, entre outros.
Estudos mostram que o percentual de resíduos orgânicos gerados em países em desenvolvimento como o Brasil é alto, e os fatores desse alto percentual de geração vão desde desconhecimento do valor nutricional de alguns alimentos, até a aquisição ou não de produtos industrializados, dependendo da cultura regional e do nível de renda da população.

foto: http://cbnmaringa.com.br/pages/noticias.php?id_noticia=28761
Boa parte dos resíduos sólidos orgânicos é composta de restos de alimentos das mesas brasileiras, feiras, sacolões, supermercados e outros. 
O desperdício de alimentos é uma das razões para os altos percentuais de matéria orgânica encontrados no lixo brasileiro.
Estudo realizado pela Embrapa (Empresa Brasileira de pesquisa Agropecuária) constatou que o brasileiro joga fora mais do que aquilo que come. Em hortaliças o total anual de desperdício é de 37 quilos por habitante. 
Dados recentes do IBGE mostram que, nas dez maiores capitais do Brasil, o consumo per capita é de 35 quilos de alimento por ano – dois a menos do que o total que é jogado no lixo. Não há estudos conclusivos que dimensionem o desperdício nas casas e nos restaurantes, mas estima-se que a perda no setor de refeições coletivas chegue a 15%, e nas cozinhas residenciais, a 20%.
Da análise da situação do lixo no mundo, relacionado a alguns aspectos como densidade demográfica e nível de renda, encontramos diferentes realidades para os mais variados países, sistematizados no quadro abaixo.

1 – densidade demográfica Baixa – Nível de renda Alto
Características do lixo: 
alta geração per capita;
alto teor de embalagens e grande parcela de resíduos de jardinagem.
Gestão do lixo:
Coleta total do lixo;
Aterro sanitário como principal forma de destinação;
Algumas iniciativas de reciclagem, dependendo da região.
2 – Densidade demográfica Alta – Nível de renda Alto
Características do lixo:
Alta geração per capita
Alto teor de embalagens
Gestão do lixo:
Coleta total do lixo, com foco em programas de coleta seletiva;
Incineração usada para gerar energia;
Aterro sanitário, com controles ambientais, como forma de destinação final.
3 – Densidade demográfica Baixa – Nível de renda Baixo
Características do lixo:
Baixa geração per capita;
Alto teor de restos de alimentos.
Gestão do lixo:
Coleta inadequada do lixo;
Lixão como principal forma de destinação
4 – densidade demográfica Alta – Nível de renda Baixo
Características do lixo:
Média geração per capita;
Teor médio de embalagens;
Alto teor de restos de alimentos.
Gestão do lixo:
Coleta inadequada;
Crescente preocupação em fechar lixões e criar aterros sanitários com controles ambientais;
Indústrias de reciclagem abastecidas por catadores trabalhando nas ruas e lixões.

Essas diferenças são influenciadas pelo poder aquisitivo da sociedade. Assim, em sociedades mais abastadas o percentual de resíduos orgânicos é baixo porque o consumo de produtos industrializados, inclusive alimentos, é alto.
Já em países cujo poder aquisitivo é baixo, o consumo de alimentos in natura é elevado.
Existem várias formas de tratamento e disposição final do lixo. 
O tratamento consiste numa série de procedimentos destinados a reduzir a quantidade ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos, seja impedindo descarte de lixo em local ou ambiente inadequado, seja transformando-o em material inerte ou biologicamente estável. 
As principais formas de tratamento empregado aos resíduos são: reciclagem, incineração, aterro sanitário e compostagem. Há ainda os aterros controlados e os lixões. 
Os lixões devem ser permanentemente evitados pois sua presença gera impactos ambientais negativos como: poluição do solo, água e ar; disseminação de doenças por meio de vetores (ratos, baratas, escorpiões, entre outros), degradação da paisagem, desvalorização de terrenos próximos.     
A incineração controlada é uma parte importante do sistema de limpeza urbana na maioria dos países. Consiste na queima de materiais em temperaturas elevadas (acima de 900 oC). Utilizando uma quantidade apropriada de oxigênio consegue-se uma boa combustão do lixo. Os compostos orgânicos presentes em papéis, madeira e materiais plásticos, são transformados em dióxido de carbono, vapor d´água e cinzas. Deve-se evitar que o lixo a ser incinerado contenha resíduos úmidos ou molhados (como casca de legumes e frutas).

Pesquisa:
Resíduos sólidos: processamento de resíduos sólidos orgânicos: guia do profissional em treinamento: nível 2/Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (org). Belo Horizonte: Recesa, 2007.
 Incineração do Lixo. Disponível em

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