sábado, 4 de dezembro de 2010

Francisca Clotilde

Francisca Clotilde - professora, poeta, jornalista e escritora cearense
Francisca Clotilde nasceu em Tauá, no ano de 1862. Quando a família mudou-se para Baturité, a menina veio estudar em Fortaleza, no Colégio da Imaculada Conceição, dedicando-se ao magistério.
Em 1884, aos 22 anos, foi nomeada professora da escola Normal, sendo a primeira mulher a lecionar naquele estabelecimento. 
Era um período de intensa atividade cultural e política no Ceará. A produção textual, até então território masculino, possibilitou também a inserção das mulheres  nos meios  intelectuais e sociais. 
Clotilde atuou nesse mundo da produção literária e do conhecimento – foi professora, jornalista, bem como republicana e abolicionista, tendo pertencido ao famoso Clube Literário, onde foi a única sócia efetiva, ao lado de Antônio Bezerra, Oliveira Paiva, José Olímpio e Rodolfo Teófilo.
 Seus temas tinham foco no universo feminino. 
Em 1902 publicou um romance de titulo polêmico, A Divorciada, onde relatou as agruras de uma jovem mulher às voltas com um casamento arranjado e infeliz, revelando, ao que tudo indica, sua experiência pessoal. 
Clotilde casara-se aos 18 anos e o marido acabou mergulhando no alcoolismo, sendo internado no Asilo de Alienados do Rio de Janeiro, de onde fugiu para local ignorado. Sem ter certeza que o marido falecera, a escritora vivia angustiada, pois desejava se unir a um novo companheiro. 
Clotilde sofreu muita discriminação por conta desse relacionamento, pois dentro do conservadorismo da época, mulheres deveriam aceitar o casamento e guardar-se como esposa honesta até o fim dos seus dias.



Francisca Clotilde atuou como colaboradora em diversos jornais, não só cearenses, mas também de outros estados, a exemplo de Alagoas, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Com seus comentários ferinos, incomodou as oligarquias cearenses e foi demitida da Escola Normal em 1895. 
Fundou a seguir um externato que funcionou em Fortaleza e depois em Baturité. No ano de 1906 lançou o periódico A Estrella, mantido por 15 anos com a filha, Antonieta Clotilde. Em 1908 transferiu-se com a família, o externato e a revista A Estrella para a cidade de Aracati, onde passou 27 anos dedicando-se a educação daquela região. 
Francisca Clotilde faleceu em Aracati, no dia 08 de dezembro de 1935.
Algumas de suas obras:
Coleção de Contos (1897)
Noções de Aritmética (1889)
A Divorciada (1902)
Pelo ceará (1911) 

pesquisa:
História do Ceará, de Airton de Farias
jornal Diário do Nordeste

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