terça-feira, 29 de maio de 2012

Via Férrea Parangaba – Mucuripe e as Comunidades dos Trilhos



Estação da Parangaba
 foto:http://www.panoramio.com/photo/3838823 

Estação Suspensa da Parangaba, de acordo com o projeto do VLT 
imagem divulgação do Metrofor 

A estação da Parangaba foi aberta em 1873 com o nome de Arronches, na época,  um munícipio  que na década de 1920 acabou sendo anexado a Fortaleza. Em 1944 teve o nome alterado para Parangaba.  O ramal ferroviário para o Mucuripe foi inaugurado no dia 28 de janeiro de 1941, pelo interventor Menezes Pimentel.  A expansão até o Mucuripe atendia a necessidade de escoamento da produção de café da Serra de Baturité, transportada pela Estrada de Ferro de Baturité até o Arronches. E daí até o Porto do Mucuripe, pelo ramal ferroviário.

Estação do Mucuripe em 2005
foto: http://www.estacoesferroviarias.com.br

A construção do ramal ferroviário implicou na remoção de um denso matagal que ocupava o caminho por onde deveria passar o trem. Com o passar dos anos, muitas famílias, vindas do interior do Estado, vítimas das secas que periodicamente assolam o Nordeste, ocuparam as margens da via férrea, construindo barracos e dando início a várias comunidades.
Com a crise de mobilidade urbana que vem afetando seriamente a capital, e a aproximação da copa do mundo de 2014, evento esportivo de grande porte  que contará com a participação de Fortaleza, o governo do estado optou pela modernização da via férrea Parangaba-Mucuripe, substituindo o velho transporte de carga, por um moderno sistema  de trens urbanos, já utilizado em Fortaleza em outra linha, a que liga Caucaia a Estação João Felipe, no centro de Fortaleza.

O Ramal fará uma importante ligação entre o setor hoteleiro da orla marítima e o centro da capital, a partir de sua integração com a Linha Sul e será operada com veículos leves sobre trilhos (VLTs), trens de superfície.

Mas para implantar os Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), nos 12,7 quilômetros de linha férrea,  como alternativa de transporte para até 90 mil passageiros por dia, cerca de até  1.700 famílias, que residem ao longo dos trilhos, terão de deixar suas casas.  Um total de 22 comunidades serão afetadas pelo projeto inicial o VLT.
As desapropriações ainda não foram iniciadas, a previsão é que elas comecem somente quando as novas moradias destinadas aos que tiverem suas casas desapropriadas estiverem prontas.  Os imóveis estão sendo construídos em conjuntos habitacionais nos bairros José Walter e Messejana.  As desapropriações serão efetivadas para obedecer as diretrizes do projeto do VLT, segundo o  qual deve haver um espaço de 16,85 metros entre os trilhos e outras edificações.  

A Comunidade Trilho do Senhor fica na Aldeota, entre a Avenida Santos Dumont e a Avenida Padre Antônio Tomás. Nessa região está localizado o terminal de ônibus do Papicu, a três quadras da comunidade. Os moradores estão envolvidos na luta para permanecer no lugar em que moram, alguns, há mais de 40 anos. (foto: ONG Cores para a Vida)  

Nas comunidades afetadas, quem vai sair,  teve sua sua casa marcada. A marcação foi  pintada geralmente na parede frontal, com tinta verde, indicando que a residência terá de abrir passagem para o VLT. Quando, ninguém sabe. 

Resumo da Obra

A proposta contempla a execução de um projeto ferroviário para o ramal Mucuripe - Parangaba, partindo da Beira-Mar, nas proximidades dos boxes dos peixes, seguindo pela via Expressa, passando pelo aeroporto, até chegar ao terminal da Parangaba, com as seguintes características: 

12,7 km de extensão
8 estações
velocidade média 60 km/h
6 VLT's de 4 carros
74 metros de extensão (cada VLT)
766 passageiros p/VLT
90 mil passageiros/dia
22 comunidades afetadas pelo projeto inicial do VLT
1.700 famílias atingidas
1920 unidades habitacionais destinadas às famílias removidas   


pesquisa:
Jornal Impressões Trilhos - ano 3 n° 15
Jornal Diário do Nordeste
site Fortalbus
site Metrofor 

2 comentários:

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Que matéria boa!
Sabia disso tudo não!
Gostei, viu?

Fátima Garcia disse...

poisé Lúcia, tem gente ai vivendo dias de muita apreensão. Por mais que eles prometam novas residências e melhores condições, todo mundo sabe que eles não são confiáveis. Na hora de prometer é uma coisa; na real é outra, bem diferente