domingo, 13 de maio de 2012

Igreja de Nossa Senhora dos Remédios


o relógio de quatro faces, ainda hoje no alto da torre igreja dos Remédios, era patrimônio do Monumento a Cristo Redentor, na praça do mesmo nome. O relógio foi colocado no monumento no mesmo dia de sua inauguração, em 7 de setembro de 1922. Mas devido a oscilação da coluna, relógio e pêndulo sempre paravam , por isso o relógio foi retirado e vendido à igreja dos Remédios. 

A  Igreja de N. S. dos Remédios, uma das mais antigas da cidade,  foi inaugurada no dia 15 de agosto de 1910, nos arrabaldes do Benfica.  A iniciativa de sua construção partiu de João Antônio do Amaral, que desejava construir uma capela em terreno de sua propriedade, no Benfica, com a denominação de N.S. dos Remédios, de quem era devoto, e por ser a padroeira da Freguesia em que nascera, na ilha de S. Miguel, uma das Açores. 
Vindo, porém a falecer sem ter realizado este intento, sua mulher, D. Maria Correia do Amaral resolveu dar prosseguimento ao desejo do seu marido. Sabendo dessa pretensão, o Sr. Joaquim Álvaro Garcia, também residente no Benfica, e desejoso de que a Igreja ficasse mais perto de sua propriedade, ofereceu o terreno para ser edificada a igreja, o que foi aceito pela família Amaral. Obtida a autorização do bispo da Diocese, D. Luiz Antônio dos Santos, foi solenemente assentada a pedra no dia 8 de dezembro de 1878, pelo padre José Teixeira da Graça, então vigário da Parangaba.



Com o auxílio do presidente do Estado Dr. José Júlio de Albuquerque Barros à família Amaral, os trabalhos foram iniciados, mas faltando meios para continuarem, as obras ficaram paradas durante cerca de dez anos. Nesse tempo D. Maria C. Amaral fundou uma sociedade de senhoras, denominado Sociedade Auxiliadora dos Templos, com o a finalidade de mais tarde, esta sociedade ajuda-la a concluir a Igreja dos Remédios.  Por esse tempo chegou da Bahia o filho de D. Maria Amaral, Cônego Dr. Ananias Correia do Amaral, em visita à família, que tomando a iniciativa conseguiu recursos através de donativos, deixando a Igreja coberta,  e concluído outros trabalhos.
Houve outro intervalo de cinco a seis anos durante o qual D. Maria C. Amaral foi recolhendo as mensalidades das sócias da Sociedade Auxiliadora dos Templos.  Realizaram ainda algumas eventos contando com a participação de moradores, que junto com as mensalidades recolhidas, foi empregada na construção da torre, forro e assoalho.
Esgotados esses recursos, paralisaram novamente as obras, até que alguns moradores abastados do Benfica, tendo à frente o Coronel José Gentil de Carvalho, fizeram valiosos donativos que permitiram a conclusão do templo.  



Ao longo dos anos a igreja passou por diversas reformas. A primeira ocorreu em 1927, pela adição dos corredores laterais na antiga capela, cujos gastos foram custeados em boa parte, pelo coronel José Gentil.

Em agosto de 1934, padre Guilherme Vaessen procedeu a segunda reforma e ampliação. A planta foi idealizada e executada pelo próprio padre Guilherme e pelo Dr. Armando Campello, engenheiro construtor. Iniciaram-se assim as obras de construção da sacristia, altar-mor e cripta. 

Essa reforma incluiu toda a estrutura interna do templo, de modo que toda a construção interior foi demolida, desde o teto até as colunas. Ficaram intactas a fachada, o coro e as paredes externas. Abriram-se quatro nichos para receber os futuros altares.


O altar em honra de N. S. de Fátima, existente numa das laterais da igreja, foi consagrado  no dia 10 de maio de 1958 por d. Expedito Eduardo de Oliveira. A imagem é esculpida em madeira e veio de Portugal. Os sinos da torre, um grande e um pequeno são de procedência francesa. 

o altar mor  era o mesmo da igreja anterior, que foi demolida internamente. A peça  de mármore importado da Itália, recebeu um aumento (retable) de mármore, novo sacrário e o trono de exposição



Entre 1940 e 1960 foram construídas pela Paróquia de N. S. dos Remédios as igrejas de Salete, Nazaré e São Raimundo, que depois de concluídas foram desmembradas, constituindo-se por sua vez, novas paróquias. Administrada pela Congregação dos Padres Lazaristas, fica na Avenida da Universidade, 2974, no Benfica.


fotos: Rodrigo Paiva
Fátima Garcia

fonte:
As pouco lembradas igreja de Fortaleza, 
de Eduardo Fontes 

2 comentários:

Unknown disse...

Uma pena alterar a arquitetura de uma igreja histórica.

Anônimo disse...

havia por trás da igreja,uma escolinha chamada,padre João valessem,onde estudei quatro anos ,gostaria que fosse relembrado algo sobre essa escola.