Localizada no bairro Jardim América, em frente ao colégio Paulo VI, na Avenida Jorge Dummar e Ruas Major Weyne, Damasceno Girão e Antônio Mendes. A praça foi criada na gestão do prefeito Álvaro Weyne, através do decreto 294, de 02 de abril de 1936. Mais tarde teve o nome mudado para Delmiro Gouveia, através da lei 1965, de 13 de julho de 1962, no governo do Prefeito Manuel Cordeiro Neto.
foto dos anos 20, com o Matadouro Modelo inaugurado em 1924, no bairro do Barro Preto ou Tauape, hoje Jardim América, no mesmo local onde está atualmente o Colégio Paulo VI. Em primeiro plano, o terreno que agora corresponde a Praça Delmiro Gouveia
O mesmo trecho atualmente, com o Colégio Paulo VI onde antes estava o Matadouro Modelo
O logradouro consta nos mapas antigos da prefeitura. Ocupava
um espaço imenso e arborizado, com um chafariz no centro. Posteriormente foi
transformada em feira de vendas e trocas de animais, depois feira livre e local
de montagens de circos e parques de diversões. Por volta de 1970, a CAGECE
instalou uma subestação para fornecimento de água, uma cisterna de 6 metros de
profundidade e uma casa de força.
Mas ainda sobrou espaço para ser arborizada como Praça. Mas não foi. A Praça Delmiro Gouveia é o retrato do abandono a que se acham relegadas a maioria das praças de Fortaleza, mesmo as mais antigas, como as do centro. É uma área enorme sem uma única árvore, sem bancos, sem equipamentos, com muros pichados, alguns poucos brinquedos enferrujados e como opção de lazer, apenas e tão somente algumas quadras de esportes.O nome da praça é uma homenagem a Delmiro Gouveia
Mas ainda sobrou espaço para ser arborizada como Praça. Mas não foi. A Praça Delmiro Gouveia é o retrato do abandono a que se acham relegadas a maioria das praças de Fortaleza, mesmo as mais antigas, como as do centro. É uma área enorme sem uma única árvore, sem bancos, sem equipamentos, com muros pichados, alguns poucos brinquedos enferrujados e como opção de lazer, apenas e tão somente algumas quadras de esportes.O nome da praça é uma homenagem a Delmiro Gouveia
Para acesso à praça, que é elevada do solo cerca de dois metros, há uma escadaria e uma rampa. Como não há equipamentos comuns às praças, o local está sempre assim, deserto e vazio de pessoas.
Quem foi Delmiro Gouveia
imagem do site: http://lampiaoaceso.blogspot.com.br
Delmiro Gouveia nasceu no Ceará, apesar das controvérsias
tanto quanto à sua naturalidade e quanto à sua data de nascimento. Por ocasião de
sua morte, um jornal de Maceió noticiou que ele nascera na Paraíba; outros
diziam que ele era natural de Pernambuco; Plínio Cavalcante afirma que ele
nasceu em Sobral; Carlos Lobo (primo de Delmiro) garante que ele nasceu em Ipu.
Quanto à data, uns acham que ele nasceu no dia 5; outros dizem que no dia 6; o
ano pode ser 1861 ou 1863. O próprio Delmiro contribuía para aumentar a
confusão em torno de sua biografia, tanto quanto ao local e data de nascimento, quanto ao estado civil dos seus pais. Oficialmente, Delmiro Gouveia
nasceu no dia 5 de junho de 1863, na Fazenda Bonito, em Ipu, Ceará, filho de
Delmiro Porfírio Farias e Leonilda Flora da Cruz Gouveia.
Seu pai costumava viajar do Ipu para a zona da mata e
agreste de Pernambuco, à cavalo, comercializando couros, gêneros alimentícios e
tecidos. Numa dessas jornadas,
hospedou-se na Fazenda Pau d’Alho, em Pernambuco, onde conheceu e se apaixonou
por Leonilda, filha de um comendador.
Delmiro raptou a moça e a trouxe para os sertões do Ceará, vivendo algum
tempo em Santa Quitéria, mudando-se depois para Ipu, contando com o apoio de
parentes. Leonilda era uma moça bonita, de elevada condição social, econômica e
financeira. Como o raptor fosse casado e pai de 5 filhos, a família se opôs e
passou a persegui-lo, jurando vingança
pela afronta.
Com isso tiveram de viver escondidos, cercados de intrigas,
pois na mesma fazenda em que se escondiam, vivia sua primeira esposa. E foi nesse ambiente de ódio, de vinganças e
sobressaltos que nasceu Delmiro de Farias Gouveia. Como a família interferia e dividia
opiniões, consta que seu pai, desgostoso, alistou-se como voluntário para a
Guerra do Paraguai e nunca mais retornou.
Ao saber da morte do companheiro, Leonilda, isolada e sem
recursos, deixa o Ceará, e à bordo de um vapor volta para Pernambuco, levando
um casal de filhos: Maria Augusta e Delmiro. Não procura a família, da qual
fora excomungada, como era costume na época. Empregou-se em uma residência, com
Delmiro então com três anos de idade, pobre e mal trajado. Não se sabe se
frequentou escolas, ou se aprendeu a ler
com sua mãe, mulher distinta e educada.
Mercado do Derby criação de Delmiro Gouveia, funcionou onde hoje fica o quartel-general da Polícia Militar em Recife. Foi inaugurado em 1898. Era uma espécie de precursor dos atuais shoppings.
Mercado do Derby criação de Delmiro Gouveia, funcionou onde hoje fica o quartel-general da Polícia Militar em Recife. Foi inaugurado em 1898. Era uma espécie de precursor dos atuais shoppings.
imagem do site http://lampiaoaceso.blogspot.com.br
Depois de uma infância difícil, Delmiro sentou praça no 2°
Batalhão de Infantaria do Exército em Recife, depois trabalhou como mascate,
condutor de trens, funcionário de diversas firmas estrangeiras, o que lhe
possibilitou fazer mais de uma viagem aos Estados Unidos. Comerciante habilidoso, inteligente e ativo,
tornou-se uma das maiores fortunas do Recife, com seu comércio de couros e
peles. Delmiro casou-se em agosto de 1883, com Maria Anunciada de Melo Falcão. Adquiriu
os terrenos do Derby Clube e neles construiu um elegante e espaçoso mercado, um
hotel internacional, além de parques de diversões com bares e outras atrações.
No início dos anos 1900, suas vistas se voltavam para a grande cachoeira de Paulo Afonso, visando o aproveitamento daquela água em beneficio da região e de seus moradores. Partiu para a América do Norte e lá contratou engenheiros e técnicos em hidráulica, e importou o material necessário para instalação em Paulo Afonso, de uma usina elétrica. Conta-se que os engenheiros contratados para montarem as máquinas da usina geradora, provaram com dados e números que não havia condições técnicas para a instalação. Mas Delmiro insistiu e assim houve o rompimento do contrato; os engenheiros e técnicos voltaram para os Estados Unidos. Delmiro então convocou os caboclos que com ele trabalhavam e os encorajou a montarem as máquinas. Tinha em seu poder as plantas e desenhos, e como falava inglês, traduziu as instruções, e em pouco tempo as máquinas foram montadas. Então, pela primeira vez, foi captada a força da energia de Paulo Afonso, transformando-a em energia elétrica.
No local onde hoje se encontra o Memorial da Medicina de Pernambuco (antiga Faculdade de Medicina do Recife), no final do século XIX existia o edifício onde funcionava o Hotel Internacional de propriedade do empresário Delmiro Gouveia.
imagem: http://amigosdedelmirogouveia.blogspot.com.br
Delmiro Gouveia e o prédio da Usina hidrelétrica, a primeira do Nordeste (foto do livro A História da Energia no Ceará)
No início dos anos 1900, suas vistas se voltavam para a grande cachoeira de Paulo Afonso, visando o aproveitamento daquela água em beneficio da região e de seus moradores. Partiu para a América do Norte e lá contratou engenheiros e técnicos em hidráulica, e importou o material necessário para instalação em Paulo Afonso, de uma usina elétrica. Conta-se que os engenheiros contratados para montarem as máquinas da usina geradora, provaram com dados e números que não havia condições técnicas para a instalação. Mas Delmiro insistiu e assim houve o rompimento do contrato; os engenheiros e técnicos voltaram para os Estados Unidos. Delmiro então convocou os caboclos que com ele trabalhavam e os encorajou a montarem as máquinas. Tinha em seu poder as plantas e desenhos, e como falava inglês, traduziu as instruções, e em pouco tempo as máquinas foram montadas. Então, pela primeira vez, foi captada a força da energia de Paulo Afonso, transformando-a em energia elétrica.
No local onde hoje se encontra o Memorial da Medicina de Pernambuco (antiga Faculdade de Medicina do Recife), no final do século XIX existia o edifício onde funcionava o Hotel Internacional de propriedade do empresário Delmiro Gouveia.
imagem: http://amigosdedelmirogouveia.blogspot.com.br
Montou-se a fábrica de linhas da Pedra que continuaria a
trabalhar, não fosse seu criador assassinado por inimigos implacáveis. As ações
da fábrica foram adquiridas por poderoso truste; suas máquinas ficaram paralisadas
e depois foram atiradas como ferro velho no Rio São Francisco. Delmiro foi,
portanto, o pioneiro da energia elétrica de Paulo Afonso.
Quanto à sua vida amorosa, após separar-se de Maria
Anunciada, teve duas mulheres – Eulina e Jovem além de numerosos casos
extraconjugais. De sua união com Eulina nasceram 3 filhos que foram seus
continuadores.
imagem do site: http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br
Apesar de toda a fortuna, a posição e o prestígio, Delmiro
vivia sobressaltado. A vida tumultuada que levava, seus casos amorosos
proibidos, a posição de dono de uma fábrica naqueles confins, suas desavenças antigas,
quando comercializava com peles e couros, a
surra que dera num chefe político de Pernambuco, e tantos outros fatos, contribuíram
para que Delmiro vivesse bastante protegido com armas e bastante munição. Sabia
que sua vida estava em permanente perigo, tanto que uma das providências que
tomou, foi erguer em torno de sua e de outras residências, cercas de arame
farpado. Providências que não foram suficientes para evitar o que aconteceu.
No dia 10 de setembro de 1917, às 20 horas, Delmiro estava
na residência de Dona Jovem (eles moravam separados), sozinho, lendo um jornal,
quando foi assassinado com 3 disparos, feitos por elementos reconhecidamente
assalariados, que fugiram apressadamente, deixando no local as armas com que
praticaram o crime. Ficou um mistério
quanto a sua morte, com inúmeras versões, principalmente pelo fato de que havia
em Pedra mais de 20 vigias e que os numerosos cachorros de raça que Delmiro
criava, não deram sinal de aproximação de pessoas estranhas. Dois empregados da fábrica de Delmiro, foram
considerados suspeitos e presos. Ambos se declararam inocentes.
fontes:
Praças de Fortaleza, de Maria Noélia Rodrigues da Cunha
Cronologia Ilustrada de Fortaleza, autor Nirez
fotos da praça; Rodrigo Paiva, março/2014
2 comentários:
Muito bom!! parabéns pelo trabalho de pesquisa sobre a nossa história! abçs.
Obrigada Jardey Pessoa, pelo comentário e pela companhia. Fico feliz de ver nosso trabalho reconhecido.
abs
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