domingo, 27 de junho de 2010

A Dinâmica da Paisagem em Fortaleza

Cidade da Criança em 1935 (foto reprodução)


Litoral de Fortaleza anos 40 (foto reprodução)

Benfica anos 40 (foto reprodução)
As grandes cidades passam por transformações que mudam radicalmente sua paisagem, em espaços de tempo relativamente curtos. Essa dinâmica inclui a mudança de nomenclatura de ruas, de bairros, e logradouros diversos que são criados e depois somem com a mesma velocidade. Exemplo disso é a cidade de Fortaleza de alguns anos atrás.

Nos idos dos anos 1940 o bairro atual São Gerardo, antigo Alagadiço, era o mais distante dos bairros da cidade, possuindo três seções das linhas de bondes. Tinha amplas moradias, quase todas com enormes quintais, muitos deles com pequenos riachos, já que a região era de muita água e muito verde. Algumas propriedades eram tão grandes que se constituíam em verdadeiros sítios, com capela, engenho e casa de farinha.

chácara da familia Gentil ficava na Av. Visconde de Cauhipe - atual Av. da Universidade, no Benfica (foto reprodução)

A expansão da cidade eliminou alguns pequenos bairros que ficavam próximos do centro comercial, estando eles hoje integrados ao atual centro. Eram eles, o bairro de José Bonifácio, que compreendia a região em torno do Quartel da Policia Militar; Soares Moreno, nas imediações do Cemitério São João Batista; Açude João Lopes, logo depois do Liceu; Piedade ao lado do Joaquim Távora, imediações do inicio da atual Avenida Antonio Sales; Prado, na região onde hoje está o Estádio Presidente Vargas.

Na primeira metade dos anos quarenta os distritos de Mucuripe, Messejana, Parangaba e Antonio Bezerra eram como pequenas cidades do interior, de difícil acesso por causa da escassez de transportes e de péssimas estradas.
No bairro Otávio Bonfim, além do Mercado São Sebastião, no trecho que hoje corresponde ao inicio da atual Avenida Bezerra de Menezes, havia dois jardins, um em cada lado da rua: o Jardim São José, no lugar onde hoje está um supermercado, e bem em frente, no outro lado da rua, o Jardim Japonês.

Com a implantação em 1934 da Brasil Oiticica, fábrica de beneficiamento de óleo de oiticica, surgiu o bairro do mesmo nome, mais tarde Carlito Pamplona na Avenida Francisco Sá. Contava com poucas e humildes casas e o bairro terminava na altura da atual Matriz. Ali os ônibus faziam sua parada final, pois a pista já muito estreita era interrompida por um riacho.
partir dali havia uma mata de cajueiros e muricizeiros. Para atingir a Barra do Ceará, então pequeno povoado, só a pé ou em lombo de animal.

Entre o Porangabussu e São Gerardo existia o Campo do Pio, no lugar hoje conhecido por Parquelândia. O São João do Tauape localizava-se no final do Bairro Joaquim Távora e se estendia até os charcos do Lagamar.

Com cerca de 200 mil habitantes Fortaleza tinha poucos bairros que dependiam do centro para praticamente tudo, uma vez que nos bairros predominavam as residenciais, com um ou outro comércio, especialmente as bodegas e farmácias. Tudo mais tinha de ser adquirido no centro: lojas, bancos, correios, serviços.
Fonte:
Royal Briar a Fortaleza dos Anos 40 – Autor Marciano Lopes
Jornal Diário do Nordeste

Um comentário:

Cesar Silva disse...

até por volta dos anos 70 existia um bairro chamado Granja Paraiso, tinha até uma linha de ônibus, acho que ficava ali pros lados do Parque Araxá, foi mais um que sumiu sem deixar rastro.